O brasileiro nunca teve tanto acesso ao crédito como nos últimos anos, o que ajudou a popularizar ainda mais as compras em longo prazo. No entanto, muitas pessoas utilizam essa opção sem analisar o impacto que a dívida pode causar tanto no orçamento doméstico, quanto nos planos futuros.

Os juros de um financiamento não são baixos, o que pode fazer com que um carro, por exemplo, chegue a dobrar de valor no encerramento do prazo do empréstimo. Cálculos como esse são frequentemente ignorados por pessoas que desejam adquirir um bem de forma imediata e que talvez não entendam a importância que o planejamento financeiro tem para uma vida mais tranquila.

Neste post, vamos falar sobre financiamento e os cuidados que você deve tomar antes de contratar esse serviço. Acompanhe!

Como funciona o financiamento?

O financiamento é uma modalidade de empréstimo disponível para as pessoas que pretendem adquirir um bem, seja uma casa ou um veículo, mas não dispõem da quantia total para o pagamento imediato. Com isso, elas recorrem a um credor, geralmente um banco, para que ele adiante o valor. Enquanto isso, cobra do comprador as parcelas referentes ao valor do bem por um determinado período, que pode variar de 10 a 35 anos, no caso da aquisição de imóveis.

No valor estipulado mensalmente, as instituições financeiras embutem juros que podem variar ao longo dos anos, de acordo com o momento econômico vivenciado pelo país. Portanto, é essencial fazer uma pesquisa de mercado antes de assinar qualquer contrato.

Além disso, é importante saber que, enquanto o financiamento não é quitado, o bem adquirido fica alienado ao banco como garantia da dívida e, se não houver pagamento, o comum é que ocorra uma ação de busca e apreensão para a satisfação do débito.

O que é necessário para conseguir um financiamento?

As regras para conseguir um financiamento podem variar entre os credores, porém, algumas costumam ser as mesmas em todos os lugares. Por exemplo, o comprador deve oferecer uma entrada mínima, que pode variar entre 10% a 30% do valor do bem, de acordo com o banco, renda do comprador e tipo de imóvel desejado — novo ou usado. Além disso, os valores das parcelas não podem comprometer mais do que 30% do rendimento mensal.

Por causa disso, os bancos costumam fazer uma criteriosa avaliação da condição financeira do interessado, para garantir que ele conseguirá suportar o pagamento da dívida sem prejuízo do seu próprio sustento. Outras exigências são: não ter dívidas em seu nome e ser maior de idade.

Quais cuidados são importantes ao contratar um financiamento?

Embora o acesso a compras financiadas seja relativamente fácil no Brasil, o consumidor precisa ter cautela para não se comprometer financeiramente. Os juros praticados no mercado são altos, portanto, elencamos abaixo algumas precauções que devem ser tomadas antes de optar por qualquer decisão.

Pesquise os juros do financiamento

Além dos altos juros do financiamento, a variação entre instituições financeiras também pode fazer bastante diferença na conta final. De acordo com uma pesquisa realizada pela Proteste, um empréstimo feito para a compra de um veículo pode ter uma diferença de até R$ 8.741,00 em um mesmo modelo.

Logo, não se deixe levar apenas pelas facilidades oferecidas pelos bancos. Cautela é a palavra de ordem nessa situação.

Negocie o valor do bem

Para diminuir o impacto do financiamento no seu planejamento financeiro, não tenha medo de negociar o valor do bem com o vendedor. Ao diminuir a quantia emprestada pelo banco, você poderá pagar menos juros no final do empréstimo, e as parcelas mensais também serão beneficiadas.

Analise o impacto das parcelas

Avalie a quantia total que você pagará pelo bem no fim do prazo e não deixe de analisar o peso que o valor das parcelas terá no seu orçamento mensal. Sabemos que elas não podem ultrapassar 30% de seus rendimentos, mas o ideal é que você se comprometa com bem menos que isso.

Se você estiver adquirindo um veículo, não se esqueça de contabilizar gastos como gasolina, documentação, seguro e o próprio desgaste do carro. Se for um imóvel, verifique se será necessário fazer algum tipo de obra e se terá gastos com móveis, pintura e a própria mudança, além da documentação.

Ofereça uma boa entrada

Você sabia que dinheiro é motivo de brigas em 17% dos relacionamentos? Sim! De acordo com uma pesquisa realizada pelo SCPC, a situação piora ainda mais quando estamos falando de casais que estão inadimplentes. Portanto, não ignore a importância de manter um planejamento financeiro eficaz se quiser ter uma vida com mais tranquilidade.

Se você não puder evitar o financiamento, procure uma maneira de oferecer uma entrada acima do mínimo exigido. Quanto menor a quantia financiada, menor o impacto que os juros terão no pagamento final do bem.

Tenha alternativas

Como em qualquer compra, é sempre importante analisar se a aquisição é realmente importante e se vale a pena assumir uma dívida alta naquele momento. Não foque apenas no valor da parcela, mas também qual será o custo total do financiamento nas condições contratadas. Se você tiver dúvidas, pode fazer a sua simulação no próprio site da Caixa Econômica Federal.

No entanto, se mesmo diante dos números você optar por realizar a compra, cerque-se de alternativas que possam diminuir o impacto dos juros em seu orçamento. Uma das opções é realizar amortizações do valor periodicamente, sempre quitando as parcelas de trás para a frente, a fim de diminuir o prazo da dívida.

Se você seguir as nossas dicas, dificilmente ficará com o orçamento do mês prejudicado. Além disso, você pode optar por fazer um consórcio na modalidade do bem que tiver adquirido. Ao ser contemplado, a sua carta de crédito pode ser utilizada para quitar o saldo devedor. Dessa maneira, você se livra do pagamento dos altos juros do financiamento.

Para aumentar o seu patrimônio ou melhorar o que você já tem, não se deixe levar pelas facilidades oferecidas pelo mercado que apresentam um custo muito alto, que vai além do financeiro. Pesquise as opções e organize-se de maneira que consiga alcançar os seus objetivos sem perder o sono.

Se você gostou do nosso texto sobre como evitar os juros do financiamento, leia também nosso infográfico e entenda a diferença entre consórcio e financiamento, e escolha a melhor opção para você.

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