Ao participar de um consórcio, o grande objetivo é a contemplação. Ter a chance de usar o valor para realizar o seu sonho soa como uma conquista e tanto, não é mesmo? Em busca da facilidade de utilizar o montante, tem gente que prefere recorrer a uma carta de crédito contemplada. Mas será que essa é a melhor alternativa?

Apesar de parecer uma solução simples, ela esconde alguns riscos que não podem ser ignorados, que passam pela idoneidade de quem está vendendo a carta até as cláusulas do contrato, que podem não ser vantajosas para esse tipo de transação. Ao descobrir como funcionam as suas particularidades, você consegue tomar a decisão certa e se mantém protegido.

Neste post, vamos falar sobre os tipos de contemplação e explicar detalhes sobre os lances e sorteios. Aqui, você vai descobrir também o que pode ser feito se o valor da carta de crédito ultrapassar o valor do bem adquirido e como utilizar o saldo restante.

Para não ter dúvidas sobre esse assunto, descubra se comprar uma carta contemplada é a opção ideal e entenda as possibilidades!

O que é uma carta contemplada?

Em um consórcio, para ter acesso a carta de crédito, os participantes precisam ser contemplados, seguindo as regras do contrato. Como uma das formas de contemplação é o sorteio, algumas pessoas, acreditam que a possível demora possa ser um inconveniente.

Diante dessa situação, há quem recorra à carta de crédito contemplada, que nada mais é que uma cota de participação que já foi contemplada, seja por sorteio ou lance. Como o dinheiro pode ser usado de maneira imediata, é uma alternativa que parece atraente.

Quais pontos analisar antes de comprar?

Antes de recorrer à carta de consórcio contemplada, vale entender que há muitos riscos envolvidos no processo. Isso acontece porque ela é oferecida por um terceiro — e não pela administradora.

Sem os devidos cuidados, há o perigo de você ser passado para trás e até perder dinheiro. Para que isso não ocorra, confira quais aspectos observar para fugir dos riscos de aquisição de uma carta previamente contemplada.

Origem da carta de crédito

Imagine adquirir uma carta que se diz contemplada para, no final, descobrir que caiu em um golpe. Sem um contrato em mãos, você ainda terá dor de cabeça e prejuízos. Então, o ponto de partida é verificar a origem e a autenticidade da carta de crédito.

Veja se o consórcio realmente existe na administradora apontada e se a carta de crédito tem as mesmas informações apresentadas. Além disso, é essencial conferir se ela foi realmente contemplada. Se algum dado estiver discrepante, o melhor é repensar a decisão para não entrar numa furada.

Autorização da administradora

Muita gente não sabe disso, mas a transferência da carta de crédito contemplada não depende apenas das partes que negociam. O procedimento deve ser autorizado pela administradora, de modo a garantir que o novo participante cumpra os requisitos específicos.

Mesmo que, pela lei, a tarefa não seja ilegal, o contrato assinado pode não permitir a troca. Para não correr o risco de só descobrir quando já tiver gastado o seu dinheiro, vale conferir as cláusulas.

Verifique se o vendedor pretende apresentar a transferência à administradora e como é o processo. É hora de ligar o sinal de alerta caso o assunto da mudança não venha à tona. Afinal, sem a troca oficial, você corre o risco de ficar com o automóvel ou imóvel em nome de outra pessoa.

Valor da carta em relação ao bem

Antes de decidir comprar uma carta de crédito contemplada, ainda é preciso verificar qual é o valor dela em relação ao bem que você deseja adquirir.

Primeiramente, é necessário conferir qual é a real quantia disponível — se o participante tiver realizado um lance embutido, por exemplo, o valor disponibilizado será menor que o previsto na contratação da cota, uma vez que parte da carta de crédito serviu de pagamento para o lance.

Além disso, é essencial considerar quais são as suas exigências. Se quiser um carro de R$80 mil, uma carta de R$75 mil pode fazer sentido. No entanto, uma de R$50 mil tem uma diferença muito grande, o que vai atrapalhar todo o processo de aquisição.

Regras de uso do valor

Para garantir a proteção de todos os participantes de um grupo, a administradora estabelece algumas regras para o uso da carta de crédito. Antes de comprar uma carta contemplada, portanto, é preciso conhecer o que a empresa diz sobre a aquisição do bem.

Veja, por exemplo, se há restrições para adquirir o imóvel ou veículo de uma pessoa física ou se é obrigatório escolher certos estabelecimentos. Confira, ainda, a necessidade de ter o nome limpo e/ou de apresentar uma garantia para o pagamento. Esse é o melhor jeito de você não ficar preso a regras que não são interessantes para as suas demandas.

Custos envolvidos

Não se esqueça de verificar quais são os valores envolvidos na transação. É comum que uma carta contemplada tenha o custo do que já foi pago até o momento e, em alguns casos, um “extra” para remuneração. Ainda é importante ficar de olho em quais são as parcelas cobradas pelo consórcio.

Dependendo da duração, da taxa de administração e de outras condições, o valor pode ser inviável para o seu orçamento. Além disso, é preciso verificar se existe alguma taxa para transferir a titularidade da carta de crédito e, se houver, qual é o valor. Vale destacar que a transferência normalmente é feita por procuração pública ou termo de transferência.

A procuração é um instrumento realizado em cartório, que também tem taxas. É preciso considerar isso na conta dos custos envolvidos na transação. Então, colocar tudo na ponta do lápis permite tomar a decisão adequada. Por isso, confira sempre se os valores que o vendedor da carta está divulgando são reais.

Possíveis fraudes

A compra de uma carta de crédito contemplada é um negócio entre duas pessoas físicas e não está, portanto, protegida pelo Código de Defesa do Consumidor. Veja um tipo de problema que você pode ter por isso. Imagine que a pessoa que está vendendo a carta tenha más intenções e esteja querendo aplicar um golpe.

Ela pode vender a carta para vários interessados, sem que um saiba do outro, e oferecer a cada um deles uma procuração para que realizem a transferência, pedindo pagamento adiantado. A administradora, no entanto, só vai aceitar a procuração de uma pessoa, a que chegar primeiro.

Transferência da carta

Qualquer outro consumidor que tenha feito um pagamento vai sair prejudicado e ter que procurar quem vendeu a carta para tentar reaver o dinheiro, com baixas chances de sucesso. Com isso, só resta entrar na Justiça, que tem custos e é demorada.

Por isso, antes de pagar qualquer valor, faça a transferência da carta para o seu nome. O processo pode ser feito todo simultaneamente, com as duas partes envolvidas presentes no momento da transferência e do pagamento subsequente.

O que acontece depois que o consorciado é contemplado?

Vamos supor que você tenha comprado a carta contemplada e que não tenha ocorrido nenhum problema. Com isso, você vai receber a carta de crédito com o valor integral contratado. Agora, é preciso entender o que acontece a seguir e quais são os pontos que você deve observar para saber está tudo certo. Acompanhe!

Confirmação da contemplação

Como em qualquer compra, especialmente de um bem de alto valor, como costuma ser o caso dos consórcios, é preciso entender a fundo com quem você está fazendo negócio.

Por isso, além de pesquisar a reputação da administradora e se ela tem autorização do Banco Central para funcionar, é preciso verificar também se a carta realmente foi contemplada. Para isso, cheque se o grupo existe e se a cota está ativa.

Assim, peça informações ao vendedor e confirme-as diretamente com a administradora. Verifique se o contrato é original, leia a ata da assembleia para ver se a cota está mesmo contemplada, cheque se o pagamento das parcelas está em dia e, mais uma vez, conforme já mencionamos, se os valores batem.

Avaliação de cadastro e riscos

Vale destacar que, antes de liberar o crédito para o consorciado contemplado, a administradora faz um processo de análise de crédito. Dessa forma você precisa apresentar documentos de acordo com a solicitação da administradora.

Isso significa, por exemplo, que não pode ter o CPF negativado, o popular "nome sujo". Como o consorciado ainda não terminou de pagar o valor acordado em contrato e, portanto, ainda existe um risco de inadimplência.

É importante lembrar que um consórcio nada mais é do que um grupo de pessoas que se reúne para comprar um bem, de forma a facilitar o pagamento para todo mundo. Isso significa que a saúde financeira do grupo depende do fato de todos honrarem os seus compromissos.

Aquisição do bem ou contratação do serviço

Existe uma informação importante para quem quer entrar em um consórcio, seja por meio de uma cota nova, seja por uma carta contemplada: o crédito ao qual a carta dá direito não vai direto para o consorciado, ou seja, você não vai receber o dinheiro vivo.

A carta de crédito é uma autorização para quitar o bem ou a contratação de determinado serviço, e o dinheiro passa da administradora diretamente para o vendedor do bem ou serviço.

A carta de crédito é considerada um pagamento à vista, o que permite que o consorciado tente negociar condições mais vantajosas para a compra, como descontos ou, por exemplo, no caso de um veículo, documentação grátis.

O consorciado também pode utilizar até 10% do valor da carta para pagar esse tipo de despesa. Assim, se você tem uma carta de crédito de R$80 mil e compra um carro de R$78 mil, pode usar a diferença para pagar a documentação, por exemplo.

Quitação das demais dívidas

Agora, passa a ser sua obrigação arcar com as parcelas que faltam ser pagas no consórcio. Caso contrário, você fica sujeito às mesmas sanções que o consorciado original tinha: pode ter o seu nome negativado ou até ser obrigado a devolver o bem por falta de pagamento.

Levando em consideração todas essas questões, esse é um negócio que requer uma análise muito cuidadosa e muito cálculo para saber se os benefícios compensam os riscos. Entenda melhor a seguir.

Afinal, comprar carta de consórcio contemplada é uma boa saída?

Quando você compra uma cota contemplada pode comprar o bem imediatamente, que é justamente o objetivo de quem faz uma operação desse tipo, mas também arca com o pagamento das parcelas e taxas restantes e assume todos os direitos e deveres do antigo consorciado no grupo. Vamos ver e relembrar alguns pontos importantes:

Riscos envolvidos

Em princípio, adquirir uma carta com essa característica parece ser a alternativa correta. Com a chance de poder usar o dinheiro quando quiser, há uma conveniência aparentemente maior. No entanto, essa talvez não seja a melhor saída. Há muitos negociadores profissionais, que transformam a venda de carta de consórcio contemplada em uma fonte de renda.

Para tanto, cobram um valor maior do que pagaram, o que torna o processo mais caro e menos vantajoso. Além disso, é comum ter que pagar um montante elevado, logo de cara, para fazer essa compra. Ainda que seja possível parcelar ou negociar, o impacto no orçamento é grande. Não menos importante, há todos os riscos envolvidos.

Falta de segurança

Há muitos golpistas à espera de uma oportunidade e, mesmo com os cuidados, não há garantia de total segurança. Esse é um dos principais riscos, uma vez que, em uma negociação entre dois particulares, não existe a proteção do Código de Defesa do Consumidor.

Além disso, não é possível saber com certeza absoluta que aquela carta não foi ofertada a outros interessados. Vale lembrar que a administradora serve apenas como suporte, e não como mediadora da negociação.

Condições inadequadas

Em virtude da possibilidade de participar de um grupo sem analisar as condições do contrato, é mais vantajoso adquirir uma cota no começo do grupo, com uma administradora responsável. Desse modo, você pode escolher o valor exato que deseja, o tempo de duração e as condições adequadas.

Além disso, o que seria destinado à compra da carta pode ser dado em um lance — com maiores chances de contemplação, é possível adquirir o seu bem com muita segurança.

Como você pode ver, a aquisição de uma cota novinha em folha traz diversos benefícios e a possibilidade de realizar o seu sonho com a devida proteção!

Quais são os principais tipos de contemplação permitidos em consórcios?

Antes de fazer um consórcio, você pode acessar o site da administradora e fazer uma simulação para averiguar as condições de pagamento mais adequadas ao seu perfil. Ao fazer os pagamentos mensais e participar das assembleias, o consorciado tem chances de ser contemplado. Veja a seguir os tipos de contemplação existentes!

Sorteio mensal

A administradora inclui o consorciado em um grupo que se encaixe no planejamento financeiro mais apropriado às suas finanças. Assim que os contratos são fechados, dá-se início às assembleias mensais que serve para a realização dos sorteios. Essa opção garante a isonomia ou a igualdade do processo do consórcio, já que todos têm idênticas chances de contemplação.

Para ter a oportunidade de receber a carta de crédito, é necessário pagar as prestações em dia. Existem administradoras que utilizam os sorteios da Loteria Federal que ocorrem nos sábados e nas quartas-feiras. O resultado é considerado conforme o dia designado para a assembleia, razão pela qual é importante ficar atento aos prêmios.

Lance

O lance é o adiantamento de valores pelo consorciado. Uma vez ofertado, ele pode antecipar a contemplação.

Antes da assembleia do mês, você pode entrar em contato com a administradora e formalizar seu interesse em dar um lance, especificando o valor. Foi um lance vencedor? Ótimo! A partir desse momento inicia-se o processo de compra do bem desejado. Do contrário, não há diferença, você segue pagando suas parcelas mensais.

Mas dar um bom lance e alcançar o sucesso não é algo tão simples. Você precisa entender os tipos de lance e saber qual é o mais adequado para o montante que possui. Além disso, deve ficar de olho nos movimentos do grupo para escolher o momento ideal para fazer sua oferta.

Posto isso, que tal conhecer os tipos de lance que existem?

Lance livre

No lance livre não existe um valor determinado para ofertar. Pode ser qualquer percentual sobre o total do consórcio. Normalmente, vence quem fizer a maior oferta.

Se houver empate, a administradora pode usar diferentes critérios para definir o vencedor. Geralmente, é feito um sorteio.

Lance fixo

Já o lance fixo deve atingir um valor (ou percentual) fixo, previamente determinado em contrato. Se mais de uma pessoa fizer a oferta, o desempate acontece conforme os mesmos critérios já citados. Como dissemos, nos dois casos (livre e fixo), você só paga o lance se ele for o vencedor.

O que acontece se o valor da carta de crédito for maior que o bem adquirido?

Caso o valor da carta de crédito seja maior do que o preço do bem registrado no contrato, você poderá realizar a aquisição e depois utilizar os recursos para pagar taxas de transferência de propriedade ou impostos do bem. A administradora costuma facilitar a transação e possibilita o uso dos valores para pagar burocracias e documentos.

O que fazer com o saldo restante da carta de crédito?

O consorciado pode usar o saldo restante da carta de crédito para pagar o saldo do consórcio e quitar o contrato antecipadamente. Se preferir, o participante do grupo também pode deixar que o valor fique no fundo comum do grupo e depois sacar o montante com juros. A quantia será atualizada todos os meses e será um investimento interessante.

Agora que você já sabe como funciona o consórcio e compreende melhor as regras dessa contratação, pode começar a planejar as suas finanças para realizar o sonho de comprar uma casa ou carro. A administradora pode ajudar a fazer um planejamento financeiro seguro.

Para escolher o consórcio ideal para você, baixe o nosso guia para fazer um consórcio com segurança!

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