Rentabilidade se refere à renda líquida gerada por qualquer tipo de aplicação financeira que vise algum retorno. Mas você sabe, de fato, como calcular a rentabilidade dos seus investimentos? Esse cálculo é fundamental para identificar quais são as alternativas mais lucrativas do momento.

Independentemente das opções de investimento escolhida, você precisa obter uma prévia do possível retorno promovido pelo investimento, conforme explicamos a seguir. Acompanhe!

Quais são os perfis de investidores?

Antes de investir e calcular o retorno, você precisa conhecer o seu perfil de investidor. O mercado costuma dividi-los entre:

  • conservador (muito avesso ao risco);
  • moderado (disposto a correr pouco ou médio risco);
  • arrojado (assume riscos elevados).

Para cada perfil, há investimentos mais aconselhados. Ao predominantemente conservador, os aportes mais recomendados são os títulos públicos. Já o moderado pode recorrer ao Certificado de Depósito Bancário (CDB), às Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e aos fundos de renda fixa.

De outro modo, um investidor arrojado tende a priorizar os fundos multimercado, que têm por objetivo enriquecer a diversificação dos investimentos. Renda fixa, moedas, ações e commodities, tanto no Brasil quanto no exterior, são possibilidades.

Como calcular a rentabilidade de um investimento?

Um ativo pode ser medido pela relação entre o lucro líquido gerado (após a incidência do Imposto de Renda) e o valor investido. De uma forma simples, é preciso verificar o quanto se recebe em relação ao total investido.

É fundamental saber calcular a rentabilidade de um investimento por duas razões: gerir os riscos envolvidos e garantir que os rendimentos sejam satisfatórios em relação à estratégia de investimento. Para ajudar você, vamos a um exemplo.

Exemplo

Foram investidos R$ 1.000,00 que rendem R$ 15,00 no mês. Portanto, o valor ao término do período é de R$ 1.015,00. A conta pode ser feita de forma direta, simplesmente dividindo o rendimento pelo capital aplicado:

R$15,00 ÷ R$1.000,00 = 0,015 (ou 1,5%) de rendimento.

Para quem gosta de fórmulas, um outro jeito simples de calcular a rentabilidade é utilizando a seguinte equação:

Rentabilidade = Rendimento Líquido x 100 / Valor Investido

Nesse exemplo, teríamos:

15 X 100/ 1000 = 1,5%

Em outras palavras, podemos dizer que quem aplica seu dinheiro no investimento do nosso exemplo tem rentabilidade de cerca de 1,5% ao mês.

O que é a rentabilidade real?

Para chegar a uma rentabilidade mais próxima da realidade, é necessário levar em conta um fator extremamente decisivo e de peso: a inflação. Assim, chamamos de rentabilidade real o resultado gerado após o desconto da taxa inflacionária correspondente ao intervalo em questão.

Ou seja, se, no nosso exemplo, a inflação no período foi de 2%, a rentabilidade terá perdido para o aumento dos preços. Isso não significa que não houve rentabilidade, mas que, na prática, o dinheiro investido perdeu poder de compra com o passar do tempo.

E o que é a rentabilidade nominal?

Já a rentabilidade nominal é o número obtido após o cálculo da rentabilidade, de forma direta. Com isso, ela não considera a inflação. Ao mesmo tempo que torna mais fácil entender, tal forma de avaliar o retorno de um investimento desconsidera o peso da inflação e de como ela impacta o poder de compra do dinheiro aplicado ao longo do tempo.

Qual é a diferença entre lucratividade e rentabilidade?

Outro termo que vale a pena diferenciar é o de lucratividade, que, em muitas situações, é usado como sinônimo para rentabilidade, embora não seja. O lucro em um investimento deve ser compreendido como o dinheiro que cai na conta do investidor, fica disponível para a sua utilização e varia de acordo com o montante investido.

Logo, em tese, quanto maior o montante investido, maiores as chances de lucro. Já a rentabilidade se traduz num percentual de quanto o seu patrimônio cresceu após determinado período.

Quais variáveis interferem na rentabilidade?

A avaliação da rentabilidade de uma aplicação pode se tornar mais complexa a partir de uma série de fatores, incluindo a já mencionada inflação. Por isso, vale mencionar essas variáveis.

É comum, por exemplo, que algumas aplicações paguem juros antecipados ao investidor. Já outras oferecem rentabilidade maior à medida que o tempo passa. Por outro lado, é necessário considerar as taxas cobradas por alguns tipos de investimentos, bem como os tributos que incidem sobre os ganhos obtidos.

Como escolher os investimentos mais rentáveis?

A fim de conferir o melhor destino ao seu dinheiro, o investidor deve analisar o risco do investimento. Em geral, os fundos de renda fixa costumam manter, em média, 90% dos seus ativos com rentabilidade pré ou pós-fixada. Com essa configuração, o retorno é garantido, mas é inferior àquele propiciado pelos ativos de renda variável.

Nesse sentido, é comum estabelecer que um bom investimento de renda fixa deve pagar pelo menos 100% do CDI, taxa do mercado financeiro que quase sempre está atrelada à SELIC, os juros básicos da economia nacional. Quanto mais o ganho superar essa referência, maior tende a ser a rentabilidade do investimento.

Indo além da renda fixa, existem fundos de risco moderado e alto, voltados a alocações de recursos em taxas cambiais e Bolsas de Valores, por exemplo. Eles podem apresentar rendimentos bem mais altos, porém, tal probabilidade é seguida de perto pelo risco de perdas.

Com a inflação alta, por exemplo, é importante buscar investimentos atrelados aos indicadores de inflação, como o Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Essas escolhas ajudam a obter uma rentabilidade real melhor.

Depois de analisado o perfil do fundo e do investidor, você deve analisar a rentabilidade dos papéis nos quais o fundo investe. A partir daí, basta comparar os rendimentos com suas metas pessoais de ganhos ao longo de determinado período.

Embora a rentabilidade do passado não garanta o mesmo rendimento futuro, vale a pena analisar o histórico do fundo. Nesse momento, é importante aplicar as análises de rentabilidade conforme os cálculos acima demonstrados.

Existem também fundos quantitativos, que operam com base em decisões tomadas por um conjunto de algoritmos. No caso, o intuito é usufruir de todo o potencial de exploração da Inteligência Artificial. Trata-se, portanto, de um exemplo do uso da tecnologia como tentativa de ampliar a chance de acerto na escolha dos ativos.

Outra possibilidade a ser considerada é investir em consórcios, que proporcionam muitas vantagens financeiras. Com o consórcio é possível adquirir o que deseja sem sofrer perdas financeiras, uma vez que existe a certeza de que você será contemplado e terá acesso ao valor investido.

Como usar os juros a seu favor?

Os juros compostos podem ser os vilões ou heróis das suas finanças. Para quem está endividado, eles podem ser eternos inimigos. Em alguns casos, eles fazem a dívida crescer de forma muito rápida, gerando o famoso efeito bola de neve.

Mas você também pode se beneficiar deles, investindo em opções que façam os juros sobre juros trabalharem a seu favor. Para tanto, busque investimentos que utilizem essa fórmula de cálculo, como:

  • Títulos do Tesouro Direto;
  • CDB (Certificado de Depósito Bancário);
  • LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio);
  • LCIs (Letras de Crédito Imobiliário).

Aqui, cabe um adendo em relação aos papéis negociados na Bolsa de Valores. Após intervalos de longo prazo, essa modalidade de investimento também gera ótimos resultados, baseados no acúmulo típico dos juros compostos.

Note que o sucesso ligado ao crescimento exponencial da rentabilidade gerada por esse tipo de ativo depende de dois aspectos. O primeiro é o próprio volume de papéis investido, pois o movimento natural é caracterizado por sucessivos reinvestimentos de dividendos. O segundo fator está intimamente atrelado à valorização de cada ação.

Os juros são compostos, mas o raciocínio é simples, já que as ações precisam se valorizar para que todo o investimento surta o efeito esperado. De qualquer modo, isso explica um pouco as razões pelas quais o investimento em ações ainda fornece uma alta rentabilidade. No entanto, é primordial ponderar os riscos, que são bem significativos.

Em nenhum momento abra mão da diversificação (ou seja, distribuir seu dinheiro em diferentes investimentos para "diluir" os riscos). Outra dica valiosa é nunca considerar a rentabilidade passada de uma aplicação como garantia de rendimentos futuros. Usar o que aconteceu no passado como parâmetro é útil na hora de tomar decisões de investimento, mas tais valores não devem ser considerados como uma expectativa para o futuro.

O que é preciso para começar a investir?

Encontrar a melhor maneira de fazer o seu dinheiro render depende da conquista do reequilíbrio das finanças pessoais. Em poucas palavras, você precisa se amparar em boas práticas de gestão financeira. Não faz sentido efetuar aportes financeiros sem providenciar a regularização de todos os débitos, por exemplo.

Outra medida importante consiste em definir metas e objetivos bem específicos. Ambos precisam orbitar a sua realidade, pois de nada adianta almejar alvos muito distantes. Você pode ir longe, mas, primeiramente, preocupe-se em sair do lugar aos poucos. Para isso, elabore um bom planejamento financeiro e, sobretudo, transforme o ato de poupar como parte da sua rotina.

Agora que você já sabe como calcular a rentabilidade de um investimento, resta aprender a economizar. Esse hábito é indispensável para a criação de uma reserva financeira consolidada — que, por sua vez, é determinante na realização de investimentos vantajosos.