Está com dificuldades para se livrar do endividamento? Não é só você. Muitas pessoas estão na mesma situação. Conforme a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 79% dos lares brasileiros têm algum tipo de dívida.

Esse levantamento também mostrou que o número de indivíduos que atrasaram o pagamento de contas atingiu um total de 29,6%. Ambos indicadores representaram alta em relação ao período anterior.

Felizmente, existem muitas maneiras de sair da dívida e, com o plano certo, você pode ficar livre dessas pendências. Para isso, o principal ponto é conseguir se planejar e focar na educação financeira como parte do seu dia a dia.

Quer saber mais? Então, continue lendo para descobrir o que significa endividamento, por que ele é tão comum e quais são os impactos negativos dessa situação. Veja também como calcular o seu grau de endividamento e como quitar as dívidas para poder investir.

O que significa endividamento?

Endividamento é um termo genérico que se refere à situação de dever dinheiro a outra pessoa ou organização. Isso pode vir em diferentes formas, como hipotecas, saldos de cartão de crédito e outros tipos de empréstimos.

Estar em uma situação de endividamento pode ter um impacto negativo na saúde financeira de uma pessoa ou de uma empresa, já que limita a sua capacidade de administrar suas finanças.

Sendo assim, conseguir gerenciar um endividamento é um aspecto importante do planejamento financeiro.

É essencial revisar regularmente a dívida e desenvolver um plano para pagá-la. Isso pode incluir orçamento, criação de um plano de pagamento de dívida e busca por maneiras de reduzir as despesas e aumentar a receita.

Como calcular o grau de endividamento?

Calcular o grau de endividamento é algo que ajuda a visualizar as suas dívidas de uma forma mais nítida.

Também conhecida como DTI (debt-to-income, em inglês), essa é a maneira mais comum de medir o endividamento de uma pessoa.

Para calculá-la, some todos os pagamentos mensais de dívidas e divida o valor pela renda mensal bruta. O resultado é expresso como uma porcentagem.

Por exemplo, se uma pessoa tiver pagamentos mensais de dívida de R$ 2.000 e uma receita mensal bruta de R$ 8.000, seu DTI seria de 25%. Então, neste sentido, quanto menor o DTI, melhor.

É importante observar que a taxa de endividamento é um número relativo que pode mudar com o tempo à medida que a receita, despesas e ativos da pessoa mudam.

Além disso, diferentes instituições financeiras e agências de crédito podem ter seus próprios métodos para calcular as taxas de endividamento. Veja outra boa alternativa para entender o seu grau de endividamento a seguir.

Como consultar as dívidas no CPF?

A principal maneira de verificar as dívidas que estão no seu nome é pelo site do Serasa, uma das principais empresas de análise de crédito no Brasil. Eles oferecem um serviço gratuito de consulta de CPF.

Para realizar esse processo, você deve fazer login ou cadastrar-se. Em seguida, a plataforma fornecerá informações sobre a situação do seu crédito. O que pode incluir informações sobre dívidas em atraso, pendências financeiras e outros detalhes sobre seu histórico de crédito.

Além disso, caso necessário, o site também dá informações sobre como resolver essas pendências e regularizar sua situação de crédito.

Além do Serasa, você também pode consultar seu CPF gratuitamente no site do Boa Vista SCPC, que oferece um serviço semelhante.

Como aumentar o score?

O "score de crédito" é uma pontuação numérica que reflete o histórico de crédito de uma pessoa e é utilizado por instituições financeiras e credores para avaliar o risco de emprestar dinheiro a um indivíduo.

Então, quanto mais alto ele for, mais favorável será a sua situação ao solicitar empréstimos, cartões de crédito, financiamentos e outras formas de crédito.

Isso porque um score de crédito elevado indica um maior grau de confiabilidade no cumprimento de suas obrigações financeiras. Mas, então, como aumentá-lo? Confira:

  • pague suas contas em dia, mantendo um histórico de pagamento pontual é fundamental;
  • evite abrir muitas contas de crédito em um curto período de tempo;
  • diversifique seus tipos de crédito, mas lembre-se de gerenciá-lo de forma responsável;
  • verifique regularmente seu relatório de crédito para garantir que não haja erros ou informações negativas incorretas;
  • se você tem dívidas em atraso, negocie com os credores para quitar ou renegociar as dívidas.

Aumentar o score de crédito pode levar tempo, e é importante manter um histórico de bom gerenciamento financeiro a longo prazo.

Sem dúvidas, uma das melhores maneiras de fazer isso é entender como sair das dívidas. Veja mais a seguir.

Como sair das dívidas?

É fundamental conhecer os melhores caminhos para sair de uma situação de endividamento. Seja para pessoas ou para empresas, existem decisões que podem ser tomadas para lidar de uma forma mais estratégica com o dinheiro.

A seguir, veja quais são os passos mais importantes para quitar as dívidas!

  1. Defina um controle financeiro
  2. Priorize o pagamento de dívidas
  3. Reduza as suas despesas
  4. Negocie as dívidas com os credores
  5. Procure aconselhamento jurídico

Veja mais sobre cada um desses pontos.

Defina um controle financeiro

Um controle financeiro envolve acompanhar quanto dinheiro você tem entrando e saindo. Essa é uma ferramenta útil para gerenciar suas finanças, pois permite que você veja para onde está indo o seu dinheiro e para onde você pode reduzir.

Para fazer isso, liste toda a sua renda, incluindo seu salário, quaisquer investimentos e outras fontes de renda. Em seguida, liste todas as suas despesas, incluindo seu aluguel ou hipoteca, serviços públicos, pagamentos de carros, pagamentos com cartão de crédito e outras despesas regulares.

Ao final, subtraia suas despesas da sua receita para ver se você tem um déficit ou um excedente. Se você tiver um déficit, procure maneiras de reduzir suas despesas.

Priorize o pagamento de dívidas

É essencial se policiar para evitar fazer novas compras antes de sanar as dívidas que você já tem. Além disso, você deve se concentrar em pagar uma dívida de cada vez, começando com a com aquelas que têm maior taxa de juros.

Enquanto você foca em pagar essa dívida, faça os pagamentos mínimos das outras. Depois que a primeira dívida for paga, concentre-se na seguinte e assim por diante. Isso ajuda você a sair da dívida mais rapidamente e evita o acúmulo de juros.

Reduza as suas despesas

Outra maneira de conter as dívidas envolve procurar maneiras de reduzir suas despesas. Por exemplo, é o caso de cortar serviços como TV a cabo, diminuir o plano do celular, fazer compras mais conscientes, entre outros.

Você também pode buscar por melhores ofertas de seguros e se informar sobre os benefícios de consórcios para a sua saúde financeira.

Uma alternativa a isso é considerar a possibilidade de gerar renda extra. Considere formas adicionais de renda, como trabalho freelancer, venda de pertences não essenciais, ou trabalhar horas extras para acelerar o pagamento de suas dívidas.

Negocie as dívidas com os credores

Quando você está enfrentando dificuldades financeiras e não consegue pagar suas dívidas integralmente, a negociação com os credores pode ser uma alternativa para tornar a situação mais gerenciável e encontrar um acordo que funcione para ambas as partes.

Mas como negociar dívidas? Veja mais informações a seguir.

  1. Entre em contato com os credores: o primeiro passo é entrar em contato com os credores (como bancos, empresas de cartão de crédito ou outras instituições financeiras). Explique sua situação e a dificuldade que está enfrentando em fazer os pagamentos conforme o contrato original.
  2. Seja honesto: seja sincero sobre sua situação financeira e forneça documentação, se necessário, para comprovar sua dificuldade, como perda de emprego, problemas de saúde ou outras circunstâncias que afetaram sua capacidade de pagar.
  3. Negocie termos mais favoráveis: durante a negociação, você pode buscar termos mais favoráveis, como: redução da taxa de juros, parcelamento, redução do valor da dívida ou pedido de carência.
  4. Obtenha um acordo por escrito: qualquer acordo alcançado com os credores deve ser documentado por escrito. Isso protege você e o credor, estabelecendo os termos claros e evitando mal-entendidos futuros.
  5. Cumpra o acordo: uma vez que você tenha um acordo de pagamento revisado, é fundamental cumpri-lo rigorosamente. Isso demonstra comprometimento e ajuda a reconstruir sua relação com o credor.
  6. Evite novas dívidas: durante o processo de negociação e pagamento, evite adquirir novas dívidas. Afinal, assim você terá mais foco na quitação das dívidas existentes.

Negociar com os credores pode ser desafiador, mas muitas instituições financeiras estão dispostas a trabalhar com devedores que estão dispostos a resolver seus problemas e entender como sair das dívidas.

É importante lembrar que, em alguns casos, pode ser necessário procurar aconselhamento de um profissional de finanças ou um advogado especializado em dívidas para ajudar na negociação e para garantir que seus direitos sejam protegidos. Inclusive, veja a dica a seguir.

Procure aconselhamento jurídico

Se você tentou todos os métodos e não conseguiu sair do endividamento, considere procurar aconselhamento jurídico.

A falência pode ser uma solução, mas é uma possibilidade séria e deve ser considerada apenas em último caso. Além disso, é uma decisão que pode ter um grande impacto na sua pontuação de crédito e capacidade de obter empréstimos no futuro. Por isso, deve ser analisada com muita cautela.

Por que o endividamento é tão comum?

O endividamento é um fenômeno comum que afeta muitos indivíduos e organizações. É importante entender as razões pelas quais ele é tão prevalente para tomar decisões informadas sobre empréstimos e administrar as dívidas com responsabilidade.

Você já se perguntou sobre os motivos que fazem o endividamento ser tão comum? Algumas das razões são as seguintes:

  • falta de educação financeira — as pessoas podem não ter educação financeira ou entender completamente os riscos ou consequências de assumir dívidas, além de terem dificuldades para sair de uma crise financeira e seguirem um orçamento ou economizar efetivamente;
  • acesso fácil a crédito — com a disponibilidade de cartões de crédito, empréstimos pessoais e outras formas de empréstimos, tornou-se relativamente fácil para indivíduos e empresas assumirem dívidas;
  • cultura de consumismo — muitas pessoas sentem pressão para seguir as demais e ter as mais recentes roupas, gadgets, carros, entre outros, gastando dinheiro que não têm;
  • custos de vida crescentes — o custo de vida tem aumentado em muitas partes do mundo, principalmente, em áreas onde os custos de moradia e saúde são altos. Como resultado, algumas pessoas podem assumir dívidas para pagar as despesas com moradia e saúde;
  • situações inesperadas e emergências — também é possível se endividar devido a eventos inesperados, como a perda de um emprego ou uma emergência médica, que podem exigir gastos acima do planejado e comprometem o orçamento.
  • oscilações da taxa de juros — quando o Banco Central mantém a taxa de juros baixa por um período prolongado, fica mais barato para empresas e indivíduos emprestarem dinheiro, tornando o empréstimo algo mais atrativo e, consequentemente, aumentando as chances de dívidas.

Inclusive, essa é uma prática de entender como evitar endividamento. É claro que você não consegue prever situações de emergência ou as oscilações das taxas de juros.

Contudo, é possível se organizar para que, mesmo que isso aconteça, você não precise se endividar para viver o seu dia a dia.

Por exemplo, o primeiro passo é educar-se. Vá atrás de conteúdos que falem sobre organização e planejamento financeiro. Em seguida, monte sua planilha de gastos e atente-se a ela. Além disso, a partir do momento que você consegue pagar as dívidas, é possível começar uma reserva de emergência.

Tudo isso são maneiras não apenas de sair do endividamento, mas de evitar que ele aconteça novamente.

Quais são os principais impactos negativos do endividamento?

Compreender as consequências do endividamento é crucial para tomar decisões sobre o empréstimo e gerenciar dívidas com responsabilidade.

Dessa forma, é importante que indivíduos e organizações tenham estratégias para mitigá-las. A seguir, conheça os maiores impactos negativos dessa situação.

Danos ao score de crédito

Falhar recorrentemente nos pagamentos pode prejudicar o score de crédito de uma pessoa ou de uma organização. Isso faz com que seja mais difícil e caro fazer empréstimos no futuro.

Limitação da flexibilidade financeira

Estar em dívida pode limitar a capacidade de uma pessoa ou uma organização de tomar outras decisões financeiras, como economizar para emergências, fazer grandes compras ou investir em si mesmos ou em seu futuro. Isso pode dificultar o planejamento e aproveitar as oportunidades que surgem.

Dificuldade em obter crédito

Um alto nível de dívida pode dificultar a qualificação de um indivíduo ou uma organização para obter crédito ou empréstimos no futuro. Como consequência, pode dificultar o financiamento de compras importantes ou investimentos.

Ações legais

Quando uma pessoa ou organização deixa de pagar uma dívida, pode sofrer ações legais, como apreensão de ativos ou até falência. Em geral, esse é um processo estressante e difícil, além de trazer consequências a longo prazo, como dificuldade em obter crédito.

Entender como sair das dívidas pode não ser tão simples e livrar-se do endividamento pode ser uma tarefa intimidadora. Mas, com um bom plano e as estratégias certas, é possível alcançar a liberdade financeira para investir no futuro.

O primeiro passo você já está dando, que é pesquisar! Agora, com essas informações, é possível criar um planejamento certo para colocar as suas finanças sob controle. Com determinação e um pouco de esforço, você estará a caminho de um futuro sem dívidas em pouco tempo!

Que tal continuar aprendendo sobre isso? Confira aqui no blog um artigo que traz 7 dicas de planejamento financeiro.