Compras impulsivas: quais são as principais causas e como evitar?

Muitas vezes, você faz seu planejamento financeiro, se prepara para os meses seguintes, mas percebe que, na prática, as contas não batem? A causa pode estar no hábito de fazer compras impulsivas. São aquelas que você faz pensando "é só cinquenta reais, não vai fazer diferença no orçamento". Acredite: elas fazem.

São as compras realizadas por impulso que acabam tirando muita gente dos trilhos e fazendo com que o mês dure mais do que o dinheiro na conta. Mas esse não é um privilégio seu, ok? Segundo o SPC Brasil, órgão de proteção ao crédito, 37% dos brasileiros faz compras não planejadas.

Mas isso não serve de consolo, não é mesmo? O melhor é buscar formas de se educar para evitar as compras por impulso e fugir de todos os problemas que ela traz. Quer saber mais a respeito? Acompanhe o artigo!

Entendendo o que é uma compra impulsiva

Para saber se você faz compras por impulso, é preciso primeiro que entenda o que elas são. A compra impulsiva é aquela que você não saiu de casa especificamente para realizar, mas acabou fazendo porque considerou uma boa promoção, algo que você desejava muito ou simplesmente porque você sentiu vontade.

Na prática, imagine que saiu de casa para pagar alguns boletos. No caminho, você passou em frente a uma loja de sapatos e viu um belo par em promoção. Não estava nos seus planos comprá-los, mas você quis aproveitar a oportunidade. Essa é uma compra não planejada.

Quer um outro exemplo? Você vai ao supermercado com uma lista de compras: leite, frutas, verduras e papel toalha. Mas ao chegar lá, passa pela seção de doces e não resiste aos apelos de uma caixa de chocolates. No fim das contas, você sai do lugar com mais compras do que previu.

Conhecendo os prejuízos trazidos pelas compras impulsivas

Assim, sempre que você cede aos impulsos, está realizando uma compra não planejada. E, a cada pequeno gasto adicional, seu orçamento vai fugindo do controle e você, sem perceber, atrapalha suas próprias finanças.

Em curto prazo, os prejuízos são bem claros:

  • fatura do cartão de crédito muito alta;
  • contas pagas depois da data de vencimento;
  • dificuldades para guardar algum dinheiro extra;
  • período apertado no fim do mês.

Mas, se tudo ficasse apenas nos prejuízos imediatos, seria ótimo. O que acontece é que a dívida do cartão de crédito vai crescendo, até o ponto de se tornar impagável. As contas atrasadas saem do controle e você acaba com o nome negativado.

Realizar sonhos mais caros — como conquistar sua casa própria ou comprar um carro novo, por exemplo — fica impossível.

Entrar nesse processo é fácil, mas sair dele é mais complicado. Não só porque as dívidas deixam um rastro de destruição (e depois você tem que sair colocando tudo em seu devido lugar), mas também porque você se habitua a viver assim, e nunca aprende, de fato, a se organizar financeiramente. E tudo isso é causado, em grande parte, pelas compras impulsivas.

Avaliando as principais causas para o problema

Por mais que pareça algo simples, não é. A verdade é que a maioria das pessoas nunca foi educada para lidar com seu dinheiro e acaba fazendo mau uso dele. Às vezes, há outros problemas que levam uma pessoa a descontar as frustrações no cartão de crédito. Confira alguns dos principais:

Descontrole emocional

Nem sempre é fácil lidar com a pressão e as dificuldades do dia a dia. Assim, muita gente que sofre de ansiedade, ou passa por momentos de estresse e depressão, acaba utilizando as compras como uma válvula de escape.

Comprar coisas novas é bom e levanta a autoestima, mas não pode substituir um atendimento psicológico. Se alguém está com dificuldades emocionais, é muito mais eficiente buscar ajuda médica e combater o problema corretamente.

Abuso do cartão de crédito

Há também quem não tenha dificuldades emocionais, mas não consegue resistir ao cartão de crédito. Enquanto existir limite disponível, novas compras vão sendo feitas. E, então, você cai na ilusão de que aquela comprinha, feita em suaves parcelas, não vai pesar na fatura. Mas acaba se esquecendo de somá-la com as outras várias que já foram feitas.

Ausência de educação financeira

Você recebeu aulas de orientação financeira ou aprendeu a lidar com seu dinheiro desde cedo, com a ajuda de seus pais? Se faz compras impulsivas, certamente não. É um fato comum que as famílias não ensinem as crianças sobre limites e responsabilidades.

O ideal é que isso aconteça a partir do momento em que o filho passa a receber mesada. Mas a maioria das pessoas, infelizmente, não passou por esse processo e não sabe como se organizar para ter estabilidade financeira.

Falta de planejamento financeiro

E justamente por não ter essa educação tão necessária, fica faltando um hábito fundamental para garantir o sucesso e a segurança pessoal: o planejamento financeiro.

Se você não é habituado a sentar, antes de começar cada mês, anotar todas as contas, prever como vai ficar o orçamento e separar o dinheiro para os gastos e para investir, fica difícil dizer que chegou aonde queria no fechamento mensal, não é mesmo?

Quem, por exemplo, sai para o supermercado sem conferir o que está faltando em casa e sem levar uma listinha vai, com certeza, comprar o que não precisa.

Falta de perspectivas para o futuro

Um outro ponto fundamental é sempre ter planos para o futuro. Você não vai perder tempo com compras impulsivas se tiver se preocupando em:

Descobrindo formas de evitar as compras por impulso

Se você parar para avaliar as causas para o problema, vai descobrir formas de evitá-lo e reaprender a lidar com o dinheiro de forma saudável e segura. Portanto, fique de olho nas dicas:

  • controle seu emocional. Sempre que perceber que está saindo para relaxar e para vencer a ansiedade, converse com amigos ou busque outras formas de relaxamento (preferencialmente, deixando o cartão de crédito em casa);
  • fuja do cartão de crédito. Prefira pagar suas compras em dinheiro. Assim, você vai ter mais clareza a respeito do peso de cada decisão. Se tiver vários cartões, a sugestão é abrir mão de alguns e se concentrar em, no máximo, dois deles;
  • tenha um planejamento financeiro. Em uma planilha eletrônica, elenque todas suas contas, coloque seu salário e faça a previsão de gastos para os próximos meses. Estabeleça limite de gastos para alimentação, lazer e outras compras, para saber quando estiver gastando mais que o previsto;
  • prepare-se para o futuro. Busque formas de investir e formar patrimônio. De preferência, busque algo que force você a direcionar uma parcela mensal para investir. Assim, assume o compromisso como uma obrigação.

Fugir das compras impulsivas é um grande passo para mudar os rumos do seu futuro. E, para ajudar ainda mais a controlar as finanças, leia um outro artigo, com dicas especiais que vão ajudar você a economizar em casa!