Imagine a cena: você está tranquilamente guiando seu carro até que percebe o ponteiro do marcador de combustível apontando para o final, indicando que ele está prestes a ficar desabastecido. Em um instante, você pensa onde fica o posto mais próximo e se dirige para lá. Porém, ao chegar nele, em vez da tradicional bomba de combustível, você vê algo que se assemelha mais a uma tomada e não a uma mangueira capaz de injetar um líquido no tanque.

Essa parece uma cena peculiar, mas que pode se tornar comum à medida que mais pessoas tenham carros elétricos em suas garagens. Porém, como funciona a tecnologia que faz esse tipo de veículo se movimentar? Quais suas vantagens e desvantagens? E, no final das contas, vale adquirir um modelo do tipo?

Esclarecemos esses e outros pontos ao longo deste conteúdo. Boa leitura!

Como funciona um carro elétrico?

Os carros elétricos têm uma longa história. Apesar disso, por muito tempo eles foram vistos mais como uma curiosidade na indústria automobilística que verdadeiramente uma alternativa em potencial. Isso aconteceu principalmente por causa da predominância que os veículos a combustão, movidos principalmente a base de combustíveis fósseis, como a gasolina e o diesel, tiveram a partir de meados do século XX.

É difícil, até mesmo, definir com exatidão quando o primeiro carro elétrico foi concebido. Há registros do final do século XIX de diversos inventores projetando veículos que, de uma forma ou de outra, poderiam ser enquadrados como movidos a partir de um motor elétrico.

De qualquer maneira, em 1890 já havia um número considerável de carros elétricos em Nova York, servindo como táxis. Já no começo do século XX, quem fosse a uma loja poderia escolher entre um veículo movido tanto a eletricidade quanto a vapor ou a combustão de combustíveis fósseis.

Nessa época, os veículos elétricos levavam vantagens, já que eram considerados mais seguros e não precisavam ser acionados por meio de uma manivela, como os concorrentes. No entanto, eles eram mais caros.

Com isso, aos poucos, os veículos a combustão foram ganhando espaço, o que se consolidou a partir da década de 20, quando houve um barateamento do petróleo, tornando a gasolina muito mais acessível.

Depois disso, os carros elétricos só voltaram ao mercado no final do século, ainda que de forma tímida. Uma das razões para esse retorno foram as preocupações ambientais geradas pela queima de combustíveis fósseis, que contribuem para o aquecimento global.

Os modelos atuais de carros elétricos funcionam a partir de uma corrente elétrica que, para gerar movimento, depende de um mecanismo com alguns componentes básicos. São eles a bateria, o inversor, o motor de indução e um sistema de recuperação de energia.

De forma resumida, a bateria armazena a energia que faz o carro funcionar. Em seguida, ela é encaminhada para o inversor, onde a corrente contínua é convertida em alternada. Por fim, essa corrente aciona o motor, que movimenta as rodas e faz o veículo andar.

Um carro pode ser 100% elétrico ou ainda híbrido. Esses modelos combinam um motor a combustão, que pode ser acionado quando a bateria acaba. Porém, nem todos podem ser reabastecidos por meio de uma tomada. Alguns apenas aproveitam a energia cinética liberada por determinados componentes (como os freios, por exemplo), convertendo-a em energia.

Quais são as vantagens desse tipo de modelo?

Embora não seja necessariamente uma ideia nova, a tecnologia por trás dos carros elétricos disponíveis no mercado traz uma série de vantagens, seja para o motorista, seja para o trânsito e até mesmo para a sociedade como um todo.

Redução de ruídos

Quem vê um carro elétrico rodando percebe rápido umas das principais diferenças em relação aos veículos a combustão: a ausência quase total de qualquer ruído gerado pelo motor.

Isso contribui substancialmente para a redução da poluição sonora, um problema nas grandes cidades. Só quem morou perto de uma avenida movimentada sabe como isso pode ser um grande incômodo. Nesse sentido, o alívio com uma frota composta apenas por carros elétricas seria considerável.

Menor poluição

Um carro elétrico, como não poderia deixar de ser, não emite fumaça enquanto roda, já que não há nenhuma queima de combustível.

Mais eficiência e menos custos

Em geral, a energia elétrica é mais barata que qualquer combustível fóssil, o que garante economia. Além disso, os carros elétricos são mais eficientes e aproveitam toda a carga de abastecimento de maneira mais inteligente, otimizando o consumo.

Quais as desvantagens da tecnologia?

Porém, nem tudo é perfeito quando tratamos dos carros elétricos. Ainda há uma série de entraves que podem dificultar sua popularização. Citamos alguns deles a seguir.

Autonomia

A maioria dos carros elétricos não é recomendada para viagens de longa distância. A autonomia dos modelos mais populares do mercado ainda é baixa e o tempo de recarga costuma ser alto. Ou seja, não é possível ir muito longe sem precisar reconectar o carro à tomada. Em média, um carro elétrico consegue rodar entre 200 e 400 quilômetros antes de parar.

Preço alto

O preço de aquisição também pode ser um impeditivo, pelo menos por enquanto. Os melhores modelos disponíveis ainda têm preço superior aos equivalentes movidos a gasolina, mesmo com os benefícios fiscais concedidos a essa categoria em muitos países. Além disso, a variedade de marcas e modelos ainda é relativamente baixa, embora esteja melhorando.

Infraestrutura das cidades

A maioria das cidades ainda não conta com uma rede de abastecimento ampla para suprir a necessidade energética dos carros elétricos. Seria necessário, por exemplo, contar com uma ampla distribuição de postos capazes de recarregar as baterias sempre que for preciso.

Afinal, vale a pena ter um carro elétrico?

Se o caminho atual for mesmo mantido, os carros elétricos têm grandes chances de se tornarem a principal forma de locomoção do futuro. Alguns países, inclusive, já definiram prazos para proibir a fabricação de carros a combustão. Logo, além dos benefícios citados ao longo do texto, quem quiser contar com essa novidade sairá na frente nesse processo de mudança, que diante da preocupação ambiental crescente, tende a se espalhar pelo mundo.

Por outro, pode ser difícil encontrar um modelo condizente com as suas necessidades, principalmente em relação ao preço, ainda um pouco acima da média. Portanto, antes de dar a partida em um motor abastecido por eletricidade, é importante considerar todos esses pontos para não se frustrar com investimento feito.

Seja como for, a tendência é que um carro elétrico deixe de ser visto apenas como uma curiosidade ou mesmo como um item de luxo destinado a poucos. Por isso, vá se acostumando com a ideia de ligar o seu veículo na tomada sempre que for necessário abastecê-lo.

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