Alugar um imóvel é a alternativa de moradia para a grande parcela da população brasileira que ainda não teve acesso à casa própria. Contudo, com o consórcio imobiliário, é possível sair dessa situação de uma maneira muito simples, mesmo sem ter o dinheiro guardado.

Nesse artigo, nós vamos mostrar como o consórcio pode ajudar na conquista da casa própria. Confira!

O que é o consórcio o consórcio imobiliário?

Consórcio é uma modalidade de autofinanciamento regulamentada e fiscalizada pelo Banco Central (BC) que reúne um grupo de pessoas em torno de uma mesma intenção de compra. No caso do consórcio imobiliário, o bem desejado por todos é o imóvel.

Assim, a partir do pagamento de uma parcela mensal, que é feita durante um prazo predeterminado, os integrantes do grupo formam um fundo comum, que funciona como um caixa único.

Com esse caixa, periodicamente são adquiridos um número de imóveis, que serão entregues aos consorciados, até que todos sejam contemplados.

Formas de contemplação

Entendemos como contemplação o momento em que o consorciado recebe o direito de utilizar a carta de crédito, que é o documento que representa o valor financeiro que dará a ele a condição de comprar o imóvel. Este momento pode surgir de duas formas.

  • por sorteio do número da cota do consórcio que o participante possui;
  • por lance, que é um valor que o consorciado oferta em uma espécie de leilão que acontece durante a assembleia.
Consórcio x financiamento

Não seria melhor contratar um financiamento? Esta é uma dúvida comum que surge entre as pessoas que se veem diante da possibilidade do consórcio. Como resposta, vamos avaliar algumas questões.

Analisando apenas o aspecto financeiro, o consórcio é muito mais interessante do que o financiamento, uma vez que os consorciados pagam menos pelos imóveis que adquirem do que pagam os mutuários de financiamento.

Essa vantagem ocorre porque no consórcio não há cobrança de juros sobre o dinheiro emprestado, como ocorre com os financiamentos. Afinal, não há nenhum empréstimo ocorrendo, mas apenas um autofinanciamento que é feito pelos próprios consorciados.

Assim, o que se cobra é apenas uma taxa de administração e outros custos que, mesmo somados, são mais em conta do que os juros do financiamento.

Por outro lado, se a pessoa não tem um valor em dinheiro substancial, suficiente para dar um lance, e se ela não conseguir obter a carta de crédito por sorteio, a contemplação poderá ocorrer durante o prazo do grupo, o que significa que até lá ela deverá manter o imóvel alugado.

Cálculo das parcelas

O cálculo da prestação do consórcio leva em consideração os seguintes fatores:

  • a parcela referente ao Fundo Comum, que é a parte da prestação que vai formar o caixa necessário para a compra dos imóveis e que é calculada pela divisão do valor integral do bem pelo número de meses de duração do grupo;
  • a Taxa de Administração, que é a fração da parcela que se destina à remuneração da administradora pelos serviços de organização e gestão dos grupos;
  • o Fundo de Reserva, que se destina a montar uma reserva financeira a ser utilizada em caso de alguma eventualidade e que deve ser devolvido no final do consórcio.

Assim, apenas para efeito de exemplo, para um consórcio de 180 meses e tomando o valor do bem como base de cálculo, vamos considerar:

Fundo Comum (FC) = valor do bem = R$200 mil;
Taxa de Administração (TA) = 20% = 20 x 200.000 ÷ 100 = R$40 mil;
Fundo de Reserva (FR) = 5% = 5 x 200.000 ÷ 100 = R$10 mil;
Duração (D) = 180 meses
Portanto, o valor básico da Prestação (P) será calculado de acordo com a seguinte fórmula:
P = (FC + TA + FR) ÷ D = (200.000 + 40.000 + 10.000) ÷ 180
P = R$1.388,88
A esse valor ainda podem ser acrescidos o seguro.
A carta de crédito

Como já vimos, a carta de crédito representa o valor em dinheiro ao qual o consorciado terá direito quando for contemplado. Como as administradoras de consórcios dependem da autorização do BC para funcionarem, esse documento tem total aceitação no mercado e pode ser utilizado na compra do imóvel como se ela fosse feita em espécie.

Assim, o consorciado pode utilizar a carta para dar sinal em um negócio de maior valor ou para pagar integralmente, à vista, o imóvel cujo valor for equivalente ao crédito que recebeu.

Aliás, essa última condição é bastante interessante, uma vez que como a carta tem total liquidez, ao utilizá-la em uma compra à vista o consorciado terá a mesma força de negociação que teria caso estivesse utilizando dinheiro no pagamento do imóvel.

Vantagens de sair do aluguel com o consórcio

Além de custar menos do que os financiamentos, o consórcio imobiliário oferece ainda outras vantagens que precisam ser consideradas dentre as alternativas que você tem para sair do aluguel.

Poupança forçada

Nem todo mundo tem a disciplina que é necessária para economizar o dinheiro para a compra da casa própria. O compromisso de pagamento das parcelas do consórcio condiciona a pessoa a fazer uma poupança, com uma finalidade específica e com data certa para fazer os pagamentos. Esta é uma forma de criar a disciplina para economizar.

Sem burocracia

Ao contrário dos financiamentos imobiliários, a adesão a um consórcio é bastante simples. Para adquirir uma cota, normalmente não é preciso comprovar renda, o que se torna uma oportunidade para quem trabalha informalmente.

Flexibilidade

Existem vários planos de consórcio, prevendo prazos diferentes para as faixas de carta de crédito. Isso significa que você encontrará grande flexibilidade na hora de contratar, podendo escolher, entre as muitas opções, aquela que mais atende à sua intenção de compra.

Uso do FGTS no lance

Se você não tem uma reserva de dinheiro suficiente para dar um lance vencedor nas assembleias, o seu Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) pode ser utilizado para esta finalidade.

Transferência simplificada

Os consórcios são bem mais simples de transferir do que os financiamentos. Para tanto, basta a interveniência da administradora para que uma cota seja transferida de uma pessoa a outra de forma imediata.

Então, não tenha dúvidas! O consórcio imobiliário é uma excelente maneira para você sair do aluguel.

Agora que você já sabe como sair do aluguel para casa própria, por meio do consórcio, leia o nosso post sobre como comprar um imóvel sem passar por problemas financeiros.