O que você precisa saber sobre consórcio meia parcela?

Uma das características mais marcantes dos consórcios é a sua flexibilidade. Com isso, eles conseguem se adaptar a várias necessidades, oferecendo ao consumidor diferentes categorias. Apesar disso, essa grande variedade pode gerar confusão, o que é normal. Logo, é importante detalhar o que cada uma delas disponibiliza.

Pensando nisso, vamos esclarecer o que você precisa saber sobre o consórcio meia parcela, uma alternativa interessante para quem quer uma opção visando encaixar esse pagamento dentro do seu orçamento. Boa leitura!

O que é o consórcio meia parcela?

Todo consórcio oferece uma série de benefícios: começando com a chance de adquirir uma série de bens de alto valor de forma planejada até a possibilidade de antecipar a contemplação ofertando lances desde as primeiras parcelas.

Além disso, existem planos de consórcios em que há possibilidade de pagar parcelas com valores menores ao menos em parte do período estipulado. Essas alternativas recebem o nome de consórcio meia parcela ou de consórcios com parcelas reduzidas. Eles podem ser uma estratégia interessante em determinadas circunstâncias, além de oferecer uma série de vantagens, como vamos detalhar mais abaixo.

Como funciona esse tipo de plano?

De forma geral, um consórcio meia parcela tem a praticamente a mesma dinâmica que um consórcio normal, no qual os consorciados pagam o valor integral da parcela ao longo de toda a duração do plano.

Para recapitular, em um consórcio, os interessados em acumular o montante necessário para a compra de determinado bem se unem em um grupo. Por meio de pagamentos periódicos, o dinheiro vai sendo reunido em um fundo comum, que vai possibilitar as contemplações dos participantes para que todos possam atingir o objetivo estabelecido.

Não é preciso esperar até o final do prazo para efetivar a compra. Mensalmente são realizadas as assembleias, nas quais são definidos os consorciados contemplados, que terão acesso à carta de crédito. Essa definição acontece por meio de sorteio ou de lances.

Os lances são a forma de não depender exclusivamente da sorte para ser contemplado. Eles funcionam como uma antecipação do pagamento do consórcio. As regras de ofertas de lance variam de acordo com administradora, mas, no geral, o maior lance ofertado antes é o vencedor.

Vale sempre ressaltar que a contemplação não interrompe a obrigação do pagamento das parcelas. Elas precisam ser honradas até o final do plano, caso contrário, o consorciado ficará inadimplente e poderá até mesmo perder o bem.

Mas então o que muda em um consórcio meia parcela? Na prática, a principal alteração está na distribuição do valor da carta de crédito ao longo das parcelas. Nas administradoras que oferecem essa opção, no momento da adesão, o consorciado tem a possibilidade de escolher pagar apenas metade do valor das parcelas até o momento da contemplação, ou de acordo com outro prazo preestabelecido.

Superado esse período ou após a contemplação, o valor devido é recalculado de acordo com o saldo em aberto e o número de parcelas restantes. Em outras palavras, aqueles valores não pagos no começo são diluídos entre as parcelas que ainda serão pagas até o final.

Como comparação, nos consórcios com parcela integral, essa variação não acontece: o consorciado paga o mesmo valor do começo até o fim. A única exceção são as correções para ajustar a quantia paga às atualizações do valor da carta de crédito, procedimento que deve estar previsto em contrato.

Apesar das diferenças, consorciados de planos meia parcela e de parcelas integrais podem dividir o mesmo grupo, uma vez que, até o final, ambos terão pagado completamento os valores para o acesso à carta de crédito.

Quais são as suas vantagens?

O consórcio meia parcela oferece uma série de vantagens ao consorciado que faz essa opção no momento da adesão. Além disso, outros benefícios presentes em qualquer consórcio são mantidos, como descrevemos nos tópicos a seguir.

Organização financeira

A parcela de valor reduzido pode ser uma ferramenta interessante para quem quer colocar o orçamento em ordem sem que isso comprometa a possibilidade de investir em seu patrimônio. A alternativa permite que o comprador desembolse valores menores enquanto a contemplação não chega.

Como exemplo, alguém interessado em um imóvel para sair do aluguel pode utilizar a parcela com preço reduzido até a contemplação para incluir essa despesa no seu orçamento — enquanto ainda tem que manter o pagamento do aluguel.

Facilidade

O consórcio mantém algumas das principais vantagens de um consórcio tradicional: não é preciso gastar com uma entrada, não há cobrança de juros, e o uso do crédito pode ser feito com bastante versatilidade, dentro da categoria à qual ele pertence.

No consórcio o que existe é a taxa de administração, um percentual fixo sobre o valor da carta de crédito que é diluído ao longo de todo o prazo de pagamento do plano. Além disso, valor do bem é parcelado integralmente, o que é um excelente benefício para quem não dispõe de uma quantia em dinheiro.

Não atrapalha a contemplação

O pagamento de apenas meia parcela também não atrapalha a contemplação. Pelo contrário: como o critério básico para participar do sorteio nas assembleias é estar em dia com os pagamentos, o valor reduzido pode até mesmo ajudar, evitando que o consorciado atrase essa obrigação.

A parcela reduzida ainda oferece possibilidades de diversificar a estratégia para ofertar lances. O valor que deixa de ser desembolsado pode ser acumulado para ofertar um lance com mais chances de antecipar a contemplação.

O que levar em conta no valor da parcela do consórcio?

Por fim, é importante entender a composição do valor de um consórcio meia parcela. Um exemplo prático ajuda a entender isso.

Imagine um consórcio que tem como valor integral de R$150.000, com prazo de 96 meses, taxa de administração de 18% e fundo de reserva 2%. Numa conta simplificada, a parcela integral desse plano seria de R$1.875,00.

Já num plano meia parcela, o consorciado pagaria 50% do valor até a contemplação, o que representa R$937,50. Agora, vamos supor que a contemplação aconteça no trigésimo mês. A partir disso, a parcela será composta do valor integral + a diferença do que não havia sido pago até então.

Logo, o consorciado do nosso exemplo teria que arcar com um valor maior que o da parcela integral até o encerramento do plano. Por isso é importante avaliar bem seu planejamento financeiro e se essa opção será vantajosa para o seu objetivo.

Claro que esse exemplo é uma simplificação, já que exclui as correções monetárias. De qualquer forma, ele reforça as possibilidades de um consórcio meia parcela, que podem ser muito interessantes para consumidores que querem se planejar melhor ao fazer esse tipo de aquisição.

Quer entender mais detalhes sobre as taxas em um consórcio? Então, confira este conteúdo sobre o que são e como são cobradas as taxas de um consórcio!