8 cuidados na hora de comprar um consórcio contemplado

O consórcio é uma alternativa muito interessante para quem está procurando uma forma de fazer uma compra parcelada, com planejamento e economia.

Uma maneira de obter o crédito com maior agilidade, no entanto, é optar por comprar um consórcio contemplado. Veja, neste post, os cuidados que você deve tomar se optar por essa alternativa e outras dicas relevantes sobre o tema.

No que consiste a carta de crédito?

É preciso ter em mente que, quando uma pessoa é contemplada em um consórcio, ela tem acesso a uma carta de crédito com valor equivalente ao bem que será comprado ou do serviço contratado.

Ela pode ser obtida em uma das três situações listadas abaixo:

Quais são os cuidados ao comprar consórcio contemplado?

Quem adquire uma carta de crédito, além de pagar o valor que o cedente da cota pede, naturalmente, também deve assumir a responsabilidade sobre o consórcio. Para isso, os cuidados listados a seguir são fundamentais. Acompanhe!

A pessoa que está vendendo a cota pede, naturalmente, também deve assumir a responsabilidade sobre o consórcio, ou seja, assumindo o compromisso de pagamento das demais parcelas. Para isso, os cuidados listados a seguir são fundamentais. Acompanhe!

1. Confirme se a carta de crédito de fato existe

Os consórcios só podem ser administrados por empresas credenciadas pelo Banco Central do Brasil (BC). Portanto, uma carta de crédito deve contar com a garantia do BC. O que dá a ela total liquidez no mercado.

Porém, é preciso verificar com antecedência se de fato houve a contemplação, se o crédito que está sendo concedido realmente existe e se ele está vinculado a uma administradora de consórcios credenciada pelo BC e que tem idoneidade no mercado.

Essas precauções servem para manter você longe de fraudes e possíveis golpes, porque ninguém gosta de ver seu sonho mais distante, não é mesmo? Portanto, tenha atenção a todos os detalhes antes de fazer essa transação.

2. Conheça todas as regras do consórcio

Quem adquire uma cota de um consórcio contemplado deve assumir todas as obrigações que o antigo consorciado tinha junto ao grupo existente e à administradora.

Por isso, é essencial que a pessoa conheça todos os detalhes relativos ao funcionamento do grupo e aos pagamentos das parcelas, entre outras questões. Assim, evita surpresas negativas e algumas situações que não havia previsto.

Como mencionado, as administradoras não necessariamente estabelecem as mesmas regras na hora de transferir o consórcio. Nesse sentido, busque informações diretamente com a empresa, já que você está prestes a criar um vínculo com ela.

3. Leia o contrato

O contrato de adesão é o documento que contém todas as informações sobre os direitos do consorciado e os deveres que ele tem perante a administradora e o grupo ao qual está vinculado.

Também é ali que estão especificadas as questões relativas à taxa de administração, às regras de reajuste do consórcio, ao seguro, penalidades por inadimplência, datas das assembleias ordinárias, condições para convocação das assembleias extraordinárias, entre outros.

Ao mesmo tempo em que se beneficiará do valor representado pela carta de crédito, quem comprou a cota passa a ser o responsável pelo cumprimento de todas as cláusulas presentes no contrato de adesão. Portanto, antes de fechar o negócio, é essencial ler tudo com muita atenção e esclarecer as dúvidas junto a quem é responsável por administrar todas as operações.

4. Informe-se sobre a transferência

Como a administradora assumirá um compromisso com o novo consorciado, isso implica em pequenos trâmites burocráticos e alguns custos para a empresa. Em virtude disso, é natural que ela cobre uma taxa para fazer a transferência da cota de uma pessoa à outra. Procure saber qual o valor dessa taxa e os processos necessários para que a troca seja efetivada.

5. Tenha a certeza de que as parcelas do consórcio cabem no seu orçamento

Eventualmente, por ter dinheiro suficiente para fazer a compra, o interessado em adquirir um consórcio contemplado pode ficar entusiasmado com a possibilidade de se beneficiar da carta de crédito imediatamente, se esquecendo de que, mensalmente, terá de arcar com o pagamento das parcelas que restam.

Portanto, mesmo que você tenha dinheiro suficiente para fazer a aquisição, veja quantas parcelas faltam para o encerramento do grupo, quais os valores que elas representam e se eles estão de acordo com o que você pode pagar. Assim, você evitará que um “benefício imediato” possa se transformar em uma dor de cabeça no futuro.

6. Verifique as regras de uso da carta de crédito

Os grupos de consórcios são formados por pessoas que têm a mesma intenção de compra e que, portanto, se reúnem para a aquisição de um bem ou para a contratação de um serviço.

Portanto, as cartas de créditos que são distribuídas em um determinado grupo estão vinculadas à finalidade para a qual aquele grupo específico foi formado.

Isso significa que não basta saber o valor da carta de crédito. Quem compra uma cota de um consórcio contemplado deve procurar saber claramente, com antecedência, ao que ela dá direito a adquirir ou contratar — pode ser um imóvel, veículo, viagem, entre outros.

7. Desconfie de vantagens extremas

Como o dito popular alerta: "quando a esmola é demais, o santo desconfia". Isso também vale para a compra de cotas de consórcios contemplados. Lembre-se: você está buscando por uma solução e não por um problema.

Afinal, mesmo que esteja passando alguma necessidade, quem vende a cota normalmente não teria disposição para fazer a venda por valor muito mais baixo do que o montante que já pagou à administradora — pelo contrário, já que algumas pessoas pedem um valor muito maior. Portanto, desconfie bastante de vantagens muito grandes.

8. Certifique-se dos valores pagos na cota

Após verificar as etapas anteriores, analise os valores que já foram pagos na cota que você está interessado, para que você saiba o que realmente está pagando. Esta verificação pode ser feita por meio do extrato de pagamentos da cota que a administradora disponibiliza para o consorciado.

Dessa forma, busque por informações concretas e, de preferência, documentadas. A ideia é não confiar apenas na palavra de quem está propondo a venda. Por mais que seja alguém de confiança, a pessoa pode simplesmente se esquecer ou não frisar algum detalhe relevante, fazendo com que você se prejudique lá na frente.

O que acontece depois da contemplação?

A contemplação representa o início do processo para a liberação de uso da carta de crédito. Mas antes disso, se torna necessário escolher o bem que será adquirido e cumprir algumas exigências. Primeiramente, você deve separar a documentação necessária para que a administradora do consórcio possa fazer a análise devida.

Na prática, o consorciado deve apresentar cópias de um documento com foto (RG ou CNH), do Cadastro de Pessoa Física (CPF), do comprovante de renda e do comprovante de endereço residencial em seu próprio nome, com dados atuais.

Comprovação de renda

Durante a etapa que envolve a comprovação de renda, é solicitada a apresentação de contracheques ou de extratos de contas bancárias com movimentações dos últimos três meses. Além disso, pode ser solicitada uma cópia da carteira de trabalho e o comprovante da última declaração do imposto de renda.

Garantias

As garantias também fazem parte das exigências de comprovações até obter a carta de crédito. Isso porque, elas têm como objetivo principal assegurar que o contemplado vai seguir cumprindo com os pagamentos das parcelas que ainda restam no consórcio.

Como resultado, os outros participantes seguem confiantes diante da estrutura financeira do grupo. Mas vale ressaltar que o tipo de garantia solicitada varia conforme as regras do plano que foi contratado e do bem que vai ser adquirido.

Entre as possibilidades, o consorciado pode usar o próprio bem que será adquirido com a carta de crédito como garantia. Conforme as regras da administradora, pode ser permitido também oferecer outro bem que esteja no nome do consorciado. Assim, se torna indispensável ter documentos que comprovem a relação de posse.

Homologação

Aqui, o consorciado deve reunir todas as informações e os documentos exigidos conforme o bem ou até mesmo o serviço que deseja adquirir com a carta de crédito. Por exemplo, se a escolha for a compra de um veículo, é preciso informar o modelo, a marca, a data de fabricação, entre outros.

Agora se a opção é um automóvel usado, outras condições adicionais entram nas exigências. São o laudo da vistoria pericial e o da avaliação veicular. Quando o consorciado deseja comprar um imóvel, as condições são muito semelhantes e variam conforme o tipo escolhido e se está ainda na planta ou já finalizado.

Vale lembrar que a aquisição de imóveis permite que o consorciado use também os limites disponíveis no seu FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para a compra da casa própria. Assim, se optar por um imóvel que esteja acima do valor da carta de crédito, o valor do FGTS inativo pode ser uma excelente solução para completar a diferença.

Finalização da compra

Após o processo de homologação ser finalizado e o bem escolhido, chega o momento de realizar a compra com a carta de crédito. A administradora deve ser avisada ao final do processo de negociações com o vendedor e, depois de alinhar todas as informações conforme os seus objetivos, o pagamento é realizado.

Para quem tem uma carta de crédito disponível, a compra do bem se equipara a uma compra à vista. Ou seja, o seu poder de negociação aumenta e outras vantagens costumam surgir na hora conseguir melhores descontos. Então, pesquise todas as possibilidades envolvidas, com antecedência, para tomar a melhor decisão.

Vale lembrar que cada administradora pode fazer solicitações diferentes durante o processo de liberação do crédito. Por isso é importante verificar o que consta no seu contrato de adesão e entender com a administradora todas as etapas do processo.

Vale a pena comprar um consórcio contemplado?

Mesmo se certificando de todos os fatores elencados acima, dificilmente vale mais a pena comprar uma carta contemplada do que entrar em um grupo de consórcio desde o início. As razões para isso são as mais diversas.

Preço

Como mencionamos neste post, é comum que as cartas de crédito sejam vendidas por um preço mais alto do que, de fato, valem. Essa prática é recorrente por conta do imediatismo de quem deseja comprar, que justifica um valor elevado devido à conveniência de já ter a quantia à disposição.

Vulnerabilidade

Você pode tomar todos os cuidados possíveis e ainda assim ser vítima de alguma fraude. Ao se tornar um consorciado logo no início da formação de um grupo, você já fica sabendo de todas as condições. Isso sem contar que ainda existe a possibilidade de fazer simulações e obter todos os esclarecimentos necessários mais rapidamente.

Praticidade

Ter o crédito em mãos logo parece ser a opção mais descomplicada, certo? Na prática, porém, não é bem assim que as coisas funcionam. Você se lembra de todas as recomendações para que o processo de transferência se dê corretamente?

Saiba que participar desde o começo de um consórcio é a única forma de garantir um procedimento muito mais prático, porque você já conhecerá as normas da administradora e terá a chance de ver como o seu grupo se manifesta em relação aos lances. Essa observação pode ser muito útil a fim de antecipar a contemplação.

Não se esqueça, também, de checar a credibilidade da empresa responsável por administrar seu grupo, ok? Dê preferência àquelas que têm tradição nesse mercado e contam com o reconhecimento dos consorciados.

Comprar um consórcio contemplado é uma medida possível e, às vezes, necessária. De qualquer modo, as vantagens de entrar em um grupo em formação são ainda maiores. Caso precise do crédito de forma antecipada, programe-se para dar bons lances.

Agora que você sabe tudo o que precisa sobre a aquisição de uma carta contemplada, confira este nosso outro post com os passos para utilizar a carta de crédito do seu consórcio!