É possível comprar imóvel sem ter dinheiro guardado?

Investir no mercado imobiliário ou comprar um imóvel para se livrar do aluguel é um desejo muito comum, mas nem sempre simples de ser realizado. Infelizmente, muitas vezes o ato de poupar dinheiro se torna inviável por diferentes razões, como despesas excessivas ou um baixo salário. Nesse tipo de investimento, é preciso, antes de mais nada, saber como comprar uma casa que se valorize ao longo do tempo. Simultaneamente, surge uma dúvida crucial: seria possível comprar imóvel sem ter dinheiro guardado?

Por incrível que pareça, sim, é perfeitamente possível adquirir uma propriedade sem ter uma grande reserva financeira. Pensando em ajudá-lo a solucionar de vez essa questão, explicaremos, a seguir, três maneiras de adquirir um imóvel sem ter dinheiro guardado. Confira!

Financiando um imóvel

Uma forma de comprar imóvel sem ter dinheiro guardado é por meio de um financiamento imobiliário. Financiamentos são realizados por bancos, que pagam o valor do bem e parcelam a dívida para o comprador. Portanto, ao eleger essa modalidade de pagamento, quem está adquirindo o imóvel passa a dever para o banco. Durante o período em que a dívida está sendo quitada, o imóvel não pode ser negociado.

A vantagem de escolher essa forma de pagamento é o recebimento imediato do imóvel, e as desvantagens são as altas taxas de juros e a necessidade de oferecer um valor relativamente alto como entrada. Além disso, o valor final a se pagar pelo imóvel pode chegar ao dobro do que ele custaria à vista.

Um ponto que precisa ser observado é a escolha da instituição financeira em que o financiamento será realizado. Alguns bancos são mais populares, mas nem sempre são os que apresentam as menores taxas, por isso pesquise muito antes de fechar negócio. Se possível, liste cerca de três instituições diferentes antes de tomar sua decisão.

Participando de um consórcio de imóveis

O consórcio de imóveis, não é só uma forma de pagamento, é uma maneira de realizar um investimento. É uma excelente opção, principalmente para quem não tem muita urgência em adquirir o imóvel, mas, ainda assim, deseja se organizar para comprar.

Entrar em um consórcio é simples, basta procurar uma administradora autorizada pelo Banco Central e participar de um dos grupos por meio da compra de uma cota, que tem um valor baixo em comparação ao valor total de um imóvel.

A partir desse momento, o consorciado paga uma parcela mensal durante um período previamente estabelecido que varia de acordo com o tipo de bem e valor escolhidos.

Todos os meses são realizadas as assembleias de contemplação, onde um ou mais membros do grupo são contemplados e tem acesso à carta de crédito no valor do consórcio escolhido para a aquisição do bem.

O consórcio é uma modalidade de compra que apresenta muitas vantagens, entre elas a não obrigatoriedade de dar uma entrada, ou seja, o valor do bem é parcelado integralmente. Além disso, se destaca por não apresentar cobrança de juros. O que existe é a taxa de administração, que é um percentual da carta de crédito estabelecido previamente e diluído ao longo do prazo de pagamento.

É preciso considerar que há diferenças entre financiamento e consórcio. Na primeira modalidade, o comprador assume uma dívida e o imóvel fica alienado ao banco como garantia, o que significa que só pode ser vendido ou transferido após a quitação. Já por meio de um consórcio, por exemplo, em vez de se endividar, o comprador está poupando seu dinheiro e tem grandes chances de receber seu imóvel antes do fim do plano.

Utilizando seu FGTS como forma de pagamento

Uma alternativa para comprar imóvel sem ter dinheiro guardado é utilizar o FGTS como parte do pagamento. A sigla FGTS significa Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. No início de cada mês, o empregador deposita 8% do valor do salário em uma conta em nome do funcionário.

Portanto, o fundo é constituído pelo total dos depósitos mensais realizados pelo empregador. Os valores pertencem aos empregados, que podem utilizá-los em algumas situações, e uma delas é a compra da casa própria.

Existem, entretanto, certas condições para comprar um imóvel com FGTS. A primeira obrigação é que seja um imóvel para fins residenciais e é necessário já ter trabalhado por pelo menos 3 anos com carteira assinada, mesmo que não seja de forma contínua.

Outra exigência é que o comprador não tenha nenhum outro financiamento de habitação ativo no país e resida no município do imóvel que pretende adquirir, porém para poder utilizar o fundo, não pode possuir nenhum imóvel nessa cidade.

Nessa forma de pagamento, o teto para a compra de imóvel se limita a R$ 1,5 milhão. Se o comprador se encaixar nas regras, o FGTS pode ser utilizado como pagamento integral ou de uma parte do imóvel, ou pode servir como entrada para um financiamento ou para dar um lance ou complementar a carta de crédito em um consórcio.

Essa é uma opção muito interessante para os que buscam comprar imóvel sem ter dinheiro guardado, uma vez que o FGTS costuma ser um dinheiro que não é movimentado ou utilizado e pode colaborar na realização do sonho da casa própria.

Porém, se o valor do FGTS não for suficiente para a compra do imóvel, uma alternativa é utilizar duas formas de pagamento, aliando o FGTS e o financiamento, ou o FGTS e o consórcio.

Essas informações são primordiais para quem pretende comprar um imóvel sem passar por problemas financeiros. Portanto, é fundamental entender a diferença entre as formas de pagamento e escolher a que melhor se adapta à sua situação financeira atual.

Cuidados essenciais para quem quer comprar um imóvel

Ao aprender a comprar uma casa do jeito certo, ou seja, sem futuros arrependimentos e surpresas, você deve atentar para um conjunto de detalhes. Acredite, a lista de observações exibidas a seguir são decisivas para que você conquiste o imóvel dos sonhos de uma forma tranquila e segura.

1. Conheça o seu orçamento mensal

Um dos cuidados essenciais para quem quer comprar uma casa ou apartamento é conhecer bem o seu orçamento mensal. Tenha em mente que isso não significa apenas conhecer o valor do seu ordenado, mas, sim, conhecer efetivamente o quanto de dinheiro que sobra na sua conta todos os meses depois de arcar com os gastos fixos e que não tem como evitar.

O cálculo baseia-se em pegar o seu salário e subtrair, por exemplo, a prestação do carro, a mensalidade da escola dos seus filhos, as despesas com o plano de saúde, os juros de um eventual empréstimo, entre outros que você tiver. Em relação às despesas supérfluas, faça tudo o que puder para reduzi-las.

2. Decida onde você quer morar

Uma vez que você já tem uma boa noção do seu orçamento mensal, é hora de cruzar essa informação com o mercado imobiliário e então decidir onde você quer e pode morar. Não se esqueça de que você precisa escolher um local e um tipo de propriedade que efetivamente caiba no seu bolso e não prejudique as suas finanças.

As principais opções nesse momento são os bairros residenciais, que possuem uma estrutura mais voltada para a qualidade de vida dos moradores, e os comerciais, que geralmente são mais próximos das regiões centrais e trazem praticidade. Optar entre a dinâmica de um apartamento ou o conforto de uma casa também é essencial.

3. Pesquise tanto quanto puder

Sabendo seu orçamento, o bairro que você quer e o tipo de unidade que você prefere, é hora de procurar — e você deve fazer isso o tanto quanto puder. Utilize o poder da internet para procurar oportunidades compatíveis com a sua renda e as suas preferências nos portais imobiliários e classificados online.

Os jornais também podem ter anúncios interessantes. Não leia apenas os de grande circulação, pois os periódicos locais podem esconder verdadeiras pérolas ocultas. Se você não quer perder tempo, contar com a consultoria de profissionais qualificados e preparados como os corretores e as imobiliárias é imprescindível.

4. Fique atento aos custos extras

Muitos compradores do mercado imobiliário juntam o dinheiro com tanto afinco e procuram tanto que não hesitam em fazer uma proposta quando acham uma boa oportunidade. No entanto, eles podem ter uma surpresa desagradável no futuro, quando perceberem que aquela unidade conta com uma série de custos extras que eles não perceberam antes.

Além do valor da transação em si, é preciso considerar as outras despesas que vão além da quantia à vista ou da entrada e do financiamento. Há os gastos com a documentação e a regularização, além da taxa de condomínio, por exemplo. Também considere a instalação de telefone, internet e gás ou outros serviços que você possa precisar.

5. Pense bem ao aceitar uma reforma

A aquisição de uma unidade que necessite de pequenos reparos é o que muitas vezes torna possível conseguir comprar uma casa mesmo sem muito dinheiro guardado. Sem dúvida, trata-se de uma das principais vantagens de adquirir um imóvel para reformar. Essa possibilidade pode ser muito interessante para quem entende um pouco do setor ou tem uma profissão relacionada, como engenharia ou arquitetura.

Porém, se a intenção é encontrar um imóvel impecável, você precisa ter cuidados redobrados. Alguns gastos podem fazer com que, no fim das contas, você perca uma quantia significativa. Logo, vale a pena avaliar os itens estruturais, como a fundação e os sistemas elétricos e hidráulicos, com bastante critério e minúcia. Na hora de economizar e manter a qualidade do serviço, uma ótima solução são as reformas feitas por meio de consórcio.

6. Calcule a taxa de juros

Caso opte pelo financiamento, em vez de um consórcio de imóveis, lembre-se de que a transação de aquisição do bem estará sujeita ao acréscimo de juros. O ponto que merece sua atenção aqui é o fato de que a taxa de juros aplicada no financiamento varia entre as instituições financeiras.

Tanta variedade gera uma concorrência natural entre essas empresas. A fim de fazer um negócio vantajoso sob o ponto de vista financeiro, convém estudar as taxas de juros oferecidas. A realização de simulações de financiamento é igualmente recomendável. Assim, você descobre exatamente qual será o gasto mensal, além de projetar despesas em períodos mais longos.

7. Avalie o custo de vida na localidade

Outro fator preponderante na compra de uma casa é o custo de vida real da região onde o imóvel se localiza. Como se sabe, a definição de preço de um produto sofre uma profunda influência da área em que ele é comercializado. Entre outros critérios, o fenômeno se deve justamente à alta ou baixa valorização dos imóveis do bairro em questão.

Se o aluguel do perímetro é mais caro, por exemplo, em alguma medida isso se refletirá nos preços praticados pelos estabelecimentos comerciais locais. Na mesma linha de raciocínio, o poder aquisitivo dos moradores do bairro escolhido também afeta a política de preços das lojas. Na prática, todo o comércio existente em um bairro mantém uma coesão com o estilo de vida de seus moradores. Em outras palavras, um bairro nobre tende a ter padarias gourmets (repletas de produtos importados), boutiques de estilistas conceituados etc.

8. Estabeleça metas e reveja o estilo de vida

Planejamento é essencial para saber como comprar uma casa dos sonhos. Por mais que você não tenha dinheiro guardado para adquiri-la, é fundamental colocar a compra na sua lista de próximas conquistas. Como dissemos, você não precisa necessariamente de uma reserva financeira para se tornar o feliz proprietário de um imóvel.

Contudo, tenha em mente que o processo requer certa quantidade regular de recursos ao longo de determinado período. No consórcio imobiliário, você tem a grande vantagem de pagar mensalidades que cabem no seu bolso. Basta se organizar com calma para que nenhum dos pagamentos atrase. Se necessário, reveja seus gastos, a fim de que eles não comprometam suas novas metas financeiras.

9. Busque por alternativas para ter renda extra

Rever o estilo de vida e diminuir as compras impulsivas são ações impactantes na hora de se buscar alguma economia. Apesar de tudo isso, talvez a simulação de gastos apresente um futuro que fuja um pouco do seu atual orçamento. A solução para o problema é a geração de renda extra.

Atualmente, ter um dinheiro a mais no fim do mês é mais simples do que parece. Com a internet, o número de opções é relativamente alto. Tudo depende das suas habilidades. Você pode, por exemplo, dar aulas virtuais, oferecer serviços de consultoria, trabalhar como motorista de aplicativo etc. A venda de móveis ou aparelhos eletrônicos que não usa mais também podem dar um impulso na hora de pagar as contas.

Depois de todos esses detalhes indispensáveis a respeito de como comprar imóvel sem ter dinheiro guardado, ficou bem mais fácil realizar um grande negócio, não? Porém, talvez você ainda tenha dúvidas sobre como comprar uma casa via consórcio pode ser seguro e econômico.

Ficou pensando nisso e quer esclarecer suas dúvidas? Veja, agora mesmo, se o consórcio de imóvel é a melhor opção para você!