Na economia colaborativa, a palavra “comprar” sai de cena para dar lugar a outros verbos, como alugar, compartilhar, emprestar, doar, contribuir etc. Desse modo, as relações de consumo sofrem uma revolução à proporção que um novo senso de propriedade floresce no universo das relações humanas.

Esse fenômeno mundial configura um marco no capitalismo, uma vez que o principal comportamento social decorrente desse modelo econômico — a compra — perde sua força em determinadas relações de consumo, e cede espaço a relações mais sustentáveis, apoiadas na confiança mútua e na facilidade da internet.

A expansão tecnológica unificou as necessidades das pessoas, bem como seus anseios, expectativas, comportamentos e ideais. As crises econômicas mundiais fomentaram novas maneiras de geração de renda e, principalmente, de otimização do uso de recursos físicos, intelectuais e financeiros com visão ecológica e sustentável.

Por meio dessa conduta, é possível economizar dinheiro, refrear a produção de resíduos, agilizar na conquista de algum bem ou serviço e evitar medidas burocráticas com a aquisição de bens de valor elevado.

Portanto, se você deseja saber mais sobre economia colaborativa e ter ideias de como desfrutar dos incontáveis benefícios dessa revolução cultural, continue a leitura deste post e confira.

O que é economia colaborativa?

A economia colaborativa é uma prática econômica que garante o acesso a produtos e serviços por meio do compartilhamento. Além disso, esse conceito garante que recursos naturais não se esgotem com facilidade, priorizando a sustentabilidade e a redução de custos para todos.

Essa é uma maneira inteligente de dar poder de consumo abrangente e escalável. Do mesmo modo, o termo em inglês chamado de “sharing economy” representa uma economia de até 25% em relação aos gastos com consumo. Isso significa que as pessoas gastariam cerca de ¼ a mais se comprassem por meios convencionais.

Logo, a economia colaborativa é o arranjo ideal para quem deseja comprar, economizar e faturar com responsabilidade social e ambiental.

Como funciona?

Basicamente essa prática funciona por meio de doações, empréstimos, aluguéis e até mesmo pela recorrência. O exemplo mais evidente é o coworking, que também faz parte da economia colaborativa e é financiado por meio de assinaturas, mensalidades ou planos.

Nesse nicho, os gastos de escritório (fixos e variáveis), como aluguel, energia, internet, telefone, IPTU, manutenção e outras despesas que oneram muito para um único trabalhador/empreendedor, são diversos. Por meio do coworking, então, é possível diminuir a totalidade dessas contas, assumindo somente uma mensalidade e cláusulas firmadas em contrato.

Portanto, os pilares essa prática cooperativa são: compartilhamento de habilidades, consumo consciente e reaproveitamento de nicho com alto grau lucrativo. O ramo de vestuário é outro exemplo em evidência, pois contempla o crescimento de brechós e marcas sustentáveis, que utilizam matéria-prima biodegradável.

Quais os benefícios da economia colaborativa?

As ações da economia colaborativa são muito vantajosas por diversas razões. Conheça as principais a seguir.

Redução de impactos ambientais

A base dessa premissa é o compartilhamento mútuo, ou seja, que um indivíduo compartilhe um bem com outro, quando houver necessidade. Assim, essa economia permite a substituição de posses permanentes por aluguéis. Isto é, as pessoas não compram um produto ou bem, mas fazem somente o seu uso temporário. O resultado disso é a diminuição do consumo exacerbado, eliminando a produção de resíduos.

Acesso a novas oportunidades de trabalho e de geração de renda

Por meio desse recurso cooperativo é possível utilizar seu automóvel para transportar pessoas ou alugar sua casa (apartamento, chácara, sítio etc.) para hospedar turistas. Ao fazer isso, você estimula a economia e gera um efeito de rede, que ajuda com a redução de despesas do próximo.

Acessibilidade aumentada aos produtos e serviços

Nem todo mundo consegue comprar um carro ou uma casa. Nesse sentido, a economia colaborativa garante que mais gente tenha acesso a esses itens, sem que precisem adquiri-los de fato. É muito mais em conta alugar um veículo de passeio do que comprá-lo — ainda mais se ele não for utilizado com frequência. Essa prática democratiza o acesso das pessoas a diferentes produtos e serviços.

Quais as diferenças entre economia tradicional e economia colaborativa?

Agora que você já sabe sobre colaboração econômica, vamos recordar o conceito da economia convencional para pontuar as diferenças em ambas. A economia clássica usa recursos naturais e industriais para criar bens e serviços. Além de suprir as demandas e necessidades da sociedade meio do consumo constante. Sendo assim, o maior impasse da economia tradicional é que grande parte dos insumos são escassos e limitados, ou seja, consciência sustentável é muito discreta.

Já na economia colaborativa, existe a possibilidade de buscar alternativas por meio da reutilização desses recursos. É óbvio que ela também tenciona o lucro, mas prioriza o acesso aos bens e serviços, além de modificar a estrutura hierárquica das ações econômicas, apresentando uma distribuição em rede.

Dessa forma, o fornecedor de bens e serviços e os consumidores podem alternar seus papéis. Ao contrário da abordagem de consumo convencional, a cooperação econômica permite uma conexão maior entre as partes envolvidas no negócio.

Como desfrutar da economia colaborativa?

Existem 5 ideias interessantes que podem ser aplicadas. Confira.

1. House Sitting

Ganhando cada vez mais força no Brasil, essa modalidade de compartilhamento de residência é bastante comum em países da Europa e América do Norte. A prática consiste no proprietário cedendo a residência para que pessoas fiquem hospedadas lá durante sua ausência.

Em troca, os moradores interinos cuidarão do patrimônio, por exemplo, preservando a estrutura, limpando o jardim, alimentando os animais de estimação entre outras atividades. O período de estadia pode ser curto, um mês, por exemplo, ou mais longo, um ano ou mais.

As principais plataformas globais que viabilizam esse tipo de serviço são Mind My House e Trusted House Sitters, ambas inglesas. Por meio delas, é possível encontrar soluções econômicas e seguras para se hospedar dentro e, principalmente, fora do país, investindo bem pouco.

2. Meal sharing

No Brasil, essa modalidade de compartilhamento de refeições já começa a florescer, mas, em outros países, essa ação colaborativa já não é mais novidade há muito tempo. Por meio dela é possível encontrar cozinheiros domésticos e chefs de cozinha oferecendo refeições gratuitas nas suas próprias casas.

É necessário, porém, observar algumas regras informais para desfrutar o máximo dessa experiência gastronômica, como caprichar no perfil social e postar convites amigáveis — no caso do anfitrião —, e oferecer alguma contribuição a mais, bem como ajudar na organização — no caso do convidado.

Plataformas, como o Meal Sharing, do Camboja, têm destaque entre as muitas que promovem esse tipo de evento de confraternização. Assim, é possível fazer novas amizades e ainda conhecer a riqueza culinária de vários lugares do próprio país e do mundo.

3. Logística colaborativa

Essa modalidade de agregar valor à cadeia produtiva das empresas por meio da economia colaborativa já está presente no Brasil há alguns anos, e muitas parcerias de sucesso já garantiram que milhares de reais fossem poupados no transporte de mercadorias, mesmo entre empresas concorrentes.

À medida que as empresas perceberam que estavam desperdiçando recursos ao permitir que caminhões trafegassem vazios por longas distâncias, resolveram otimizar seus sistemas logísticos e assim compartilhar baús e carrocerias em trajetos de retorno.

Apesar de não haver uma plataforma específica que faça a gestão do relacionamento entre as empresas, os acordos corporativos são os responsáveis por assegurar a prática da logística colaborativa, principalmente envolvendo grandes players do mercado.

4. Crowdfunding

Popularmente conhecida como “vaquinha virtual”, a modalidade de crowdfunding já é bem difundida no Brasil. Nela, a economia colaborativa ocorre à medida que são arrecadados recursos financeiros de várias pessoas em prol de um objetivo comum, como um projeto cultural, uma causa social, entre outras possibilidades.

As plataformas de crowdfunding são responsáveis, essencialmente, por organizar e contabilizar as contribuições, bem como viabilizar a divulgação da campanha em mídias digitais, a fim de captar mais pessoas interessadas em participar financeiramente da causa em questão. Tudo isso ocorre de forma segura e transparente a todos os envolvidos.

Na atualidade, existem diversos tipos de crowdfunding, os quais podem ser acessados ou criados por meio de inúmeras plataformas, inclusive, nacionais. Entre elas se destacam, por exemplo, o Catarse, que é voltado para arrecadação para projetos, e a Kickante, direcionada principalmente para iniciativas de cunho social.

5. Consórcio

Essa modalidade de economia colaborativa é tipicamente brasileira. Criada na década de 60 por funcionários de uma instituição financeira, visava originalmente a aquisição coletiva de automóveis, os quais seriam sorteados entre os titulares do plano de investimento em fundo comum.

Essa modalidade de investimento, imediatamente, atraiu o interesse de muitas pessoas no país, visto que é isenta dos tradicionais juros. O que existe no consórcio é a taxa de administração, que tem um valor bem mais acessível se comparada à outras formas de aquisição parcelada. Sendo assim, foi regulamentada no final da mesma década, e ganhou força com a criação da ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio).

Desde então, a modalidade de consórcio configura uma das maneiras mais inteligentes de se adquirir valiosos bens móveis e imóveis sem grandes sacrifícios financeiros. Podem ser adquiridos, por exemplo, carros, motocicletas, caminhões, casas, apartamentos entre outros bens de grande valor.

A adimplência dos integrantes do grupo de consórcio garante que, periodicamente, os consorciados sejam contemplados e, desse modo, possam adquirir o bem ou serviço de interesse.

Devido ao crescimento das modalidades de economia colaborativa, inúmeras outras possibilidades de compartilhamento de bens, recursos e tecnologias poderiam ser citados aqui, tais como crowdsourcing, couchsurfing, time bank, social good, entre outras.

Cabe, porém, a todas as pessoas participarem desses eventos coletivos a fim de promoverem a otimização de recursos materiais, a economia financeira, o consumo sustentável e, sobretudo, a beleza da cooperação humana em torno de causas e objetivos de grande valor social e individual.

Aqui, vale reforçar que o consórcio pode ajudar você a conquistar bens e serviços, cooperando com outras pessoas em prol do mesmo objetivo. Existem empresas que prezam pelo sucesso dos seus consorciados, garantindo relacionamento, credibilidade e flexibilidade. Nesse caso, a Racon é referência.

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