É fato: com o passar do tempo, a forma como as pessoas se relacionam e até suas necessidades se alteram. Nada mais normal, portanto, que a criação de novos termos a fim de conceituar, explicar e estudar tais mudanças. Esse é justamente o caso da economia criativa. Já ouviu falar?
São 4 as áreas em que esse modelo de economia se divide:
1. consumo, englobando design, arquitetura, moda e publicidade;
2. mídias, incluindo editorial e audiovisual;
3. cultura, compreendendo patrimônio e artes, música, artes cênicas e expressões culturais;
4. tecnologia, abrangendo softwares, consultoria em tecnologia da informação, sistemas e robótica.
Neste post, vamos explicar direitinho do que se trata a economia criativa e como você pode aproveitá-la. Acompanhe!
O que é economia criativa?
De acordo com o pesquisador britânico John Howkins, o termo economia criativa se refere a atividades que resultam em indivíduos exercitando sua imaginação e explorando seu valor econômico. Engloba processos que envolvam criação, produção e distribuição de produtos e serviços, usando o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos.
Estamos falando, portanto, da capacidade de aliar criatividade e produção intelectual a fim de gerar valor econômico. Quem é que nunca adquiriu um produto ou contratou um serviço pelo modo como ele é produzido ou pelo diferencial intelectual que ele apresenta?
Vemos cada vez mais marcas de moda surgindo com o conceito artesanal, por exemplo, valorizando produtos locais e o consumo sustentável. E a verdade é que as pessoas têm se mostrado dispostas a pagar mais por uma única peça de roupa dessas lojas do que comprar várias em uma grande rede.
Qual sua importância para a geração de renda?
Embora seja algo relativamente novo, a economia criativa tem mostrado ótimos resultados e causado impactos extremamente positivos na renda dos brasileiros. Para você ter uma ideia, pesquisas indicam que o Brasil é um dos maiores mercados para a economia criativa entre os países emergentes, demonstrando crescimento acima da média mundial.
Os dados mais recentes sobre esses resultados são do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que indicam que esse tipo de negócio gerou uma riqueza de 155,6 bilhões de reais só em 2015.
A importância desse setor é tão grande que em 2012 foi criado o Decreto 7.743 instituindo a Secretaria de Economia Criativa, vinculada ao Ministério da Cultura. Posteriormente, ela foi realocada na Secretaria de Educação e Formação Artística e Cultural. Também em 2012, o Observatório de Economia Criativa foi criado para ser um local de pesquisas e difusão de dados sobre a economia criativa.
Como se difere da economia tradicional?
Enquanto a economia clássica trabalha com valores tangíveis, como petróleo, ouro e dinheiro em espécie, a economia criativa gera valor para o que inicialmente pode ser considerado insignificante, como experiência, conhecimento e cultura.
A economia criativa é baseada na diversidade, na inovação, na sustentabilidade e na inclusão social. Além disso, suas atividades levam em consideração os seguintes pontos:
- como o cliente é foco, quem atua na área conhece as necessidades de seus consumidores;
- pela produção estar em constante melhoria para deixar o cliente feliz, a qualquer momento pode surgir um novo produto ou serviço capaz de melhorar o relacionamento entre empresa e consumidor;
- o valor do produto ou serviço é calculado com base no impacto que a empresa gera na sociedade;
- a matéria-prima também está no centro das atenções, levando em conta a maneira como ela é produzida, se respeita o meio ambiente e valoriza a mão de obra, por exemplo. Toda a cadeia produtiva é importante.
A preocupação em estar próximo do consumidor e valorizar aspectos como o modo de produção e o impacto causado no meio ambiente é o que justifica a cobrança de um preço acima da média do mercado.
A economia criativa está mais preocupada com a qualidade de seus produtos e serviços do que com a quantidade comercializada; até porque é praticamente impossível produzir em grande escala sem causar impactos ao meio ambiente. Nesse sentido, a própria consciência dos consumidores está mudando: o cliente moderno prefere comprar menos, mas melhor.
Quais empresas investem na economia criativa?
Você provavelmente já deve ter visto ou até consumido algo de uma empresa que investe em economia criativa. No entanto, para ajudá-lo a entender um pouco mais sobre esse tipo de negócio, listamos aqui alguns exemplos. Confira!
Benfeitoria
A Benfeitoria é uma plataforma de financiamento coletivo cujo foco é a mobilização de recursos para projetos de impacto cultural, social, econômico e ambiental. Foi a primeira plataforma do mundo a não cobrar comissão e a primeira do Brasil a oferecer maneiras diferenciadas de financiamento coletivo.
Demodê
Essa é uma marca jovem que tem como propósito fazer roupas usando matérias-primas que respeitem a sustentabilidade ambiental e social. A Demodê se define como nordestina, orgânica e feita à mão, produzindo peças como calcinhas, calções, shorts e blusinhas com algodão 100% orgânico, que nasce colorido e é cultivado na Paraíba.
Laranjas Online
O Laranjas Online encontrou seu diferencial no frescor: eles vendem laranjas fresquinhas pela internet. O produto é colhido, ensacado no pomar e vai direto para a casa do consumidor em até 3 dias!
Que profissões estão em alta nesse cenário?
Como dissemos, a economia criativa não só está em alta como vem crescendo a todo vapor. Se você ficou interessado e quer saber como fazer parte desse movimento, fique de olho nas seguintes profissões:
- youtuber;
- roteirista;
- designer de games;
- web designer;
- diretor de arte;
- fotógrafo;
- especialista em design thinking.
Quais são as principais áreas da economia criativa?
Como apontamos antes, a economia criativa é fragmentada em quatro áreas: o consumo, as mídias, a cultura e a tecnologia.
Consumo
No consumo, estão presentes serviços de design, moda, publicidade e arquitetura, que são competências fundamentais a essa indústria, criando e enaltecendo produtos que estimulam o desejo dos consumidores.
Mídias
De maneira semelhante, a área de mídia envolve os campos editoriais e audiovisuais. De certa forma, essa é uma área que converge com a publicidade, principalmente se considerarmos a produção de conteúdos audiovisuais e publieditoriais para campanhas de marketing e publicidade.
Cultura
Em seguida, destacamos a cultura, que como sugere o nome, engloba toda a produção cultural, como obras musicais, cênicas, literárias, plásticas e muito mais. Da forma como percebemos, o ofício cultural é a fonte mais antiga da economia criativa, sendo catapultada hoje na era da tecnologia.
Tecnologia
Por fim, chegamos à mais crescente área dessa economia: a tecnologia. Aqui, destacamos a produção de softwares, jogos, sites, aplicativos e afins. Embora nem sempre sejam manifestações artísticas, toda produção tecnológica exige uma boa dose de criatividade e inovação no manuseio adequado da linguagem de programação que possibilita a criação dos sistemas, interfaces e funcionalidades.
Quais as características da economia criativa?
A economia criativa é transformadora porque revoluciona a interação entre cliente e profissional. De muitas formas, essa economia está relacionada à gig economy, que é um conceito que aponta para a popularização das jornadas autônomas e flexíveis de trabalho, como os jobs na modalidade freelance.
Autonomia profissional
Logicamente, empresas com moldes tradicionais podem aproveitar os talentos dos criativos, como os departamentos de design, marketing, publicidade, desenvolvimento e afins. No entanto, a jornada livre, autônoma e flexível costuma ser mais comum a esses profissionais, que observam que essa rotina traz ganhos importantes à qualidade de vida.
Cultura focada no cliente
Além disso, existem fatores que destacam essa economia no mercado, como a supervalorização do cliente, já que esse é o agente motor dessa economia. Assim, os profissionais criativos são responsáveis por encontrar maneiras inventivas para corresponder às expectativas do consumidor.
Como está a economia criativa no Brasil?
Mais aquecida do que nunca. Afinal de contas, falamos de uma área que sempre foi prolífera em novos talentos, sobretudo quando pensamos no Brasil. Aqui, falamos da atuação criativa na arquitetura, cinema, televisão, rádio, publicidade, dramaturgia, comunicação, moda, editoração e muito mais.
Por conta desse conjunto amplo de funções, a indústria criativa brasileira segue consistente ano após ano. Como exemplo, esse segmento gerou mais de R$ 155 bilhões em riquezas no ano de 2015. Para os anos seguintes, há muita expectativa de que esses números continuem a aumentar, sobretudo pelo aspecto da tecnologia.
Afinal de contas, a cada dia que passa, o Brasil caminha para se tornar cada vez mais competitivo nesse setor. Há um movimento consistente na formação de novos profissionais em áreas como Ciências da Computação, atraindo mentes criativas e ansiosas para mudar o mundo por meio da programação.
Na realidade, essa área também é muito oportuna por ser amplamente democrática e acessível. Isso até porque o exercício da programação não está restrito àqueles que têm diploma de graduação na área, sendo um campo do conhecimento frequentemente aprendido por meio do autodidatismo e da internet.
Se você se interessou e quer saber ainda mais sobre as novas maneiras de gerar valor e ganhar dinheiro, aproveite para ler nosso guia completo sobre a economia colaborativa!