Como todos sabem, o mundo automotivo é repleto de curiosidades. Uma das mais relevantes é a que existe em torno de como funcionam os carros automáticos.

Para quem nunca dirigiu um veículo com esse mecanismo, sempre existe a dúvida: será que vale a pena? Para descobrir a resposta, leia até o final e confira o que é câmbio automático e seus tipos e para quem é recomendável esse tipo de veículo.

O que é um carro automático?

Os carros automáticos não exigem a troca de marchas, sendo que seus modelos não contam com o pedal da embreagem. Isto é, o condutor não se preocupa com aquela velha história de dosar a embreagem e engatar as marchas na caixa de câmbio, pois só foca em acelerar e frear.

Por serem tão confortáveis, os carros automáticos estão na preferência dos motoristas, equipando até mesmo os lançamentos mais acessíveis do mercado. Em 2022, por exemplo, o câmbio manual representou apenas 37,7% dos carros novos vendidos.

O que é câmbio automático?

No câmbio automático, não há o uso da embreagem para fazer a troca de marcha, pois é feita automaticamente pelo sistema de transmissão do carro, que identifica o momento exato para executar o ajuste e mudar para a marcha adequada. A velocidade é controlada só pelo acelerador e freio.

Vale lembrar que, nos carros de câmbio manual, o motorista precisa “sentir” o momento exato da troca de marcha para pisar na embreagem com o pé esquerdo, acionar manualmente a alavanca de transmissão e mudar para a marcha adequada à situação.

Como funcionam os carros automáticos?

Os carros automáticos funcionam por meio um sistema de transmissão que percebe o melhor momento de trocar a marcha, sem o motorista precisar usar a embreagem e a alavanca da marcha para alterá-la. Essas transmissão acontece por meio de engrenagens planetárias, que se encaixam ao redor de outras.

O sistema de câmbio é um mecanismo de escala para a distribuição de torque do motor. Dessa forma, cada marcha dita a relação entre velocidade e potência. Por esse motivo, em marchas baixas, o veículo trafega em uma velocidade menor, mas trabalha com maior potência — pois é uma fase de aceleração.

Já nas marchas altas, o veículo se desloca em uma velocidade maior, mas com menor aceleração. Essa é a fase em que ele já está em pleno movimento, e a dosagem do acelerador serve para sustentar a velocidade de tráfego no padrão recomendado.

Quanto menor a rotação, menor o esforço do conjunto mecânico e, por consequência, menor o consumo de combustível.

Isso é percebido tanto em carros automáticos como nos manuais. Felizmente, essa economia também pode ser conquistada adequando seu comportamento durante a condução, em que uma tocada mais tranquila, sem acelerações ou frenagens bruscas, ajuda você a ampliar a autonomia do carro.

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Quais são os tipos de câmbios automáticos?

Os tipos de câmbios automáticos são o sistema automático convencional, mais robusto e preciso; o CVT (Continuously Variable Transmissions), mais comum em carros híbridos; e o câmbio automatizado, que funciona por um sistema eletrônico, que é de difícil manutenção e exige troca constante de peças.

Confira a seguir, em mais detalhes, quais são os tipos de câmbios automáticos e suas principais características.

Sistema automático convencional

O sistema automático convencional funciona via conversor de torque aliado ao câmbio, com discos que se movimentam pela pressão do óleo. Ele é mais robusto, mais preciso e de fácil manutenção.

Sistema CVT

Já o sistema chamado CVT (Continuously Variable Transmissions), mais comum em carros híbridos, como o Toyota Prius, apoia-se em polias cônicas ligadas a uma correia. Não é tão robusto como o automático convencional, apesar de ser bastante eficiente.

Sistema automatizado

Há, ainda, o câmbio automatizado, no qual um sistema eletrônico assume o controle da embreagem e da troca de marchas.

O preço do veículo é mais vantajoso, mas ainda há poucos profissionais habilitados para sua manutenção. Por sinal, alguns componentes precisam ser trocados com mais frequência.

Quais são as vantagens do câmbio automático?

As maiores vantagens do câmbio automático são relacionadas ao conforto, pois a condução é mais fácil e prática; à performance, porque os carros mais atuais não roubam a potência do motor como antes de 2010; e à praticidade, afinal, não há embreagem, sendo uma excelente opção para quem é recém-motorista.

Veja mais informações sobre o que faz os carros automáticos serem tão atrativos no mercado!

Conforto

Carros automáticos são mais confortáveis na cidade e na rodovia durante uma viagem, pois a condução se torna muito mais simples quando você não precisa utilizar a embreagem.

Além dessa percepção, é importante destacar um cenário excepcional: os congestionamentos. O horário de pico nas grandes metrópoles pode ser chato para todo mundo.

No entanto, o câmbio automático reduz uma parte considerável do “anda e para” de um trânsito lotado. Nesse exemplo, basta acelerar e frear, sem repetir o engate de marchas e embreagem a cada pequeno deslocamento.

Performance

Por muito tempo, os carros automáticos carregaram a má fama de serem gastões e menos potentes. Até certo ponto, isso era verdade, sobretudo nos veículos fabricados anteriormente ao ano de 2010.

Por outro lado, as montadoras estão sempre modernizando seus projetos, fazendo com que os câmbios automáticos não roubem a potência do motor como antigamente.

Em certos casos, o câmbio automático torna o carro ainda mais esportivo, como é o caso dos modelos com dupla embreagem. Nesses veículos, a troca é absolutamente instantânea, minimizando qualquer engasgo sentido na condução.

Praticidade

Sem sombra de dúvidas, os carros automáticos são as melhores opções para quem acabou de comprar seu primeiro carro.

As trocas automáticas diminuem drasticamente a dificuldade para quem nunca conduziu um veículo fora da autoescola, deixando a experiência bem mais fácil e intuitiva.

Quais as características de carros automáticos?

A característica mais notável do carro automático é a falta de um pedal, o da embreagem, existindo apenas o do acelerador e freio. Ou seja: o pé esquerdo pode ficar relaxado, pois não há função para ele nesse tipo de sistema automático.

O motor de um carro automático raramente “morre”, já que o encaixe das marchas não depende de ação humana. Quem está no comando da mudança de marchas é o próprio veículo e não o motorista.

Outro ponto é que os câmbios manuais sofrem desgastes pelo mau uso do sistema, o que não acontece nos automáticos. Isso significa que as manutenções dos automáticos são menos frequentes, apesar de mais caras.

É bom ressaltar que o carro automático pode consumir mais combustível que o manual, devido à troca de marcha em alta rotação. Porém, os avanços tecnológicos dos modelos mais modernos já conseguem manter a rotação praticamente inalterada nas trocas de marcha, reduzindo o consumo.

Para quem é recomendável carros automáticos?

Os carros automáticos são indicados para quem encara o trânsito complicado dos grandes centros urbanos diariamente e precisa do conforto de não ter que trocar de marcha a todo momento, como acontece com os carros manuais. Além disso, são recomendados para pessoas com mobilidade prejudicada e limitações de coordenação motora.

A propósito, dirigir um veículo automático é bem mais simples, o que deixa a direção também mais confortável e segura.

Como usar o câmbio automático?

Agora que você já entendeu como funcionam os carros automáticos, está na hora de saber como dirigir um deles. Para começar, observe as letras e os números indicando as diferentes posições da alavanca:

  • P vem do inglês "park", que significa "estacionar". Nessa posição, as rodas de tração estarão bloqueadas;
  • R do inglês "reverse", é a posição de marcha à ré;
  • N de "neutral", é o ponto morto. Nessa posição, as rodas de tração não estarão bloqueadas;
  • D da palavra inglesa "drive", é a posição para dirigir;
  • 4 - 3 - 2 - 1 (L) são posições que bloqueiam as marchas, impedindo que o veículo faça a troca automaticamente.

Como dirigir um carro com câmbio automático?

Para dirigir, é bastante simples:

  1. de início, a posição da alavanca estará no P (park);
  2. pressione o pedal esquerdo com seu pé direito, que é o do freio;
  3. ligue o carro usando a chave de ignição ou o botão de acionar o motor;
  4. com o pé ainda no freio, mude a alavanca da posição P para D se quiser mover o carro para a frente, ou R, se for dar marcha à ré.

Estando na posição D e com o carro em movimento, basta controlar a velocidade com os pedais de acelerador e de freio. Tal posição pode ser mantida mesmo em paradas rápidas, como em um sinal de trânsito fechado.

Enquanto o veículo estiver se movimentando, o câmbio automático vai selecionar a marcha correta para diferentes situações, fazendo todo o trabalho para você. No final do trajeto, com o carro parado, mantenha o pé no pedal do freio, mude a alavanca para P e desligue a ignição.

Alguns modelos de carro automático também apresentam a opção de selecionar primeira ou segunda marcha. É um recurso útil em situações em que é preciso “segurar” o carro em velocidade mais baixa, como ao descer uma ladeira, por exemplo.

Lembre-se que a posição R, para dar marcha à ré, só pode ser ativada com o veículo parado.

Como é a manutenção de carros automáticos?

De maneira geral, a manutenção dos câmbios automáticos é simples, incluindo o procedimento de manutenção preventiva, realizado por um profissional mecânico, e a substituição do óleo.

Além disso, é importante desmistificar algumas velhas ideias no mercado:

  • “Carro automático quebra fácil”;
  • “Câmbio automático deixa o carro lento”;
  • “Os modelos automáticos são beberrões”.

Atualmente, a engenharia mecânica já oferece excelentes caixas de câmbio em todas as montadoras, até mesmo nos modelos mais populares.

Isso significa que não há tanto roubo de torque do motor e que, com as velocidades bem-escalonadas, esses modelos conseguem fazer excelentes médias de consumo, ultrapassando os 13 km/l.

Outra noção a ser combatida é “carro automático quebra fácil”. Essa é uma ideia errada e distorcida. Na realidade, câmbios automáticos são mais propensos a problemas se o dono do veículo for negligente com a sua manutenção, principalmente com os procedimentos preventivos.

Assim como qualquer outro conjunto mecânico, os modelos automáticos exigem cuidados especiais, mas nada que encareça de maneira substancial os custos fixos de manutenção. Se bem cuidados, esses modelos são tão duráveis e práticos quanto os equipados com câmbios manuais.

Quanto custa a manutenção de carros automáticos?

Por fim, há a ideia de que o custo de manutenção é super alto, mas, novamente, isso não reflete a realidade. O custo tende sim a ser mais alto que a manutenção de um mesmo modelo de câmbio manual, mas apenas pela maior quantidade de componentes envolvidos.

Em câmbios mais robustos, conhecidos há décadas pelo mercado nacional e internacional, como o Tiptronic da Volkswagen e os AT4 e AT5 de montadoras como Toyota e Honda, a confiabilidade é imensa, bastando o proprietário obedecer ao calendário de manutenções para que tudo saia como previsto.

Quais os sinais de que a manutenção é necessária?

Existem 5 indicadores que podem apontar a necessidade de uma manutenção no carro automático: data da manutenção preventiva, superaquecimento do câmbio, luz no painel de notificações, ruídos estranhos e o câmbio patinando.

Data da manutenção preventiva

O primeiro indicador é a data de uma manutenção preventiva. Ou seja, se você tem um agendamento programado para um procedimento preventivo, é hora de levar o carro para a oficina, ponto final.

A manutenção preventiva não vai necessariamente corrigir um problema existente, apenas avaliar o desgaste do componente, substituir o óleo e garantir que tudo esteja em boas condições, realizando trocas e intervenções apenas se necessário.

Superaquecimento do câmbio

Um segundo sintoma de que chegou a hora da manutenção é se está ocorrendo o superaquecimento do câmbio. Isso é percebido por conta de um odor adocicado que emana da região do câmbio, acusando o aquecimento exagerado do óleo.

A recomendação é parar o veículo por um momento, deixar que a caixa esfrie e partir para uma oficina mecânica para realizar a manutenção corretiva.

Luz no painel de notificações

O sintoma mais intuitivo de todos é a luz no painel de notificações. Em modelos mais convencionais, a luz sugere problemas no motor, indicando a necessidade de ir à oficina.

Em modelos com diagnósticos mais sofisticados, a indicação já aponta que há um problema especificamente na caixa de câmbio.

Ruídos estranhos e câmbio patinando

Para completar, os dois últimos indicadores são os ruídos estranhos e o câmbio patinando. Além de desconfortáveis, ambos os problemas podem prejudicar severamente o veículo caso não sejam rapidamente avaliados.

Novamente, a recomendação é partir para o pátio de uma oficina de sua confiança!

Leia também: Como saber se os barulhos de carro indicam problemas sérios?

Como evitar problemas no câmbio automático?

Com algumas ações relevantes, você estende a durabilidade do seu câmbio automático, protegendo-o de desgastes desnecessários. Veja algumas dessas ações necessárias a seguir!

Siga o calendário de manutenções preventivas

A primeira ação que precisamos destacar é obedecer às datas de manutenção do automóvel. Isso porque a durabilidade da transmissão automática está ligada à atenção e ao cuidado que o condutor tem com o veículo.

Sendo assim, o mais indicado é fazer a consulta das tabelas de manutenção do manual do proprietário, para saber quais são os prazos para troca de filtro e do fluido hidráulico, por exemplo.

É preciso lembrar que, quanto mais lubrificação, menor vai ser o desgaste. Pelo mesmo motivo, outro ponto que recomendamos é corrigir vazamentos o quanto antes.

Não se esqueça de que, mesmo sendo um problema bem pequeno, é preciso contar com um especialista para evitar danos no câmbio ao desmontá-lo e montá-lo novamente.

Não engate a ré com o veículo em movimento

Todos cometem erros, não é mesmo? Muitas vezes, o motorista está apressado ou nervoso e acaba não tendo paciência de parar o veículo totalmente antes de mudar para o “R” e engatar a ré.

Mas é importante ter em mente que isso causa avarias na transmissão, tanto na automática quanto na manual, prejudicando os componentes.

Quando você muda entre marchas opostas sem parar totalmente o veículo, você usa a transmissão para parar o automóvel, e não os freios.

Portanto, o ideal é não fazer a troca das marchas com o carro ainda em movimento. Esse hábito ruim pode demandar consertos, que saem bem caro para o bolso.

Faça as trocas de óleo nos períodos indicados

É imprescindível que a troca de óleo do câmbio automático seja feita sempre que for necessário. Para algumas marcas, o indicado é fazer a troca a cada 30 mil quilômetros rodados. Fazendo isso, a máquina sempre vai permanecer renovada e, claro, as chances de ter problemas são mínimas.

Saiba que a troca de óleo é fundamental para todos os automóveis, pois é um fluido extremamente relevante, afinal, é ele que mantém os componentes do câmbio lubrificados.

Tenha atenção ao escolher a oficina

Como estamos falando de uma transmissão mais complexa, que depende de inúmeros sistemas para que funcione adequadamente, é importante escolher a oficina com bastante cuidado.

O ideal é que você busque indicações. Tente encontrar pessoas que têm veículos com câmbio automático, fizeram o reparo com determinada oficina e aprovaram o serviço.

Cheque o nível do radiador periodicamente

É preciso verificar o nível do líquido do radiador de forma periódica. Isso porque a função desse líquido é manter o motor refrigerado e a temperatura ideal dos outros componentes, e claro que o fluido das transmissões automáticas é um desses componentes.

Então, se faltar água, o motor do veículo pode ferver, o câmbio pode ficar superaquecido e, com isso, os componentes vão ser prejudicados.

Vale lembrar que essa é uma particularidade desse tipo de câmbio, pois o manual não apresenta esse problema. Logo, o cuidado deve existir para não ter problemas.

Saiba mais: Qual é o papel do radiador do carro e como prolongar sua vida útil?

Vale a pena comprar um carro automático?

Atualmente, os carros automáticos são tão econômicos e performáticos quanto os manuais. Logo, cabe a você decidir entre o que escolher: a sensação purista de uma condução manual ou a praticidade do automático.

Se você pega bastante trânsito e costuma fazer viagens mais curtas, o carro automático é uma boa opção. Lembre-se de pesquisar bastante sobre os modelos disponíveis e quais atendem melhor seu perfil, suas necessidades e, claro, seu bolso.

Mas, se o assunto for dinheiro, recomendamos entender como funciona o consórcio de carros automáticos e suas vantagens. Você pode escolher entre parcelas reduzidas e integrais, além do prazo que deseja pagar.

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Recomendamos a leitura do nosso artigo especial sobre o tema, em que listamos as melhores marcas no quesito de conforto aos passageiros!