O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, mais conhecido como IPCA, é figurinha carimbada nos noticiários quando o assunto é a economia do país, além de ser um excelente medidor para o seu planejamento financeiro.

Porém, embora o nome não seja um completo desconhecido, ainda há muita gente que não entende muito bem o funcionamento de tal índice, como ele é utilizado pelo governo ou qual é o real impacto do IPCA na rotina do brasileiro.

Foi pensando nisso que criamos este post. Aqui, nós tiramos todas as suas dúvidas a respeito do assunto. Confira!

Entenda o que é o IPCA

O IPCA é um índice utilizado pelo governo brasileiro, desde 1980, para medir oficialmente a inflação no país. Por isso, ele reflete o custo de vida das famílias com renda mensal que vai de 1 a 40 salários mínimos.

É por meio da medição do IPCA que o consumidor consegue medir o seu poder de compra. Quando o índice está alto e, consequentemente, a inflação também, o seu dinheiro vale menos nesse determinado período. Por outro lado, quando ele cai, o brasileiro sofre menos com as taxas de juros e variações no mercado.

Saiba como o IPCA é calculado

Como o próprio nome diz, o IPCA é um índice que mede os preços que estão sendo praticados no mercado e que são entregues para o consumidor final.

Sendo assim, os pesquisadores do IBGE fazem um levantamento mensal, de cerca de 430 mil preços, em 30 mil locais, nas seguintes áreas urbanas do país:

  • Curitiba;
  • Belém;
  • Belo Horizonte;
  • Porto Alegre;
  • São Paulo;
  • Recife;
  • Fortaleza;
  • Rio de Janeiro;
  • Salvador;
  • São Luís;
  • Campo Grande;
  • Rio Branco;
  • Distrito Federal.

A pesquisa também é realizada levando em consideração os grupos de produtos, sendo que cada um deles representa um peso distinto na hora de calcular o índice do IPCA, conforme elencado a seguir:

  • alimentação e bebidas (23,12%);
  • transportes ( 20,54%);
  • artigos de residência (4,69%);
  • comunicação (4,96);
  • despesas pessoais (9,94%);
  • habitação (14,62);
  • saúde e cuidados pessoais (11,09%)
  • vestuário (6,67%);
  • educação (4,37%).

No final do levantamento, os pesquisadores comparam os preços medidos naquele período com o do anterior para constatarem se houve aumento, diminuição ou manutenção da inflação. Uma curiosidade é que a maior variação mensal já registrada pelo IBGE foi em março de 1990, batendo 82.39%, enquanto a menor aconteceu em agosto de 1998, com -0.51%.

Outros tipos de IPCA

Embora o IPCA seja o nome mais conhecido do público em geral, há outras variações desse índice, como IPCA-E e o IPCA-15.

O IPCA-E é o índice de preços ao consumidor amplo especial. Ele apresenta a mesma metodologia de cálculo do IPCA, apresentando as seguintes diferenças:

  • o período de coleta está compreendido entre o dia 16 e o dia 15 do mês seguinte;
  • a abrangência geográfica do IPCA-E é menor;
  • ele é divulgado no fim de cada trimestre;
  • ele é utilizado para os reajustes do IPTU.

Já o IPCA-15 passou a ser divulgado em 2000 e mede a variação de preços no setor varejista, a fim de acompanhar o custo de vida da população. A sua medição ocorre no mesmo período que o IPCA-E e, por isso, ele é considerado uma prévia do IPCA, sendo que o governo acaba tendo a divulgação de um dos índices a cada 15 dias.

Diferença entre IPCA e INPC

O INPC, é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor e é utilizado junto com o IPCA para medir a inflação. Porém, enquanto o IPCA engloba uma parcela maior da população, o INPC mede o custo de vida médio apenas das famílias cuja renda mensal varia de 1 a 5 salários mínimos.

O motivo de haver um índice específico para eles é que esse grupo da população é mais sensível às variações de preços, uma vez que a maior parte da sua renda é consumida por itens básicos, como alimentação, transporte e remédios.

O impacto do IPCA em seus investimentos

Sendo o IPCA o índice utilizado pelo governo para medir a inflação no país, ele causa bastante impacto nos investimentos financeiros e, por isso, é necessário ficar atento aos seus ativos.

Para que você tenha um bom retorno, é necessário que a taxa de rendimento seja, pelo menos, superior à inflação. É por isso que a poupança, bastante utilizada pelos brasileiros, não costuma ser recomendada pelos especialistas.

Para ajudá-lo a entender mais sobre o assunto, separamos, nos tópicos abaixo, alguns investimentos que são impactados positivamente pelo aumento do IPCA.

Tesouro Direto

O Tesouro Direto é conhecido como um investimento para quem tem o perfil mais conservador e está começando a construir a sua reserva de emergência. No entanto, mesmo ele sendo relativamente seguro, vale a pena levar em consideração alguns aspectos que são primordiais para ter um bom retorno.

Quando a inflação está alta, aderir ao Tesouro é uma ótima opção. O Tesouro Selic, por exemplo, tem os seus rendimentos atrelados à taxa básica de juros da economia e o IPCA + remunera a porcentagem do IPCA no período da aplicação acrescido de uma taxa fixada. Logo, quanto mais alto for o índice, melhor será para os seus rendimentos.

LCI e LCA

LCI e LCA são Letras de Crédito, sendo a primeira voltada ao setor imobiliário e a segunda ao agronegócio. Esses certificados são emitidos pelas instituições a fim de conceder crédito para os segmentos específicos.

O rendimento deles pode estar atrelado ao CDI (que é um índice de juros que acompanha a Selic) e, em algumas modalidades, ao IPCA. Portanto, com a inflação em alta a possibilidade de ter maiores rendimentos também aumenta.

Fundos de investimentos

Os fundos de investimento que atrelam os seus rendimentos ao IPCA são atingidos positivamente pela alta do índice e, por isso, são boas opções. Contudo, é preciso estar atento às taxas que são cobradas para a administração e a manutenção da cota.

Consórcio

O consórcio também pode ser impactado pelo IPCA. Como a ideia é manter o poder de compra do consorciado, determinados índices são aplicados para que a carta de crédito não fique defasada.

Em casos onde o reajuste do consorcio é realizado de acordo com as alterações de valores de um bem referencial, o IPCA pode ter influência.

Quem viveu no início dos anos 90, antes da implantação do Plano Real, e sofreu com a inflação descontrolada sabe a importância de índices como o IPCA. Além de servirem como guia para medir a saúde econômica do país, eles também auxiliam o governo a adotar medidas preventivas antes que os preços saiam do controle. Por isso, é importante estar atento aos noticiários e às variações das taxas.

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