Conhecer as diferenças entre financiamento, consórcio e empréstimo é um cuidado obrigatório para quem deseja buscar crédito. O compromisso de médio e longo prazo impacta seu orçamento e sua qualidade de vida. Além disso, pode em vez de realizar seus sonhos, se tornar um pesadelo.

Por isso, é mais que importante que você conheça as opções que tem, entendendo quais são suas diferenças e tomando o cuidado de não optar pelo mais caro.

Saiba agora as características de três modalidades de crédito e escolha aquela que é mais econômica e melhor para seu bolso!

O que torna uma dívida mais cara que outra?

Quando se fala em uma “dívida cara”, muita gente pensa primeiro no valor total. Essa ideia é totalmente equivocada. O que faz com que uma opção de crédito seja mais cara que outra são os juros.

Os juros são, falando de forma simples e direta, o preço que você paga pelo dinheiro. Se você fecha um negócio com o banco — como um empréstimo — ele cobra uma diferença.

Operações com taxas altas de juros são aquelas mais difíceis de pagar. Veja, por exemplo, o cartão de crédito: se você não paga totalmente uma fatura, no outro mês deve quitar a diferença.

Esse saldo devedor aumenta de acordo com um dos juros mais altos do mercado. Para você ter uma ideia, esse valor pode superar 800% ao ano. Você não leu e nem nós escrevemos errado. Se você deixar de pagar uma fatura de R$ 500, em um ano, sua dívida vai ser maior que R$ 4.000.

Por isso, dívidas no cartão causam tanto aquele efeito bola de neve — quanto mais tempo passa, mais difícil fica de quitá-las.

Por que existem diferenças de juros?

Quem empresta quer receber de volta, certo? Por isso, bancos e financeiras pedem recursos extras para garantir que o cliente honre seu compromisso. São exemplos:

  • aval de terceiros (fiadores);
  • desconto na folha de pagamento;
  • alienação de veículo ou imóvel.

Garantias reais são bens, que podem ser tomados do cliente inadimplente por meios judiciais. Entre os empréstimos e financiamentos, são elas que oferecem taxas de juros menores.

Quanto mais incerta for a garantia, maior os juros definidos pelo banco.

Quais as diferenças entre financiamento, consórcio e empréstimo?

Para começar, vamos esclarecer que o consórcio não é “dinheiro emprestado”. É o seu próprio recurso. Junto com o de outros consorciados, ele constrói um fundo, que permite conceder crédito aos participantes de um grupo. Essa é uma forma de consumo colaborativo e consciente — a gente logo vai ver o por quê.

Posto isso, vamos diferenciar cada modalidade de crédito:

Financiamento

É aquele que é concedido pela instituição financeira com uma finalidade específica. Você financia um imóvel ou um veículo, por exemplo. Para que isso aconteça, o banco avalia esse bem e exige que ele seja deixado em garantia durante todo o prazo de pagamento.

Você pode utilizá-lo normalmente, como se já fosse seu — mas, na verdade, ele não é. No documento do bem, fica registrada a alienação fiduciária, que é uma espécie de vínculo com o banco.

Seria como ter a seguinte mensagem: “esse bem está vinculado ao banco tal e não pode ser vendido, negociado ou transferido” — não são essas as palavras exatas, ok? Portanto, até quitar todo o saldo devedor, você não pode trocar o objeto do financiamento por outro.

Confira alguns exemplos de taxas retiradas do site do Banco Central:

  • financiamento imobiliário: entre 11,50% e 20,98% ao ano;
  • leasing de veículos: entre 15,60% e 28,99% ao ano.

Vale lembrar que nos consórcios e financiamentos os bancos cobram taxas como a Tarifa de Abertura de Crédito (TAC), taxa de avaliação do imóvel e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que também encarecem o crédito.

Empréstimo

A diferença principal do empréstimo é o seu fim. Quando você pega dinheiro emprestado com um banco, não precisa informar qual a destinação. Você pode gastá-lo como bem entender! Além disso, se você já tiver um relacionamento com aquela instituição, pode reduzir a burocracia.

Mas essa facilidade costuma ter um preço alto: as taxas de juros dos empréstimos são bastante elevadas e podem ser quase tão difíceis de quitar quanto às dívidas com cheque especial e cartão de crédito.

Dependendo da garantia, esse custo vai variar um pouco. Os empréstimos consignados, por exemplo, dão mais segurança ao banco, pois as prestações são debitadas da folha de pagamento. Mas eles só estão disponíveis para aposentados e pensionistas do INSS, funcionários públicos e empregados de empresas conveniadas com o banco.

Acontece que, mesmo assim, as taxas são um pouco salgadas. Veja alguns exemplos (de acordo com as informações do Banco Central):

  • crédito pessoal não consignado: de 9,80% a 966,72% ao ano;
  • crédito consignado pelo INSS: de 22,35% a 35,98% ao ano;
  • crédito consignado para funcionários públicos: de 18,83% a 85,95% ao ano;
  • crédito consignado para funcionários privados: de 16,18% a 89,74% ao ano.

Consórcio

O consórcio é uma modalidade de compra programada. De forma didática, podemos dizer que se trata de uma modalidade financeira em que um grupo de pessoas (físicas e/ou jurídicas) se unem para formar um fundo no intuito de adquirir bens de mesma natureza.

Este fundo será administrado por uma empresa, a qual se responsabilizará pela gestão dos valores e contemplação da carta de crédito nas assembleias periódicas.

Como você não está tomando dinheiro emprestado, o consórcio não tem juros. As principais taxas de um consórcio costumam se dividir em quatro tipos diferentes de pagamentos, sendo eles:

  • o fundo comum;
  • a taxa de administração;
  • o fundo de reserva;
  • o seguro.

O fundo comum é o valor que todo consorciado paga para formar um fundo destinado a aquisição de um bem, que servirá para compor o saldo para as contemplações mensais. A contribuição mensal do fundo comum é obtida mediantes um percentual (%) sobre o valor do crédito contratado.

A taxa de administração é o valor cobrado para administrar os grupos de consórcio. Não devemos confundi-la com os juros cobrados nas modalidades de financiamento. A administradora de consórcio é livre para fixar seu percentual. Vale lembrar que a administradora deve ser autorizada e credenciada pelo Banco Central do Brasil (BACEN).

O fundo reserva é destinado a proteger o funcionamento do grupo cobrindo eventuais inadimplências e outras despesas relacionadas aos consorciados/grupos, como, por exemplo, custas de cobrança de inadimplência.

O seguro de vida é um benefício para consorciados ou herdeiros no caso de algum sinistro.

Como escolher a melhor opção?

A melhor opção é sempre a mais econômica, não é mesmo? Aqui, cabe um conselho: procure sempre ter muito planejamento financeiro. Assim, você não precisa apelar para opções de crédito caras. Quem busca empréstimo geralmente precisa de dinheiro com urgência, por isso se submete a juros altos.

Se você poupa dinheiro e faz planos para o futuro, pode muito bem fazer um consórcio e conquistar seu patrimônio com segurança e sem abrir mão da estabilidade financeira.

Leia também o nosso infográfico que, de forma clara e objetiva, explica as principais diferenças entre o consórcio e o financiamento.
cta-consorcio-x-financiamento-entenda-qual-e-a-melhor-opcao