Realizar o sonho da casa própria, comprar um carro novo ou trocar aquele eletrodoméstico antigo: diversos objetivos exigem um investimento alto. Diante deste fato, surge a dúvida: qual a melhor forma de compra? Consórcio, financiamento ou empréstimo?

O compromisso de médio e longo prazo impacta seu orçamento e sua qualidade de vida. Além disso, pode, em vez de realizar seus sonhos, se tornar um pesadelo.

Por isso, é importante conhecer suas opções e entender quais são suas diferenças. Ter as informações em mãos ajuda a não optar pelo que sai mais caro.

Saiba agora as características de três modalidades de crédito e descubra aquela que é mais econômica e melhor para seu bolso!

Como funciona o financiamento?

Para fazer um financiamento, o primeiro passo é escolher uma instituição financeira. Em seguida, você fornece informações sobre o que deseja comprar, sua renda e seus bens.

Para entender melhor como funciona, o financiamento pode ser, por exemplo, de um imóvel ou um veículo. Para realizar a compra, o banco avalia esse bem e exige que seja deixado em garantia durante todo o prazo de pagamento.

Você pode utilizá-lo normalmente, como se já fosse seu — mas, na verdade, ele não é. No documento do bem, fica registrada a alienação fiduciária, que é uma espécie de vínculo com o banco.

Seria como ter a seguinte mensagem: “esse bem está vinculado ao banco “tal” e não pode ser vendido, negociado ou transferido” — não são essas as palavras exatas, ok? Portanto, até quitar todo o saldo devedor, você não pode trocar o objeto do financiamento por outro.

As parcelas do financiamento são compostas pelo valor principal do crédito, pelos juros e por outras taxas, como seguros e tarifas.

Os valores dos juros variam de acordo com a instituição, o prazo de pagamento e o tipo de bem.

Confira alguns exemplos de taxas retiradas do site do Banco Central:

  • financiamento imobiliário: entre 10,75% e 26,40% ao ano;
  • aquisição de veículos: entre 12,29% e 56,22% ao ano.

Os bancos também cobram a Tarifa de Abertura de Crédito (TAC), a taxa de avaliação do imóvel e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que encarecem o crédito.

Aliás, sem o pagamento das parcelas em dia, ainda há o risco de perder o bem financiado.

E como funciona o empréstimo? Continue a leitura para entender.

Como funciona o empréstimo?

A diferença principal entre o financiamento e o empréstimo é que quando o dinheiro é emprestado de um banco, não é necessário informar qual será seu uso. Dá para gastá-lo como bem entender! Além disso, se você já tiver um relacionamento com aquela instituição, a burocracia é menor.

Mas essa facilidade costuma ter um preço alto: as taxas de juros dos empréstimos são bastante elevadas e quase tão difíceis de quitar quanto às dívidas com cheque especial e cartão de crédito.

De acordo com a garantia, o custo varia um pouco. Os empréstimos consignados, por exemplo, dão mais segurança ao banco, pois há o débito das prestações na folha de pagamento. Mas o produto só está disponível para aposentados e pensionistas do INSS, funcionários públicos e empregados de empresas conveniadas com o banco.

Acontece que, mesmo assim, as taxas são um pouco salgadas. Veja alguns exemplos (de acordo com as informações do Banco Central):

  • crédito pessoal não consignado: de 1,21% a 963,41% ao ano;
  • crédito consignado pelo INSS: de 20,18% a 33,66% ao ano;
  • crédito consignado para funcionários públicos: de 19,43% a 92,99% ao ano;
  • crédito consignado para funcionários privados: de 19,08% a 126,77% ao ano.

O custo dos juros depende do tipo de empréstimo, do valor, do prazo de pagamento e do seu perfil de crédito.

Agora sim, explicamos a principal diferença entre consórcio, financiamento e empréstimo. Confira!

Entenda melhor sobre os juros de empréstimos e financiamentos

A maior diferença entre as taxas cobradas pelo consórcio, financiamento ou empréstimo, é que somente as modalidades ligadas às instituições financeiras incluem juros. O consórcio não, pois contém apenas as taxas de administração.

Os juros são, de forma simples e direta, o preço que você paga pelo dinheiro. Se você fecha um negócio com o banco — como o empréstimo e o financiamento — a instituição cobra uma diferença.

Operações com taxas altas de juros são as mais difíceis de pagar. Veja, por exemplo, o cartão de crédito: se você não paga totalmente uma fatura, no outro mês deve quitar a diferença.

O saldo devedor aumenta de acordo com um dos juros mais altos do mercado. Para você ter uma ideia, esse valor pode superar 800% ao ano. Você não leu e nem nós escrevemos errado. Se você deixar de pagar uma fatura de R$500, em um ano, sua dívida vai ser maior que R$4.000.

Ou seja, para evitar qualquer problema financeiro, é essencial ter a garantia de que o valor completo será pago.

Agora, antes de tomar sua decisão, vamos ver também como funciona o consórcio.

Como funciona o consórcio?

Para começar, vale ter em mente que o consórcio não é “dinheiro emprestado”, como a opção anterior. É o seu próprio recurso!

Mas como assim?

Junto com os recursos de outros consorciados, há a construção de um fundo, que permite conceder crédito aos participantes de um grupo. Essa é uma forma de consumo colaborativo e consciente.

Vamos entender melhor?

O consórcio é uma forma de compra programada. De forma didática, dizemos que se trata de uma modalidade financeira em que um grupo de pessoas (físicas e/ou jurídicas) se une para formar um fundo no intuito de adquirir bens de mesma natureza.

Este fundo conta com a administração de uma empresa, a qual se responsabiliza pela gestão dos valores e pela contemplação da carta de crédito nas assembleias periódicas.

Como você não toma dinheiro emprestado, o consórcio não tem juros. As principais tarifas de um consórcio se dividem em quatro tipos diferentes de pagamentos:

  1. o fundo comum;
  2. a taxa de administração;
  3. o fundo de reserva;
  4. o seguro.

O primeiro é o valor que todo consorciado paga para formar uma reserva destinada à aquisição de um bem, que serve para compor o saldo para as contemplações mensais.

A contribuição mensal do fundo comum é obtida mediante um percentual (%) sobre o valor do crédito contratado.

A taxa de administração é o valor cobrado para administrar os grupos de consórcio — e não devemos confundi-la com os juros aplicados nas outras modalidades. Cada administradora de consórcio tem a liberdade de determinar o percentual da taxa de administração.

Vale lembrar que a autorização e o credenciamento da administradora pelo Banco Central do Brasil (BACEN) é fundamental. Estes são requisitos essenciais para garantir a segurança e a legalidade das operações de consórcio.

O fundo reserva se destina a proteger o funcionamento do grupo ao cobrir eventuais inadimplências e outras despesas relacionadas aos consorciados/grupos, como custos de cobrança de inadimplência.

O seguro de vida é um benefício para consorciados ou herdeiros no caso de algum sinistro.

Ficou clara a diferença entre consórcio, financiamento e empréstimo? Então, qual escolher?

Como escolher a melhor opção?

Entre consórcio, financiamento e empréstimo, a opção que chama mais atenção é a mais econômica, não é mesmo?

Aqui, cabe um conselho: tenha seu planejamento financeiro em dia. Assim, você não precisa apelar para opções de crédito caras. Quem busca empréstimo geralmente precisa de dinheiro com urgência, por isso, se submete a juros altos.

Se você poupa dinheiro e faz planos para o futuro, pode muito bem fazer um consórcio e conquistar seu patrimônio com segurança e sem abrir mão da estabilidade financeira.

Leia também o nosso infográfico que, de forma clara e objetiva, explica as principais diferenças entre o consórcio e o financiamento.