Saber como investir em startup começa pelo entendimento que se trata de um investimento de alto risco e de longo prazo. Isso porque estamos falando de empresas cujos modelos de negócio são escaláveis e repetíveis, provenientes de uma ideia inovadora.

Entretanto, isso não significa que seja uma estratégia ruim. Na verdade, o cenário pode ser justamente o contrário disso! Quando o negócio decola, o investimento em startups tende a gerar benefícios como retornos financeiros acima da média e lucros rápidos.

Inclusive, a aprovação do Marco Legal das Startups, determinado pela Lei Complementar n° 182 de 1° de junho de 2021, regulamentou o setor, aumentando a segurança ao dar as diretrizes necessárias para a atuação dessas companhias. Isso, por sua vez, contribui para deixar os investimentos mais interessantes.

Com muitas pessoas querendo investir em startup, diversas dúvidas também surgem em relação ao assunto. E diferentemente do que a maioria pensa, esse tipo de investimento pode ser simples, bastando ter o conhecimento necessário.

Neste artigo falaremos por quais motivos vale a pena investir em empresas desse modelo, riscos inerentes, vantagens, lucratividade e muito mais!

Siga a leitura e confira tudo sobre esse tema agora mesmo!

O que é uma startup e como está o atual cenário no Brasil?

O primeiro passo para aprender a como investir em startups é entender o que essas empresas são e o que elas contemplam.

Startups podem ser definidas como empresas criadas em torno de ideias diferentes, as quais podem ser escaláveis, replicáveis, mas que estão imersas em um cenário de incertezas.

Entre as principais características dos negócios desse tipo, está o fato de terem custos baixos de manutenção, alto potencial de crescimento rápido e geração de lucros expressivos, em comparação a outros modelos empresariais.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Startups, divulgados em uma matéria do site InfoMoney, o Brasil já conta com 12,7 mil empresas desse tipo. O que comprova que esse é um mercado promissor e em contínua expansão.

Por conta de seu perfil diferente e altamente ligado a inovações tecnológicas, as startups são excelentes opções de investimento.

O que é uma startup unicórnio?

Uma startup unicórnio é uma empresa de tecnologia avaliada em mais de US$ 1 bilhão antes mesmo de abrir seu capital em Bolsas de Valores — isto é, de realizar o IPO (Initial Public Offering) — independentemente de qual seja seu ramo de atuação ou solução oferecida.

O termo "unicórnio" foi usado para definir essas startups por conta da raridade de alcançar esse patamar, decorrente, principalmente, da dificuldade de valorização que negócios emergentes precisam enfrentar para se destacarem no mercado.

Dica de leitura: "Investir na bolsa: 9 passos para fazer de maneira correta"

O que é investidor-anjo?

O investidor-anjo é uma pessoa física — geralmente que atua ou já atuou como empresário ou executivo —, com grande conhecimento, expertise, network e tempo de mercado, que além de investir dinheiro em uma empresa, também colabora com seu crescimento oferecendo toda sua bagagem e experiência profissional e de vida.

Esse é apenas um dos tipos de investidores, os quais destacaremos, em detalhes, mais adiante. Porém, como estamos falando sobre como investir em startups e as explicações iniciais sobre esse tema, é bem interessante você conhecê-lo logo no início.

Inclusive, temos um artigo que ajudará bastante você a se ambientar nesse universo de aplicações financeiras. Por isso, não deixe de ler! "Vocabulário do investidor: 22 termos essenciais sobre investimento"

Quais são os benefícios de investir em startup?

Um dos principais benefícios do investimento em startup é a alta rentabilidade em pouco tempo, ainda que seja uma aplicação de risco considerável.

Somado a essa, há outras vantagens de investir em startups que incluem disrupção, retornos financeiros acima da média, participação em uma nova atividade econômica e mais.

Confira, a seguir, detalhes sobre cada uma delas.

Disrupção

Um dos pontos positivos de investir em uma startup é a possibilidade de fazer algo totalmente diferente e desafiador. Por isso, conseguir "pensar fora da caixa" é uma mentalidade essencial para fazer parte desse mercado.

Isso porque um dos principais conceitos de uma startup é promover a inovação, entregar novos processos e gerar oportunidades nunca exploradas. Porém, esses critérios só são alcançados quando o projeto que fomenta a criação da empresa parte de um propósito disruptivo.

Retornos financeiros acima da média

Independentemente de qual seja o perfil do investidor, todas as pessoas físicas e jurídicas que fazem aplicações buscam o mesmo resultado: retorno sobre o investimento feito.

Seja uma simples caderneta de poupança, chegando até aplicações mais complexas e arriscadas, os investimentos são um dos caminhos que podem ser trilhados para atingir as metas, ou mesmo melhorar a saúde financeira em médio e longo prazo.

Sobre o processo de como investir em startups, especificamente falando, é fundamental você saber que, diferentemente de um investimento de renda fixa, no qual o retorno é estável e garantido, a injeção de dinheiro em uma empresa desse tipo se enquadra no grupo de investimentos de renda variável.

Por esse motivo, apesar da possibilidade de ganhos ilimitados, um dos pontos que merecem atenção é a volatilidade do mercado, que pode fazer você ganhar muito, ou perder, de acordo com os acontecimentos e evolução da companhia.

Por exemplo, pode ser que a startup que você escolheu para investir cresça exponencialmente, fazendo com que todos os investidores tenham ótimos retornos. Na prática, isso significa que, se essa empresa obtiver êxito, o valor de seu investimento sobe proporcionalmente, inclusive para fins de venda no futuro.

Lucros rápidos

Startups têm grande potencial de gerar lucros de modo rápido — e investidores, geralmente, buscam exatamente isso, aplicações que tragam retornos com o mínimo de tempo despendido possível.

Além das chances de lucratividade em curto e médio prazo, essa característica também é uma grande vantagem para quem deseja diversificar os investimentos.

Quer um exemplo? Apostar em uma startup que você acredita que terá sucesso, e utilizar os lucros obtidos para realizar aplicações em outras, de ramos diferentes, é uma boa forma de diversificação que vale a pena ser considerada.

Participar de uma nova atividade econômica

O dinheiro investido em startups incentiva o crescimento de uma empresa inovadora e desenvolvedora de atividades relevantes.

Inclusive, o valor aplicado pelo investimento costuma ser utilizado para agregar ainda mais valor ao empreendimento, seja contratando mais funcionários, terceirizando serviços ou adquirindo matéria-prima, entre outras possibilidades.

No final, o benefício gerado abrange a todos, indo desde os donos da startup, até os sócios e investidores.

Apoio para as empresas em ascensão

Geralmente, ser um investidor de startups significa criar uma relação de proximidade com as empresas que estão no seu portfólio de investimentos. Desse modo, é possível apoiá-las e influenciar seus crescimentos.

Alguma vez, como consumidor, você já se sentiu insatisfeito com o serviço contratado que recebeu? Já desejou que determinados produtos que comprou fossem melhores?

Exatamente por questões como essas, o investimento em startups pode ser uma forma de apoiar essas empresas a produzirem soluções realmente alinhadas com as necessidades e expectativas dos consumidores, assim como se tornarem partes de causas que são do seu interesse.

No Brasil, o acesso a capital de investimento é algo muito difícil, especialmente para ideias novas. Como um dos investidores do ramo, você conseguirá entender mais sobre os novos projetos antes de decidir apoiá-los.

Desse modo, você "sai do banco do passageiro", por assim dizer, e se torna uma peça fundamental, e até mesmo decisiva, no desenvolvimento de produtos e serviços inovadores e essenciais para os brasileiros.

Quais são os riscos de investir em uma startup?

Antes de saber como funciona o investimento em startups, é fundamental você conhecer também quais riscos fazem parte dessa estratégia. Assim, terá mais base para analisar se é um bom caminho a ser seguido, ou se seu perfil de investidor se alinha melhor a outro tipo de aplicação.

Anteriormente, comentamos sobre a vantagem financeira desse investimento, que é: quando a empresa decola, o retorno monetário é maior e mais expressivo, especialmente em comparação às aplicações feitas em outros modelos de negócio, se lembra?

Porém, para chegar a esse resultado, é preciso ter conhecimento e saber lidar com algumas ameaças e obstáculos que fazem parte desse tipo de investimento.

No caso, os principais riscos de investir em uma startup são:

  • investimento de alto risco;
  • ausência de garantia;
  • aplicação de longo prazo.

Confira detalhes de cada um desses pontos.

Investimento de alto risco

As startups são consideradas um tipo de investimento de alto risco, por terem como uma de suas principais características a estruturação de um negócio em cenários incertos.

Isso acontece porque essas empresas criam e entregam soluções novas, que podem ou não ter aderência dos consumidores.

Por ser uma aplicação de renda variável, não há como saber, exatamente, qual será o retorno do investimento, ao contrário do que acontece em investimentos de renda fixa, que tem essa definição já hora da aplicação.

Somente para esse conceito ficar mais claro, saiba que a caderneta de poupança é influenciada diretamente pela taxa Selic. Os títulos públicos também têm um pagamento definido por essa taxa, acrescidos de 3% ao ano.

Esses tipos de investimento, de renda fixa, são um meio de oferecer estabilidade e previsibilidade, mas limita os ganhos.

Os ganhos ao investir em uma startup já não são limitados. Porém, quanto maior for o investimento feito, especialmente naquelas que estão iniciando, maior também é o risco.

No entanto, se uma empresa iniciante conseguir obter êxito comercial, esses ganhos serão bem maiores do que qualquer tipo de investimento de renda fixa, ficou claro?

Ausência de garantia

Por ser uma forma de investir o seu dinheiro em empresas emergentes, que inovam e que ainda estão buscando suas "fatias" do mercado, não é possível ter nenhuma garantia de retorno financeiro.

Afinal de contas, não há certeza do sucesso ou não dessa companhia. Por esse motivo, a aplicação de valores nessas empresas é feita de modo "cego", podendo ou não funcionar.

Nesse sentido, a melhor dica é diversificar os investimentos em startups para compensar qualquer eventual falha, além de aprender mais sobre o mercado atual e o comportamento do consumidor. Este último fator, na verdade, é o que ditará o sucesso, ou não, do negócio.

Aplicação de longo prazo

Apesar de ser difícil prever, os investimentos em startups que dão resultados grandiosos em curto prazo são a exceção.

Por isso, o cenário mais comum é apostar em uma empresa que você acredita, incentivar seu desenvolvimento e aguardar. Com sorte, os bons resultados aparecerão logo.

No entanto, por conta da alta volatilidade de investir em startups, podem ser necessários anos para que os primeiros bons resultados finalmente cheguem. Todavia, isso pode ser um problema para investidores que buscam retornos a curto prazo. O melhor é sempre ter uma reserva de emergência e não comprometer toda a sua renda.

Lembre-se ainda que um investimento que apresenta riscos não significa que não é interessante. Apenas que é necessário ter mais cautela ao fazê-lo. Dessa forma, procure se informar o máximo possível sobre as modalidades desse tipo de investimento e seguir as nossas dicas sobre o que fazer antes de investir em startup, conforme indicamos a seguir.

Como investir em startups? 4 dicas!

Porque investir em startup deve ter ficado claro com os prós e contras que destacamos, concorda? A pergunta que resta responder agora é como fazer esse tipo de aplicação da maneira certa.

Na lista de como investir em startups, nossas dicas são:

  1. avalie as possibilidades;
  2. conheça o mercado;
  3. conte com capital;
  4. escolha a modalidade ideal.

1. Avalie as possibilidades

Antes de investir em startup, é preciso avaliar o produto ou serviço oferecido pela empresa. É uma ideia disruptiva e inovadora? Existem chances reais de sucesso? Se você gostar da ideia e quiser apoiá-la, vale a pena passar para os próximos passos.

Além disso, é bom analisar alguns documentos, como os relatórios financeiros do negócio e a missão, a visão e os valores da empresa. Uma conversa franca com os fundadores, na posição de uma pessoa que tem bastante expectativa sobre negócio, também é fundamental e esclarecedora.

2. Conheça o mercado

Entre os tipos de investimento, o feito em uma startup traz possibilidades maiores de rendimentos e lucros. Porém, é preciso ter uma boa noção do mercado em que a empresa atuará.

Em relação a essa dica de como investir em startups, não é preciso ser um expert no assunto para entender o momento em que uma empresa está e se tem potencial ou não para fazer sucesso.

Uma boa maneira de fazer isso é buscando pesquisas e informações sobre tendências e as formas de investimento mais adequadas para o momento que o mercado está passando, principalmente o de atuação de startup na qual pretende investir.

3. Conte com capital

Após verificar as oportunidades e possibilidades, é preciso contar com o capital necessário para o investimento. Quanto a isso, é recomendável não comprometer toda a sua renda no investimento, mesmo que existam grandes chances de retorno. Afinal, a volatilidade é real e você precisa prezar pela segurança do seu patrimônio.

4. Escolha a modalidade ideal

Existem diferentes modalidades de investimento em startups. Abaixo, exemplificaremos algumas.

Aceleradora

A aceleradora é uma forma de impulsionar a empresa nos primeiros anos de atividade, por meio de mentorias e auxílios profissionais. Essa modalidade acaba envolvendo mais o investidor no dia a dia do negócio, é comum em startups que estão começando.

Investidor-anjo

O investidor-anjo, como comentamos, é uma pessoa física ou jurídica que investe em startups, mas não apenas financeiramente. Ele também contribui com sua expertise e network. Em troca, o investidor-anjo tem maior participação nas decisões da empresa, incluindo opiniões de negócios e deliberações de crescimento.

Investidor-semente

O investidor-semente atua de maneira similar ao investidor-anjo. Todavia, o foco dessa modalidade são grupos de pessoas que pagam por fatias da empresa. Por essa característica, esse investimento tem valores mais baixos. Na maioria das vezes, um conselho é instituído para tomar as decisões de aplicações.

Essas são as principais modalidades de investimento em uma startup, mas existem outras formas de se investir. Por isso, pesquise bastante para saber qual se encaixa melhor no seu perfil, planejamento financeiro e expectativas em curto, médio e longo prazo.

Quanto rende uma startup?

Não há como afirmar quanto rende uma startup, do ponto de vista de investimento. Entre os motivos está o fato que a mensuração do retorno financeiro depende de inúmeros fatores, começando pelo quanto foi aplicado. Isso porque, geralmente, o rendimento obtido é proporcional ao investimento realizado.

Além dessa questão, o rendimento de uma startup também está atrelado ao nível de aceitação do produto/serviço pelos consumidores, o que reflete diretamente no volume de vendas e no faturamento do negócio.

Dessa forma, quanto mais o público se interessar e aderir às soluções oferecidas, maior o sucesso da startup, sua rentabilidade e crescimento no mercado de atuação. E quanto mais a empresa crescer, mais rendimento os fundadores, sócios e investidores terão.

O que mais você precisa saber sobre como investir em startups?

Dentre as startups mais promissoras e interessantes do Brasil, há diversas que se destacam. Por esse motivo, a escolha sobre qual investir acaba sendo uma decisão pessoal, mas que deve estar de acordo com as suas preferências e planos.

Lembre-se ainda que os investimentos de renda variável são chamados desse jeito exatamente por conta da volatilidade: eles podem ir tanto para cima quanto para baixo.

Contudo, investir em startup, certamente, é uma oportunidade e tanto para quem gosta desse nicho de mercado e de investimentos desse formato.

É preciso apenas tomar os devidos cuidados e avaliar bem os riscos para fazer essa aplicação de maneira certa, gerando o menor impacto financeiro e buscando a maior lucratividade que for possível.

Além do investimento em startups, saiba que existem diversas outras modalidades de aplicações financeiras. Caso essa não se encaixe na sua realidade, basta buscar por uma mais alinhada e se beneficiar de todos os pontos positivos que vêm com ela!

Ficou claro como funciona o investimento em startups? Então aproveite que está aqui, no blog da Racon, e confira o artigo: "Saiba a importância do controle financeiro para quem vai começar a investir"