A procura dos brasileiros pelos consórcios vem aumentando a cada dia e essa modalidade continua apresentando um crescimento bastante considerável, se mantendo, inclusive, na contramão da conjuntura econômica pouco favorável que o país vem apresentando nos últimos anos.

Os imóveis lideram o crescimento no setor, com aumento de incríveis 40% em pleno auge da retração econômica. Já os consórcios de veículos leves e pesados registraram um crescimento de 10% em 2016, o que mostra que muitos brasileiros perceberam as vantagens desse sistema.

De fato, as dificuldades para obtenção de financiamento imobiliário (ou de automóvel), a ausência de pagamento de juros (característica marcante dos consórcios), vêm impulsionando milhões de pessoas a deixarem de lado a ideia de peregrinar por bancos em busca de crédito.

Mas, se você ainda não está muito familiarizado com o consórcio ou não sabe bem qual o melhor caminho para concretizar o sonho de um carro novo ou da casa própria (financiamento ou consórcio?), este post traçará uma comparação minuciosa entre os dois modelos.

Tenha a certeza de que, ao final deste artigo, você saberá qual a estratégia que melhor cabe em seu bolso. Confira!

O melhor momento para investir

O índice FipeZap, divulgado em fevereiro de 2017, revelou que o preço dos imóveis iniciou o ano em queda. Já o preço dos veículos, embora ainda não tenha começado a registrar quedas robustas, está mais vulnerável a negociações nas concessionárias, em virtude dos pátios cada vez mais lotados de produtos.

Um levantamento realizado pela Fenabrave mostrou que as vendas de automóveis caíram em 3,6% em abril deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Esses números são ótimos para o consumidor, que tem muito mais poder de barganha para reduzir preços. No entanto, é preciso escolher a forma correta de se capitalizar.

Financiamento ou consórcio: os detalhes que fazem toda a diferença

O financiamento é bastante popular no Brasil pela nossa cultura de usufruir primeiro e pagar depois. A ansiedade em sentir aquele perfume do carro novo ou pegar as chaves da casa dos sonhos faz muita gente se precipitar, entregando-se aos juros compostos de um financiamento imobiliário ou automotivo.

Assim, de cara, já dá para cravar que a grande vantagem do financiamento é ter acesso ao bem de forma imediata. Mas quais as desvantagens? Em relação ao consórcio, muitas. Mas vamos primeiramente entender o que é um consórcio.

Consórcio

O consórcio é uma modalidade de compra programada. De forma didática, podemos dizer que se trata de uma modalidade financeira em que um grupo de pessoas (físicas e/ou jurídicas) se unem para formar um fundo no intuito de adquirir bens de mesma natureza.

Este fundo será administrado por uma empresa, a qual se responsabilizará pela gestão dos valores e contemplação da carta de crédito nas assembleias periódicas.

No consórcio não há juros, apenas uma taxa de administração (muito menor do que os juros do financiamento automotivo ou imobiliário). Pode haver ainda outros custos, como um percentual chamado de fundo de reserva, destinado a cobrir eventuais inadimplências e não permitir que essas variações prejudiquem o grupo todo.

Assim a prestação do consórcio é formada pela soma da contribuição ao fundo de reserva e ao chamado fundo comum (soma de uma parte do que cada consorciado paga — que é utilizada para a compra do bem dos consorciados contemplados naquele mês), além da taxa de administração e do seguro, quando contratado.

Dessa soma sairá o montante que será pago todos os meses até o final do plano de consórcio. A carta de crédito pode vir bem antes do final do prazo, por sorteios mensais ou por meio de lances.

Vantagens do consórcio

Menor custo de aquisição

Uma das maiores vantagens do consórcio é o menor custo de aquisição do bem. Enquanto o financiamento tradicional é uma espécie de “pague 2, leve 1”, no qual você acaba arcando com quase o dobro do preço de mercado do bem que você deseja no final das prestações, no consórcio a coisa muda muito de figura.

E nem é preciso ser economista para perceber este problema, não é mesmo? O consórcio não cobra juros nas mensalidades e as variações no preço ocorrem apenas para que o montante da contemplação não fique defasado, o que o torna obviamente muito menor.

Menor burocracia

Também não dá para negar que a burocracia nos consórcios é muito menor. Enquanto a concessão do financiamento bancário tradicional envolve o cumprimento de diversas exigências que podem até inviabilizar o procedimento, participar de um grupo de consorciados é muito mais simples.

A documentação exigida no momento da aquisição é apenas aquela mais básica, que todo mundo tem, com o intuito principal de meramente identificar o participante.

Estímulo ao ato de poupar

É muito comum que as pessoas tenham dificuldades em guardar o dinheiro que ganham mensalmente, especialmente em um país no qual os salários não costumam ser muito elevados, como o Brasil. Dentro desse contexto, os consórcios mais uma vez podem ser muito vantajosos para os participantes.

Ele, entre outras coisas, nada mais faz do que obrigar os consorciados a pouparem para comprar os bens de seu interesse. A diferença entre uma poupança e o consórcio é que, neste último, o valor total do bem pode chegar a sua mão bem antes do final do prazo que você levaria com a poupança comum.

Não existe valor de entrada

Outra grande vantagem de participar de um grupo de consorciados é que você não precisará pagar valor de entrada. No financiamento comum, por exemplo, é normal que as instituições e bancos exijam um aporte inicial, o que pode inviabilizar a participação de muita gente.

Desvantagem do consórcio

Tempo de espera

Basicamente, a única desvantagem do consórcio é o tempo de espera para receber o bem, em comparação ao financiamento. No entanto, isso pode ser revertido se você tiver sorte e for contemplado logo nos primeiros sorteios ou se der um lance vencedor, o que é possível em qualquer mês do processo.

Você pode, por exemplo, utilizar o seu décimo terceiro salário para isso ou, dependendo do caso e das suas condições, sacar o seu FGTS e então dar um bom lance.

Financiamento

O financiamento é uma espécie de compra em parcelas, no qual o valor devido, chamado de principal, é dividido dentro do prazo acordado em contrato. São somados a ele a taxa de administração, seguro e o maior dos inimigos do cidadão, os juros.

No financiamento de carros, motos ou imóveis, existem dois tipos de sistemas de amortização, o SAC (Sistema de Amortização Constante) e a Tabela Price.

SAC

Neste primeiro sistema, a amortização ocorre de maneira constante, reduzindo o principal (valor que o banco lhe emprestou, dividido mês a mês). Como os juros são calculados sobre o principal, as prestações tendem a ser decrescentes.

Tabela Price

Já neste formato, as prestações se mantêm constantes. Cada prestação é composta de uma cota de amortização e juros, se alterando em sentido inverso no decorrer do período de financiamento.

Assim, a prestação inicial tende a ser menor e só aumenta em razão da aplicação da TR (valores crescentes). Uma questão que vale a pena ser observada nesse sistema é que o saldo devedor só é reduzido com aproximadamente 50% das prestações pagas.

Em linhas gerais, especialistas atestam que o SAC é mais adequado ao financiamento de imóveis e a Tabela Price ao financiamento de carros. Em ambos os casos, entretanto, as altas taxas de juros (independente da ordem de incidência) tendem a multiplicar por dois o valor do bem adquirido.

Vantagem do financiamento

Rapidez em usar o bem

Claramente, a maior vantagem de um financiamento é que o bem a ser adquirido pode ser usufruído com rapidez. A questão é que nosso país é tão burocrático que os trâmites podem ser tão demorados que isso pode acabar levando mais tempo do que você levaria para ser sorteado em um consórcio.

Isso pode até mesmo acabar inviabilizando que você adquira o que deseja, por falta do cumprimento de alguma demanda exigida pelo banco ou instituição financeira.

Desvantagens do financiamento

Alta carga de juros

Para muitas pessoas, a maior desvantagem do financiamento é a altíssima carga de juros pagos durante o período de quitação do empréstimo (e, com o aumento da Selic, o custo do financiamento tende a ficar ainda maior). Não é à toa os financiamentos de veículos caíram quase 9,9% em 2016.

É importante frisar que, ao contrário do consórcio, sobre o financiamento também incide o IOF, que é o Imposto sobre Operações Financeiras. Dessa maneira, ocorre o problema mais temido de muitos contratantes: ao final das parcelas, você pode ter pago até duas vezes o valor do item em questão.

Não ser o proprietário efetivo

Pouca gente sabe disso mas, nos financiamentos, você não é o proprietário efetivo do item de sua compra até acabar de quitar as parcelas. Em geral, o bem fica alienado à instituição bancária até a quitação total da dívida.

Diante dessas observações, a dúvida entre financiamento ou consórcio provavelmente já foi solucionada, certo?

Fica claro que para o momento atual, de instabilidade econômica, alta nas taxas de juros e crédito escasso nos bancos, o consórcio de imóveis, veículos, motos ou caminhões é uma alternativa inteligente de dar um upgrade na vida pessoal. Simule qual seria o custo do consórcio para realizar seu sonho clicando aqui!

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