As finanças comportamentais avaliam se as decisões financeiras giram em torno de emoção, razão e as influências do mercado em diferentes aspectos. De fato, esse tema está cada vez mais em evidência e prêmios de economia estão voltados para pesquisas sobre o assunto.

O conceito nos mostra que quando se trata de gerenciar o próprio orçamento, as dificuldades das pessoas surgem por conta de diversos fatores, desde hábitos inadequados de compra até o efeito manada.

Para você entender mais sobre o assunto, preparamos este artigo com informações relevantes sobre como as finanças comportamentais funcionam em detalhes. Boa leitura!

O que são finanças comportamentais?

As finanças comportamentais são uma forma de avaliar se todas as suas decisões financeiras são tomadas de maneira racional. De modo geral, elas se referem ao campo de estudo que se dedica a compreender as relações entre economia e psicologia. O objetivo, na prática, é entender o que as pessoas consideram na hora de definir a gestão de suas finanças.

Existe um conceito bastante variável e discutido que visa compreender porque, muitas vezes, gastamos nosso dinheiro de maneira inadequada. Obter explicações lógicas quando se trata de uma máquina ou um programa de computador, é muito mais simples, mas quando é algo que envolve emoções, a avaliação deve considerar diferentes aspectos.

Isso explica, por exemplo, o comportamento de algumas pessoas, que mesmo tendo o conhecimento sobre a importância de organizar as finanças também tomam decisões desalinhadas com seus objetivos. A vida prática que considera o momento atual de cada um, os contextos das situações e o impulso nos gastos, trouxe a necessidade de ampliar as pesquisas e considerar os conhecimentos da área de psicologia sobre o comportamento humano.

Como surgiram?

O estudo das finanças comportamentais envolve o momento das decisões em relação ao dinheiro e o que influencia a decisão dos gastos. Para isso, considera diferentes fatores como história de vida da pessoa, padrões de comportamento, crenças, necessidades e experiências individuais com o dinheiro.

Na prática, o conceito mostra que se as decisões financeiras não estão baseadas apenas na razão, o que leva à busca para entender como esse tipo de padrão funciona. Uma das pesquisas mais importantes sobre psicologia econômica feita pelos psicólogos Daniel Kahneman e Amos Tversky derrubou alguns conceitos econômicos clássicos e trouxe o prêmio Nobel de economia do ano de 2002.

Qual o objetivo dessa área de estudo?

A dupla de psicólogos e pesquisadores basearam suas análises comportamentais em relação ao risco que envolve as finanças. Em função disso, foi considerada a Teoria da Utilidade Esperada, que defendia a avaliação de cada um dos resultados possíveis ao agir de maneira racional na comparação de opções, antes de tomar uma decisão financeira.

Alguns economistas acreditavam, dentro deste contexto, que as pessoas eram frequentemente avessas ao risco e escolhiam o que parecia mais seguro. No entanto, a pesquisa identificou um dado diferente que chamou a atenção. Em uma perspectiva ampla, as pessoas costumam aceitar correr mais riscos com o intuito de tentar evitar a perda de seu dinheiro.

O motivo disso é que as emoções relacionadas ao medo da perda do dinheiro afetam diretamente a maneira como os participantes do estudo tomavam suas decisões. A tendência é que eles arriscassem perder mais na confiança da chance de evitar um prejuízo considerado maior. A partir disso, os pesquisadores criaram o que ficou conhecido como a "Teoria do Prospecto", que defende o comportamento financeiro de maneira não completamente racional.

Como as finanças comportamentais funcionam?

As decisões das finanças comportamentais envolvem alguns fatores. Entre as principais estão as emoções primárias, crenças construídas ao longo da vida, padrões de comportamento e influências sociais. Esses tipos de influência costumam ser decisivos, mesmo que a pessoa não consiga ter uma percepção exata sobre isso no momento de organizar as questões financeiras.

Quais os padrões?

As finanças comportamentais mostram que o nosso cérebro costuma a dar muita importância não apenas às críticas, mas também ao que perdemos em comparação ao que ganhamos. Diante disso, a aversão as perdas que citamos anteriormente se destaca como um dos principais e mais impactantes padrões comportamentais. Um investidor, por exemplo, pode escolher permanecer em uma posição de desvantagem desde que tenha perspectiva de melhora e isso retarda a possibilidade de assumir a perda de dinheiro.

Outro padrão que precisa ser considerado é a contabilidade mental, que mostra como as pessoas tendem a ser mais irracionais do que basear suas decisões em dados efetivos. Como resultado, é muito comum fazermos cálculos rápidos de cabeça em vez de pensar nos impactos de determinado gastos de maneira mais profunda.

O comportamento de rebanho também influencia diretamente nas finanças comportamentais. Essa é uma tendência que aparece não só nas finanças, mas na nossa vida em diferentes aspectos. Quanto à questão financeira, isso se reflete em comprar promoções porque todos estão indicando e logo depois ficar arrependido do gasto. Muitas vezes, existe ainda a possibilidade de ter uma visão irreal de uma situação, como, por exemplo, quando algo é adquirido com o objetivo de obter renda extra, mas no fim das contas o valor investido não é recuperado.

Quais os impactos das finanças comportamentais nas decisões?

Se autoconhecer diante dos padrões de comportamento com o dinheiro, faz a diferença na hora de identificar erros e entender exatamente quais são os gatilhos envolvidos nas compras por impulso, por exemplo. Quando a pessoa se propõe a tirar uma meta financeira do papel e não sabe por onde começar, encontrar quais são os erros frequentes e solucioná-los representa o primeiro passo para cultivar boas atitudes no dia a dia.

Tudo envolve a importância de saber como você se comporta emocionalmente quando o assunto é dinheiro. Ao colocar este método em prática, se torna mais simples colocar o orçamento diante de uma perspectiva não só mais racional como também enxergar o crescimento financeiro em diferentes planos com foco em sempre caminhar conforme suas possibilidades.

Quais os cuidados para não cair em armadilhas?

O grande segredo está em se manter atualizado em relação ao que acontece no mercado financeiro e adaptar as decisões conforme a sua realidade. Cada uma dessas emboscadas mentais estão inseridas em comportamentos corriqueiros que podem acontecer por impulsos ou hábitos.

Uma boa dica para não cair em armadilhas é optar pelo desapego e entender que erros acontecem. A partir disso, é possível atingir os objetivos e criar um planejamento direcionado à organização e ao consumo consciente. Esse comportamento pode ser considerado um verdadeiro divisor de águas para entender o que acontece com seu dinheiro.

Agora você já sabe o que são as finanças comportamentais e como elas impactam na realização dos seus objetivos. O mais importante é trabalhar o autoconhecimento, conhecer os seus hábitos de gastos e o que causa as suas decisões equivocadas. Então, é essencial estudar sobre o assunto, como em podcasts especializados e sites de finanças, para encontrar diferentes formas de tirar os planos do papel.

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