Por que não vale a pena pegar um empréstimo para comprar imóvel?

Para muitos, o sonho de ter a casa própria parece uma coisa impossível. Muito dessa percepção está no custo de um imóvel: ele é alto e muito além do que em média o brasileiro pode pagar.

Nesse contexto, não há alternativa senão buscar pelos cenários disponíveis no mercado. O empréstimo para comprar imóvel é um deles.

Porém, apesar de parecer uma proposta bastante interessante, há alguns pontos a serem considerados nessa modalidade. Neste post, nós vamos explicar para você quais são eles. Confira!

Quais são as desvantagens do empréstimo para comprar imóvel?

Esse tipo de empréstimo ou financiamento funciona da seguinte forma: o consumidor faz um acordo com a instituição para que ela pague parte do valor do imóvel e em troca ele se compromete a quitar esse valor em parcelas, com juros, por um determinado período.

Se por um lado o interessado obtém o imóvel imediatamente, por outro ele está sujeito a algumas condições impostas por essa modalidade. Como:

Juros altos

Esse é um dos principais problemas com o financiamento. Os juros costumam ser bem altos e são um fator relevante no valor total do empréstimo.

Além do mais, no começo o comprador pode chegar a pagar mais juros do que o valor do imóvel. Já que grande parte das primeiras parcelas são constituídas pelo custo dos juros.

As mensalidades ainda contam com o valor da CET (Custo Efetivo Total), em que estão todas as despesas do financiamento e que fazem diferença nas parcelas.

Risco de perder o imóvel

Ao fechar o contrato com a instituição financeira, um dos riscos para quem não conseguir pagar todas as parcelas é o de perder o imóvel.

Quando se faz um financiamento para um imóvel direto na planta com uma construtora, antes de obter as chaves, é possível voltar atrás na compra. Isso é conhecido como distrato.

Porém, no caso de fazer um financiamento com bancos isso não é possível. Sendo permitido que em casos de inadimplência por mais de 3 meses, a instituição pegue a casa de volta.

Nesse processo acontece as seguintes condutas:

  • Notificação: após o tempo limite ser ultrapassado, o banco manda uma notificação ao devedor. Ela pode ser enviada tanto por carta quanto por um oficial do cartório.
  • Imóvel é leiloado: depois da intimação, o consumidor tem até 15 dias para quitar a dívida em atraso. Caso não consiga, o imóvel pode ser leiloado em 30 dias.
  • Se o valor do leilão for maior que a dívida, o consumidor recebe a diferença de volta. Porém, se o valor for menor ou igual ao débito, ele é quitado, mas tanto o imóvel quanto o dinheiro já pago das parcelas é perdido.

Muitas exigências

Para ter certeza de que o comprador será capaz de pagar o empréstimo, há uma série de pré-requisitos que as instituições determinam.

Por exemplo, o interessado precisa ser maior de 18 anos para fazer um financiamento. Na hipótese de ter mais de 60 anos e pretender fazer um financiamento de 20 anos, algumas instituições podem negar o crédito. Para elas, a idade máxima até o fim do contrato deve ser 80 anos.

Outra exigência é a de ter que comprovar que pode se comprometer com a prestação e que ela não influenciará mais do que 30% da sua renda.

Também há o valor de entrada, que é obrigatório. Ele pode variar, já que algumas instituições pedem 20% e outras 10% sobre o preço do imóvel. A regra é que quanto mais puder pagar, menor será o valor dos juros e das parcelas.

Além disso, as características do imóvel influenciam na liberação do crédito. Casas feitas de madeira, pré-fabricadas, de veraneio, chácaras ou sítios podem ter o financiamento negado. Isso se estende também para imóveis com algum problema jurídico.

Custos a mais

O interessado não deve apenas se preocupar com as taxas de juros e CET embutidas nas parcelas, como também com as outras despesas que rodeiam o financiamento.

Ao fazê-lo, ele também deve arcar com avaliação e análise jurídica do imóvel. Elas podem custar de R$960,00 a R$3.900,00.

A SFH (Sistema Financeiro de Habitação) é outra taxa mensal, permitida por lei, cobrada nesse tipo de empréstimo. Ela custa em torno R$25,00 e pode chegar a R$9.000,00 se o financiamento durar 30 anos.

Ainda há o ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis), uma tarifa cobrada em cima do valor do imóvel e que depende do município. Geralmente ela equivale a 2%. Esse custo existe em qualquer modalidade de compra de imóvel.

Também é obrigatório a contratação do seguro MIP (Morte e Invalidez Permanente) e do DFI (Danos Físicos do Imóvel) para realizar um financiamento.

O valor desses seguros é calculado mensalmente e aumenta conforme a idade do dono e do preço do imóvel.

Imprevisibilidade

Essa é uma questão complicada, pois quando se faz um contrato para um financiamento de imóvel, principalmente de longo prazo, como um de 20 anos, não é apenas com as parcelas e custos extras que você deve se preocupar.

É preciso ficar atento com os imprevistos que podem aparecer e impedir que o contrato seja cumprido. E isso se deve a imprevistos como o desemprego, outras dívidas e até mesmo a deterioração do imóvel, que gerará custos a mais.

Além de tudo, o bem não pertence ao proprietário enquanto ele não pagar todas as parcelas. Até lá, o imóvel fica alienado ao banco. Por isso, é importante que o interessado em realizar esse tipo de empréstimo veja se vale a pena.

Pois apesar da aquisição imediata da casa, ainda existem os juros, os custos com a manutenção, a possibilidade de perda por inadimplência e entre outras questões que devem pesar nessa escolha.

Qual é a alternativa além do financiamento?

Com todos esses requisitos, o financiamento pode se tornar uma opção muito complicada. Nesse contexto, o consórcio acaba por ser a melhor alternativa para conseguir um imóvel.

Diferentemente do empréstimo, ele não possui taxas de juros e outros custos efetivos, apenas uma taxa de administração, que costuma ser bem menor. Além disso, no consórcio não há valor de entrada.

A situação financeira do comprador é analisada no momento em que ele é contemplado, seja por sorteio ou lance, e tem acesso à carta crédito.

Esperamos que este artigo tenha te ajudado a entender porque não vale a pena pagar um empréstimo para comprar imóvel. Ficou interessado nas possibilidades que o consórcio apresenta mas tem dúvidas sobre o funcionamento? Então saiba mais sobre o mercado de consórcios e fique craque no assunto!