Quais as principais causas da inadimplência entre os brasileiros?

Você já tem o básico do seu patrimônio e pensa em aumentar os bens que possui para garantir um futuro tranquilo? Essa é a situação de muita gente, mas é nesse momento que se precisa ter mais atenção com as causas da inadimplência. Caso contrário, é fácil entrar nessa estatística.

Talvez você não saiba, mas o Brasil tem 61,1 milhões de endividados. O número alcançado é um recorde. Além disso, mesmo com a crise econômica pela qual o país passou, o consumidor ficou com nível igual de educação financeira, com uma nota de 6,2 em uma escala de 0 a 10. Os dados são da Serasa Experian.

Diante desse cenário, fica evidente a necessidade de cuidar dos motivos que levam suas finanças ao vermelho, não é mesmo? Por isso, vamos apresentar esses fatores neste post e ainda oferecer dicas práticas para fazer um bom planejamento do orçamento.

Então, que tal conhecer os motivos da inadimplência? Confira, a seguir.

Desorganização financeira

Um levantamento da Serasa Experian, divulgado pelo Nexo Jornal, mostra que os principais itens de endividamento dos brasileiros são:

  • banco ou cartão de crédito: 30%;
  • contas domésticas: 17,9%;
  • varejo: 13,7%;
  • telefone: 11,1%;
  • serviços: 10%;
  • empréstimos em financeiras: 9%.

O mesmo estudo ainda indicou que o número de pessoas no vermelho vem crescendo desde 2013. Se antes ficava em pouco mais de 50 milhões, agora já está em mais de 61 milhões. O fator que contribuiu muito para esse resultado foi a desorganização financeira.

A falta de educação nesse quesito faz com que muita gente use o dinheiro de forma incorreta. Sem um planejamento adequado, "parece que sobra mês para o fim do salário".

Porém, essa posição é bastante negativa. O descontrole e o consumismo desenfreado levam a uma bola de neve da qual é difícil de sair. Além disso, é muito comum haver pessoas que nem imaginam como gastam toda a renda obtida no mês e ficam compulsivamente usando o cartão de crédito e tomando empréstimos com bancos e financeiras.

O resultado? O pagamento exagerado de juros e o nome na lista de inadimplentes. Para evitar essa situação, o primeiro passo é começar a controlar os gastos. Comece com uma planilha ou aplicativo de orçamento familiar.

Anote todos os desembolsos, inclusive aqueles menores, como o doce ou o café após o almoço. Crie categorias mais amplas para especificar onde estão as despesas, por exemplo: aluguel, supermercado, combustível, passeios, entre outros.

Essa é uma maneira eficiente de saber quais supérfluos podem ser reduzidos e até eliminados. Para complementar, busque cursos gratuitos e livros sobre educação financeira. Aprenda mais sobre esse assunto e coloque as ideias em prática.

Desemprego

O total de desempregados cresceu muito devido à crise econômica brasileira. Segundo dados do IBGE, o índice de pessoas sem emprego chegou a 13,1%, que representa 13,7 milhões de brasileiros, conforme matéria da Agência Brasil.

Aliás, um estudo do SPC Brasil em parceria com a Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), divulgado pelo Portal NOVAREJO, mostra que essa é a principal causa da inadimplência. Pelo menos foi isso que 26% dos brasileiros responderam na pesquisa.

Além disso, 38% dos devedores deixam de quitar os débitos em aberto quando são demitidos ou pedem desligamento, conforme dados publicados pelo site Zenvia. Isso ocorre porque as pessoas optam por coisas essenciais, como alimentação.

Em caso de desemprego, a alternativa para honrar os compromissos é procurar os famosos "bicos" ou atuar com a venda de bolos, doces, marmitas, cosméticos, entre outros. Ter uma boa reserva financeira também é imprescindível, porque ajuda a quitar os débitos e contribui para o planejamento financeiro. Vale a pena pensar também em renegociar as dívidas para pagar juros menores.

Atraso do salário

A crise prejudicou as famílias, mas também impactou os empreendedores. Essa situação ocasionou o atraso de pagamento de salários, que fez as pessoas deixarem de pagar as contas por não existir outra alternativa.

Esse cenário foi visto na iniciativa privada, mas também em órgãos públicos. Os brasileiros tiveram que se ajustar a esse contexto, mas sofreram um desequilíbrio orçamentário que obrigou a definição do que é prioridade e do que pode ser deixado em segundo plano.

Para sair desse cenário, o ideal é buscar a renegociação das dívidas, verificar todos os débitos existentes e controlar os gastos para ficarem dentro do orçamento estipulado. Para as empresas, essa é a oportunidade de incentivar o pagamento pontual com a oferta de estímulos e premiações.

Parcelamentos excessivos

O costume de pagar as compras em várias prestações também é uma causa da inadimplência. Essa situação é simples de ser verificada: quando você assume uma dívida, ela é de médio ou longo prazo. Porém, muitas pessoas ignoram a adição dessa quantia ao orçamento mensal.

Com isso, é fácil encontrar pessoas que comprometem até mais de 50% da renda com as parcelas em aberto. Além de ser difícil reequilibrar o orçamento, o pagamento de juros tende a ser elevado.

Por isso, o ideal é tentar negociar no pagamento à vista. Além de você evitar o comprometimento do salário, também consegue obter descontos para manter as finanças no azul.

Facilidade de crédito

A possibilidade de conseguir empréstimos e financiamentos prejudicam as finanças. Com o acúmulo de contas para pagar, o limite do cheque especial começa a ser utilizado e, em alguns casos, o cartão de crédito ultrapassa o valor estipulado. Assim, são cobradas taxas extras.

O ideal é recorrer ao crédito apenas se for extremamente necessário, por exemplo, uma situação de emergência. Ainda assim, vale a pena pesquisar taxas para pagar as menores possíveis.

Já para adquirir bens de maior valor, como carros e apartamentos, é válido considerar o consórcio, que não tem a cobrança de juros. Nesse caso, você paga a taxa de administração, fundo reserva, fundo comum e seguro, quando contratado. Mas não se assuste! Somadas elas atingem percentuais muito menores que o financiamento.

Assim, você consegue economizar, investir em um bem durável e ter acesso ao que sempre desejou, sem precisar se endividar. Como consequência, continua aumentando seu patrimônio sem entrar no índice das causas da inadimplência.

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