Saiba como usar brincadeiras de educação financeira com os filhos

Na sua vida adulta, você já passou por algum momento em que se arrependeu de saber pouco sobre como lidar com o dinheiro? Esse é um pensamento comum, mas que precisa ser mudado para as crianças. Como? Por meio das brincadeiras de educação financeira.

É insuficiente apenas dizer que todas as coisas têm um preço e que é impossível comprar algo no supermercado em determinado momento. Os filhos precisam aprender a economizar junto com os pais e saber como esse conhecimento ajudará no futuro.

Essa tarefa fica muito mais simples com a ajuda das brincadeiras. Elas podem ser usadas como recursos didáticos valiosos para engajar os pequenos e mostrar a importância de poupar, além de criar a noção de valor.

Por isso, neste post vamos apresentar alguns exemplos que podem ser adotados e seus benefícios. Vamos lá?

4 brincadeiras de educação financeira para aplicar no seu dia a dia

As atividades lúdicas são um instrumento relevante para a educação das crianças. Por isso, também servem como estratégia para ensinar o valor do dinheiro. Veja, a seguir, 4 brincadeiras que podem ser colocadas em prática agora mesmo.

1. Jogo dos 4 porquinhos

A ideia principal é ensinar as crianças a lidarem com o dinheiro. Há 2 etapas e 3 rodadas. Confira os detalhes.

1ª etapa: conquista

O primeiro passo é montar um circuito com 4 atividades referentes a trabalho. É importante que essas tarefas sejam desligadas do desempenho comportamental, escolar ou de valores, porque essas funções devem ser obrigatórias e independentes de dinheiro.

Alguns exemplos de tarefas são levar o cachorro para passear, limpar o quarto e organizar os brinquedos. Tudo depende da idade do seu filho. Ele deve realizar a atividade para dedicar tempo e esforço. Como recompensa, receberá uma quantia fictícia predeterminada. A sugestão é:

  • tarefa 1: 4 moedas fictícias;
  • tarefa 2: 5 moedas fictícias;
  • tarefa 3: 3 moedas fictícias;
  • tarefa 4: 8 moedas fictícias.

2ª etapa: escolha do porquinho

Os animais são:

  • senhor Agora: toma conta das pequenas coisas, ou seja, refere-se ao curto prazo. Esse é o caso de um picolé, um lanche na escola e pequenas despesas diárias;
  • senhor Desejo: está relacionado aos objetivos de médio prazo, como um brinquedo que seu filho quer, mas precisará poupar para adquiri-lo;
  • senhor Futuro: é o previdente. Ele busca ensinar sobre as metas de longo prazo e os investimentos. Por exemplo: poupar para uma viagem ou para a aposentadoria;
  • senhor Bonzinho: gerencia as doações para as pessoas que têm poucos recursos financeiros.
Rodada 1

No circuito de tarefas, indique que as atividades devem ser feitas o mais rápido possível, mas com qualidade. Cada uma delas tem um valor específico e, ao receber a quantia fictícia, a criança deve decidir em qual porquinho apostar.

Você deve incentivar a criança a dividir o dinheiro conforme os objetivos de cada porquinho. Para o senhor Futuro, lembre-se de mostrar como seu filho poderá ter um rendimento depois de certo tempo. Assim, a ideia ficará mais tangível.

Rodada 2

A criança deve passar pela conquista sempre que terminar uma rodada. Ela também deve verificar o comportamento do porquinho para saber o que foi atingido. Para isso, siga as regras:

  • na rodada 2, o senhor Agora pega metade do dinheiro da primeira volta;
  • o senhor Desejo continua com o mesmo montante;
  • o senhor Futuro multiplica a quantia com um retorno de 7%;
  • o senhor Bonzinho deve ser realmente colocado em prática e ter uma foto para registrar que uma criança necessitada recebeu o brinquedo.
Rodada 3

A ideia é que, nesse ponto do jogo, a criança perceba que é válido investir o dinheiro no futuro e esperar a remuneração para conquistar algo melhor. De toda forma, é fundamental que cada porquinho tenha determinado valor, e 5% obrigatoriamente deve ser repassado para o senhor Bonzinho.

2. Goumi

Esse jogo online foi lançado na rede municipal de Uberlândia (MG) e pode ser usado para a educação financeira dos seus filhos.

Por ser multiplayer, a criança precisa criar um personagem e utilizá-lo por meio de atividades comuns, como: cuidar da higiene pessoal, das horas de alimentação e de sono etc. Caso contrário, o jogador perde a sua vida virtual.

Porém, o mais importante são as atividades relacionadas à indústria, comércio e agricultura. O objetivo é ensinar as crianças a usar os recursos racionalmente e criar um cenário diferente para o futuro financeiro.

3. Brincar de fazer compras

Os pais podem montar uma loja fictícia com alguns produtos para que os pequenos aprendam a negociar e comprar os produtos. Pode ser um supermercado, uma loja de brinquedos ou o que você quiser.

Para fazer as transações, use dinheiro de mentira. Essa brincadeira é indicada para crianças acima de 7 anos, para que aprendam a calcular e evitem as compras por impulso.

4. Banco imobiliário

O tradicional jogo é bastante indicado para se divertir e ensinar as crianças sobre educação financeira. Atualmente, há diferentes versões, inclusive uma com máquina de cartão de crédito. É uma alternativa interessante para incentivar a tomada de decisão rápida e mostrar que o consumismo infantil pode fazer o jogador ficar sem dinheiro.

Os benefícios das brincadeiras para a educação financeira

Os exemplos apresentados anteriormente demonstram que a aprendizagem lúdica é uma ótima maneira de ensinar as crianças a administrar seus ganhos corretamente. Por meio das brincadeiras é possível explicar a diferença entre o que é necessário, importante e supérfluo.

O Brasil tem o segundo maior individamento público entre os países emergentes, o que nos mostra que devemos preparar nossas crianças para saberem lidar com o dinheiro ao se tornarem adultas.

Além disso, o aprendizado passa pela compreensão de que economia é mais que dinheiro e também envolve a forma como se cuida das coisas e da casa. Com essa atitude, as crianças alcançam diversos benefícios. Veja a seguir quais são os principais.

Melhoria da qualidade do consumo

A criança aprende que nem tudo estará disponível quando ela quiser e que, muitas vezes, é preciso fazer escolhas. Ela compreende, por exemplo, que pode comprar o lanche na escola, mas, se fizer isso, demorará mais para adquirir o carrinho que tanto quer. Isso faz com que, quando adulta, a pessoa tenha mais consciência de suas ações e consiga ficar dentro do orçamento estipulado.

Valorização dos bens imateriais

A educação financeira também ensina a dar valor ao que é realmente importante. Pode parecer uma contradição, mas a criança compreender que o dinheiro é útil somente quando é necessário e que ele não pode resolver tudo.

Essa é a ideia da mesada educativa. Com isso, a criança aprecia os momentos com a família e os amigos.

Planejamento melhor do futuro

Os sonhos e objetivos fazem parte da nossa vida. A criança deve compreender que é importante tê-los e se planejar para conquistá-los. Ela também visualiza como suas atitudes presentes interferem no futuro e descobre que precisa de motivação para concretizar suas metas.

Em suma, as brincadeiras de educação financeira auxiliam a ter uma vida melhor e mais relevante, sem contar que o seu filho também passa a colaborar para o orçamento familiar.

Gostou de conhecer esses incentivos? Então conheça veja como você pode definir o valor da mesada dos seus filhos.