Não é raro encontrar pessoas usando os termos preço e valor como se fossem sinônimos. Porém, embora essa seja uma prática comum, há diferenças substanciais entre os significados e a aplicabilidade de cada uma dessas palavras.
Neste post, vamos explicar melhor ambos os conceitos para você nunca mais errar. Acompanhe!
Qual a diferença entre preço e valor?
A diferença entre preço e valor é o que faz o cliente escolher por um produto mais caro ou pela opção X em vez da Y, ainda que ambas tenham o mesmo preço. Para resumir a diferença, o investidor e filantropo americano Warren Buffett explica: “o preço é o que você paga, o valor é o que você leva”.
Ou seja, preço é o dinheiro que você desembolsa por um produto ou serviço. Ele fica estampado na etiqueta e é definido pelo vendedor ou prestador de serviço por meio de uma série de custos, que listamos abaixo:
- produção da mercadoria (custos fixos e variáveis);
- margem de lucro que se deseja adquirir sobre a venda do produto;
- Lei da Oferta e Procura;
- preços dos concorrentes;
- perfil e poder de compra do público-alvo.
Já o valor apresenta um conceito mais subjetivo. Ele é dado individualmente pelo cliente, que avalia o benefício e a experiência desfrutada com determinada compra. Normalmente, existe uma motivação particular, uma ligação com o produto ou serviço escolhido que revela uma escala de importância. É o caso de itens de colecionador, que têm um valor inestimável para alguns e simplesmente não compreendem significado para outros.
Outra diferença entre esses dois conceitos consiste no investimento de tempo e dinheiro para a obtenção do resultado final. Devem ser analisados custos como mão de obra, matéria-prima e tempo para produção. A despesa é vista no preço, enquanto a qualidade desse processo se reflete no valor.
O que vale a pena avaliar em uma compra?
Geralmente, as pessoas costumam avaliar preço e valor de maneira inconsciente para analisar o custo-benefício. Mas será que vale a pena gastar mais em determinado item? Ou o mais barato é suficiente?
Para responder tal questionamento é preciso analisar alguns aspectos. Por isso, separamos nos tópicos a seguir o que deve ser levado em consideração.
Itens comuns
Se a compra diz respeito a objetos comuns, como canetas, porta-documentos ou xícaras para o dia a dia, o valor não é tão importante. Assim, geralmente optamos por aqueles de menor preço, que são capazes de suprir as necessidades básicas da mesma maneira que os mais caros.
No entanto, algumas marcas têm investido cada vez mais em produtos estampados com imagens de personagens que afloram memórias afetivas, fazendo com que os consumidores paguem mais caro pelos produtos, simplesmente por remeterem a um desenho muito querido durante a infância.
Compras duradouras
Quando o assunto diz respeito a aquisições duradouras ou produtos que podem colocar a sua vida e a de sua família em risco, é preciso ponderar e considerar outros fatores além do preço. Um exemplo é a compra de um carro.
Um veículo básico 1.0 cumpre a mesma função que outro mais caro. Porém, se a sua família é grande ou você precisa se deslocar com bastante frequência, vale a pena investir em um automóvel de maior valor agregado e, consequentemente, mais caro. O conforto em ter ar-condicionado, câmbio e piloto automáticos é suficiente para suprir a quantia a mais que será desembolsada.
Por outro lado, se você está solteiro ou não pensa em ter filhos, um carro com diversos adicionais pode ser desnecessário.
Metas de vida
Como dito anteriormente, o valor é um conceito individual dado pelo consumidor e, portanto, varia de pessoa para pessoa. No entanto, os planos e metas de vida também costumam ser determinantes no preço que cada indivíduo está disposto a pagar pelo mesmo produto ou serviço.
Para quem pretende construir um patrimônio antes de qualquer outra coisa, o gasto com viagens pode ser supérfluo e não representar um grande ideal de vida naquele momento. Assim, a pessoa prefere focar em investimentos e outros itens que aumentem a sua poupança.
Por outro lado, uma pesquisa concluiu que 78% dos jovens da geração Y, aqueles que nasceram entre 1980 e 1996, preferem gastar o seu dinheiro com experiências em vez de objetos materiais. Logo, tais pessoas enxergam mais valor em atividades como viajar e comer em restaurantes diferentes do que comprar o seu primeiro imóvel.
Custo-benefício
É importante ressaltar que estar disposto a pagar caro por algo com mais valor não significa deixar de lado a avaliação do custo-benefício. Logo, se você está em dúvida sobre qual conceito considerar em uma compra, pondere se o preço cobrado pelo produto ou serviço é justo.
Vamos supor que o seu sonho seja visitar Paris em qualquer época do ano. Você está disposta a pagar mais por essa viagem do que para ir a uma praia do nordeste brasileiro. Isso não significa que desembolsará na passagem aérea o dobro da quantia para visitar a Cidade Luz na época de Natal apenas por ser alta temporada. Nesse caso, aguardar mais um pouco para realizar a compra do seu bilhete com a proporção correta entre preço e valor é a atitude mais indicada.
A mesma dica vale para bens duradouros. Se você tem o sonho da casa própria, evite a ansiedade e planeje a sua compra com tranquilidade antes de optar pelos altos juros cobrados em um financiamento. Uma ótima opção para pagar o preço correspondente ao valor do seu sonho é fazer um consórcio. Esse sistema pode ser utilizado para adquirir veículos e serviços, além de imóveis.
É preciso ficar atento, pois muitas vezes imprimimos valor em algo em decorrência de opiniões externas. Frequentemente, a mídia cria a necessidade e o imediatismo de consumo de determinados bens despertando o interesse das pessoas em fazer parte das tendências. Com isso, sem perceber, o preço pago é mais alto do que deveria ser.
É importante ter isso em mente para conseguir analisar com clareza se o preço cobrado é justo e se o valor de determinado produto ou serviço é condizente com o que ele entrega.
Se você gostou deste texto sobre as particularidades entre preço e valor, leia também o nosso post sobre as diferenças entre economizar, poupar e investir.